sábado, março 30, 2013

O exemplo que vem do Reino da Dinamarca

sábado, março 23, 2013

Bem-aventurados aqueles que têm um líder assim





Há pouco mais de uma semana, em Roma, na milenar e denominada Cidade Eterna, emergiu de uma obscura e restrita eleição cujo colégio eleitoral se reúne à porta fechada e no mais profundo dos sigilos, designada Conclave – palavra que resulta da fusão das palavras latinas cum clave que significa precisamente com chave, fechado à chave – cujo cerimonial remonta à Idade Média, um homem já idoso, afável de expressão calma e tranquila e de uma bonomia assombrosa., vindo do fim do mundo, como ele mesmo afirmou e que desde então não tem parado de surpreender o mundo e a mim próprio em particular devo confessar. O eleito é, para além de um líder religioso, um Chefe de Estado; o Chefe do Estado teocrático do Vaticano, o mais pequeno e sui géneris Estado do mundo não só porque consiste num mini-enclave no coração da cidade capital (Roma) de um outro estado europeu, gigantesco comparativamente a ele mas que não só o tolera como também com ele colabora e protege, a Itália; mas também porque de entre todos, é regido por uma secular, estranha e única fórmula política: O Estado do Vaticano é uma Monarquia Electiva Absoluta Teocrática e o seu Chefe de Estado, denominado Papa a quem é dado o título protocolar de Sua Santidade. Ao mandato/reinado vitalício de um Papa é dado o nome de Pontificado o qual só termina com a morte ou resignação do seu titular. Este homem é também simultaneamente líder da Igreja Católica Apostólica Romana. Devo de antemão fazer uma declaração de interesse não por preconceito ou desprezo para com os católicos mas simplesmente para que os meus caros e ilustres leitores me vejam como uma pessoa insuspeita relativamente ao assunto. Eu, pelo menos até ao dia em que vos escrevo este pequeno texto, não professo a religião católica. Aliás não sou seguidor de qualquer religião. Sou aquilo que chama de agnóstico – o que é diferente de ser ateu. Aquando da sua eleição como Papa, num dos passos do formal e pesado cerimonial medievo, ao lhe ser perguntado porque nome queria ser chamado durante o seu Pontificado, respondeu simplesmente Francisco. Apesar de agnóstico, como vos disse, a eleição de um Papa desperta-me interesse não apenas porque o evento é mediático e único e se reveste de uma simbologia própria e deveras antiga mas também porque não é frequente. Na verdade, com este, é o segundo Conclave que assisto embora tenham já decorrido três durante o período da minha existência. Porém do Conclave de 1978 não guardo qualquer recordação pois era muito pequeno. Decorridas quase duas semanas de Pontificado, tenho seguido com interesse e perplexidade o percurso de S.S o Papa Francisco I pela simples razão de que este é um líder de facto. Em pouco mais de uma semana já é um líder carismático e inspirador para milhões de homens, mulheres e crianças não apenas católicos diga-se de passagem. Francisco I é uma verdadeira lição para o mundo. Por mais do que uma vez, logo nos seu primeiros actos oficiais, quebrou o inflexível protocolo Vaticanista. Prescinde de viatura oficial preferindo viajar no autocarro em conjunto com os «seus irmãos Cardeais» aquando do fim do Conclave e apresentação ao mundo, telefonou para o recepcionista da casa onde esteve hospedado para agradecer pessoalmente o tratamento enquanto ali esteve, pagou a estadia do seu bolso, foi buscar os seus pertences pessoalmente e tantos outros actos que não vou aqui referir para não me tornar exaustivo. Premeditado? Programado? Talvez se possa dizer que sim. Pessoalmente não creio. A verdade vem sempre ao de cima e tarde ou cedo a máscara cai quando toda uma linha de acção é artificial. Em Francisco I tudo me parece terrível e assombrosamente simples, autentico, genuíno e espontâneo. Pequenos nadas que fazem a diferença entre o carisma e a insignificância. Que diferença faz para com todos aqueles pseudo-líderes que por aí pululam pelo mundo fora e em particular por este nosso Portugal e que vão desde directorzecos de escolas e demais isto e aquilo passando por presidentezecos de junta e de (ou da, conforme a preferência) câmara, políticos ou melhor dizendo, pseudo-políticos menores, ministros, secretários, assessorzecos de meia tigela e semi-letrados… Quanta gente boçal, pequenina, vulgar e insignificante mas soberba como só os tolos sabem ser, que se acham grandes mas que quando postos à prova e perante a primeira adversidade tremem que em varas verdes e claudicam sem honra nem glória. Coitados, que pena me despertam! Felizmente e apesar de tudo devo referir por uma questão de justiça que no meio dessa gente menor ainda há outros poucos é certo, de primeiríssima água. Como foi para mim – e não devo ser o único a pensar assim - vulgar e pequenina a presença fugaz e insignificante do Sr. Silva, o Chefe de Estado que coube em sorte a Portugal, e da sua Maria diante da figura majestosa e simultaneamente paternal, cordial e simples de Francisco I! Como foram fenomenal e magistralmente eclipsados em apenas uma semana. Eis um líder em toda a sua plenitude. A gota de água, o gesto que mais me impressionou (o que não é fácil) e que dissipou todas as dúvidas do meu espírito relativamente ao Papa Francisco, foi quando este vislumbrou no meio da multidão um deficiente profundo, mandou parar a viatura em que seguia (mais uma quebra de protocolo… e de segurança) e a ele se dirigiu, o acarinhou e beijou. Um pequeno gesto que indubitavelmente deu uma infinita tranquilidade e paz de espírito àquele desgraçado que podia inclusive morrer a seguir e que certamente morria feliz e em profunda paz. O Papa Francisco I é talvez e cada vez mais o meu primeiro ídolo, será, confesso, a primeira vez que sou fã (com racionalidade e não histerias) de alguém. E porquê? Simplesmente porque me revejo em Francisco I o qual representa tudo aquilo que é defendido neste blog. A sua profunda preocupação social, a protecção aos pobres – de facto nos pobres e na pobreza está a génese da escolha do nome Francisco – a busca pela justiça, pelo que é justo, as questões ambientais, o Poder visto como serviço; para Francisco, Poder é servir – como aliás é o título de um livro seu – e não servir-se como alguns vão fazendo, servindo-se a si, à família e aos amigalhaços. Poder é servir. Não tenham medo de ser bons. Não enveredem pelo caminho da destruição e da morte. Preocupem-se e cuidem uns dos outros, dos animais e da natureza. Cuidem das crianças, dos velhos, dos doentes, dos fracos, dos desprotegidos. Já tudo isto ele disse. Acção e palavra, palavra com acção, palavras simples e sábias e não palavras ocas inseridas em retóricas floridas e artificiais. Como eu me identifico com este novel Papa! Confesso que continuo agnóstico mas o Papa Francisco I será para mim, sem a mais pálida sombra de dúvida, uma referência e uma fonte inspiradora. Aliás, já o é.

