quarta-feira, agosto 07, 2013

Carta aberta à Direcção e ao responsável pelo quadro de programação da Rádio Mirasado



Exmos. Senhores



Devo de antemão ressalvar que não faço parte de nenhuma candidatura a qualquer órgão autárquico nem no concelho de Alcácer do Sal nem em qualquer outro concelho do país e que o meu único papel no processo será o de informar e, como deve ser numa democracia participativa, dar a minha opinião, o que é o mais básico direito/dever de cidadania. Faço-o incondicionalmente nas redes sociais e no meu blog «Pedra no Chinelo».

Em 2005, salvo erro durante uma semana, se a memória não me falha, durante o período de campanha eleitoral, a partir das 21 horas, a Rádio Mirasado promoveu uma série de debates que, confesso, considerei muito bons e esclarecedores, entre os principais candidatos à Câmara Municipal de Alcácer do Sal e entre os principais candidatos a cada uma das juntas de freguesia bem como entre os cabeças de lista das diferentes listas a sufrágio para a Assembleia Municipal. Infelizmente tal prática não se verificou em 2009 certamente por vicissitudes várias.

Felizmente, e penso que é do senso comum, que a Rádio Mirasado está hoje em dia, do ponto de vista de programação, de qualidade de programação, bastante revitalizada e com novo vigor. Tal facto a somar à capacidade de ser ouvida, de se projectar a nível global graças às novas tecnologias de informação, com emissões on line para o mundo inteiro, a Rádio Mirasado assume-se por consequência como uma voz, aliás, a voz do concelho de Alcácer do Sal no mundo. Já não é a «caixinha de música de Alcácer» como jocosamente era conhecida ainda num passado não muito distante.

Ora a responsabilidade cresce em proporção directa com a capacidade de influência, com a maior ou menor capacidade de projecção, com o crescimento da respectiva audiência...

Desta forma, quem está nestas condições, todos aqueles singular ou colectivamente e em particular uma Rádio como a Mirasado têm que assumir essas responsabilidades sem rebuço ou qualquer tipo de condicionamentos ou constrangimentos, comprometendo-se com valores e pelo bom exemplo. Uma das responsabilidades que qualquer órgão de comunicação social tem - sejam eles tradicionais como jornais, rádios, televisões, ou modernos, como blogs e outros meios que se apoiam nas tecnologias de informação - é o de prestar um serviço público de qualidade e o de informar.

Assim sendo, e considerando que nem a Rádio Mirasado nem os seus responsáveis não devem nem ignorar nem ficar à margem do que se passa em seu redor, ao invés, devem prestar um serviço público aos habitantes do concelho de Alcácer do Sal, à cidadania e à democracia, promovendo debates entre todos os candidatos autárquicos, cabeças de lista, às respectivas juntas de freguesia, câmara e assembleia municipais sendo que com tal desiderato também se está consequentemente a contribuir para o reforço de um direito consagrado na Constituição Portuguesa: o direito à informação; apelo junto de V. Exas. no sentido de envidar todos esforços de forma a garantir aquela que foi a meu ver uma boa prática e um excelente serviço público então prestado durante o período eleitoral autárquico de 2005 e que certamente muito serviu para esclarecer os cidadãos, os eleitores, bem como para aumentar o interesse e a participação e consequentemente fazer baixar a percentagem de abstenção no concelho que, refira-se, cifrou-se perto dos 50% como se verificou nas eleições autárquicas de 2009. Não tenho a menor das dúvidas de que serão debates esclarecedores e de grande qualidade. Ganhará certamente a Rádio Mirasado, em prestígio e influência, ganharão os ouvintes, ganharão os eleitores, ganhará a população, ganhará a democracia, ganhará o concelho, em suma, todos ganharão.



Agradecendo de antemão, creiam-me muito atenciosamente



Paulo Selão,

eleitor, habitante do concelho de Alcácer do Sal, freguesia do Torrão, blogger e um ouvinte regular da Rádio Mirasado

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