sábado, setembro 28, 2013

Porque é importante ter memória

«Nunca esqueci, um instante sequer, quais são os meus deveres para com a minha coroa e para com o meu querido país»
 D. Carlos I

 «São precisas acções e não palavras. De palavras, bem o sabemos, está o país farto»
D. Carlos I

«Foi o Rei D. Carlos um antecipado e por isso o mataram para que a desordem e a mediocridade continuassem a campear»
António Sardinha


Assinala-se hoje o 150º aniversário de SM El-Rei D. Carlos I.
Filho primogénito do Rei D. Luís I e da Rainha D. Maria Pia de Sabóia, D.Carlos nasce em Lisboa a 28 de Setembro de 1863.
Casou a 22 de Maio de 1886 na Igreja de S. Domingos. O casamento real, ao qual assistiram milhares de portugueses, foi um dos últimos grandes eventos da Monarquia Portuguesa.
Sobe ao trono em 1889. No panorama europeu de fim de século, D. Carlos de Bragança era um monarca requintado, atento e sensível, aberto ás ideias da época e às novidades cientificas. Pintor, navegador, com olhar cientifico, D. Carlos de Bragança destacou-se na arte e na ciência, nomeadamente na pintura, na ornitologia e na oceanografia. O mérito da sua obra foi internacionalmente reconhecido como o atestam os inúmeros diplomas que lhe foram conferidos. Multifacetado, D. Carlos I era também um desportista e um apaixonado pelo desporto. Senhor de uma pontaria infalível, o monarca manuseava todo o tipo de armas de fogo com igual exactidão e engenho. Em Vila Viçosa, existe um alvo onde o Rei acertou, a uma distância de 30 passos, 10 vezes consecutivas no mesmo buraco de bala, mesmo ao centro.
D. Carlos foi também dos monarcas mais válidos e preparados do seu tempo quando a Europa era ainda toda monárquica com excepção da França e da Suíça. Conseguiu colocar Portugal no centro da diplomacia europeia no fim do século XIX e princípios do século XX.
Pouco tempo depois de D. Carlos ter subido ao trono, produziram-se graves acontecimentos determinados pelo ultimato do governo inglês ao governo português em 11 de Janeiro de 1890. Era a célebre «Questão do Mapa cor-de-rosa». O governo cedeu. Os portugueses sentiram-se humilhados e atribuíram as culpas à incapacidade política do Rei. Portugal é obrigado a ocupar de facto os territórios coloniais africanos. Seguem-se diferentes campanhas militares. Em 1895, milhares de landins atacam os soldados portugueses em Marracuene. Aires de Ornelas, Paiva Couceiro e Mouzinho de Albuquerque pacificam Moçambique. Em 1907, o general João de Almeida pacifica e fixa a fronteira meridional de Angola.
Vários chefes de estado visitam Portugal, fruto das acções diplomáticas do Rei, tais como Afonso XIII de Espanha, o Kaiser Guilherme II da Alemanha e o Presidente Loubet da França.
No entanto, os republicanos intensificaram a sua propaganda, multiplicaram as sociedades secretas e criaram grupos terroristas armados. Contrariamente àquilo que o Rei e o governo pensavam, o tempo era de actividade constante para os conspiradores. A organização terrorista Carbonária mobiliza cerca de 8000 membros em Lisboa e 2000 na margem sul do Tejo.
D. Carlos I acaba assassinado cobardemente pelas costas no Terreiro do Paço, no dia 1 de Fevereiro de 1908, juntamente com o seu filho mais velho, o Principe Real D. Luís Filipe, que tinha apenas 20 de idade.



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