segunda-feira, julho 06, 2015

TCHAU! - Uma jogada de mestre




Yanis Varoufakis expô-los todos e com ele, sobretudo com ele, Bruxelas viu-se... grega. Mostrou que é o mais inteligente, o mais bem preparado, irreverente, sério, íntegro, honesto e bem-intencionado. Desmascarou ainda a forma de funcionar desta Europa. Teve um percurso brilhante e abre um precedente.
No final, sacrificou-se. Fez o que tinha a fazer e por fim, hoje, numa jogada de mestre, demitiu-se - com Tsipras por dentro de tudo, claro. Que grande bofetada que esta dupla deu a esta moscambilha eurocretina, anti-democrática e exploradora. Varoufakis não está nem nunca esteve agarrado ao cargo, não quer tachos no FMI, BCE ou outra coisa qualquer como Gaspares e companhia que vendem a alma ao diabo se preciso for para garantir sinecuras para si, família e amigalhaços. Se ele (e Tsipras) o quisesse, era fácil; tinha traído a confiança dos gregos e tinha-se sujeitado a todos os diktats e humilhações e tornava-se num «yes man», um homem de mão de Bruxelas e Berlim, de cerviz vergada, sempre pronto para fazer o trabalho sujo. Mas Varoufakis poderá não ter, como noutras ocasiões, esticado o dedo médio, mas recusou liminarmente tal papel. Não o perdoaram por tal afronta. Sempre lhe apontaram baterias, sempre foi um alvo a abater pois para além de vingar a afronta pensavam ainda que caindo Varoufakis, cairia o governo helénico. Enganaram-se! Todos os cálculos e estratégias políticas dos eurocratas se revelaram errados e as «crianças» passaram a perna aos adultos.
Com o rotundo «não» e a demissão que Varoufakis, os eurocratas de Bruxelas ficam agora sem pretextos e sem margem de manobra. Perderam a face e se continuarem intransigentes e arrogantes muito mais perderão. Mesquinhos como são, queriam ainda liquidar Yanis politicamente, procurando acabar com a sua «carreira» política. Mas o homem está noutra. O heleno sai, mas sai a rir-se e pela porta grande. Ele não quer nem nunca quis seguir nenhuma carreira politica. É um académico - por sinal, brilhante - e é essa a sua carreira, a sua vocação e o que gosta de fazer. Foi chamado para estar ao serviço da sua Nação e do milenar povo grego não por ser medíocre e apaniguado de alguém (como outros noutras latitudes) mas por ser muito bom, por estar bem preparado.  Terminada a missão regressará ao seu mundo. Não precisa da política para viver. É assim que devia ser sempre. Pessoalmente vou agora esperar ansiosamente pelo seu, já prometido, livro-diário onde relate tudo sobre os cinco meses de governo.
Espero contudo que Varoufakis se acautele e se mantenha atento e vigilante pois pode vir entretanto a sofrer um «acidente».

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