terça-feira, março 12, 2013

segunda-feira, março 11, 2013

Ecce homo - Eis o homem

A entrevista ao Senhor que deu que falar aqui.

sexta-feira, março 08, 2013

Das Caldas, para o «acordo», com amor



 
 
 
P.S. - Já da Câmara de Alcácer do Sal não se pode infelizmente dizer o mesmo. Ali impera o conforto do seguidismo amorfo. Na verdade, tendo em conta as últimas, tudo indica que há uma enorme relutância em sair da zona de conforto.
Tal como a Câmara Municipal das Caldas da Rainha, tambem eu brindo o «acordo» com a famosa peça de olaria local, oferta extensível, se não à Câmara de Alcácer, porque é imerecido, a alguns lá dentro não só por esta mas por todas as outras. E agora processem-me ou apadrinhem (mais uma vez) um processo. E por agora a conversa fica só assim.

Um "acordo" inútil - suspenda-se de imediato

1. Enquadramento da matéria
 

Discute-se a aplicação do acordo ortográfico de 1990 (AO90). Este surgiu após várias tentativas goradas de unificação da ortografia de Portugal e do Brasil, desde o início do século passado. Uma dessas tentativas conseguia uma unificação de praticamente 100% e mesmo assim não foi seguida por ambas as partes.

Ao fim de quase um século de deriva gradual, tentou-se então uma vez mais regressar à quimérica “unificação” com o AO90. Esta não só não é conseguida com o presente “acordo” como as alterações propostas não colhem a aceitação dos especialistas. Nem do lado de cá nem do lado de lá do Atlântico. Daí que chamar-lhe“acordo” seja um abuso. Este facto foi olímpicamente ignorado e prosseguiu-se na aplicação cega de uma completa inutilidade, recorrendo-se por diversas vezes nesta história a expedientes, no mínimo, duvidosos (para não lhes chamar uma verdadeira batota, de que é exemplo icónico o II Protocolo Modificativo) para levar esta empreitada em frente, sem que daí advenha qualquer vantagem para os utilizadores da língua.

Bastariam algumas questões elementares:
– Vem resolver alguma coisa? (Não)
– Serve para alguma coisa? (Não)
– Melhora a situação anterior? (Não)


Não deveria ser preciso mais do que isto para ser evidente que o AO90 é um absurdo inútil? Mas continuemos para os pontos seguintes.

2. Objectivos do Acordo Ortográfico

Unificação da língua: não acontece
Simplificação da língua: não acontece
Evolução da língua: não acontece

3. Vantagens decorrentes da aplicação do Acordo Ortográfico

Não há.

4. Inconvenientes e problemas resultantes da aplicação do Acordo Ortográfico

a) As “soluções” encontradas pelo AO90 para “resolver” as diferenças ortográficas podem sintetizar-se em:
- admissão de facultatividades naquilo que é irresolúvel (na prática, não só não resolve nada como aumenta a confusão)
 
- referência à “forma consagrada pelo uso” sem que esteja definido em lado nenhum o que está consagrado pelo uso e o que não está; além de que quem está a aprender a língua não tem forma de adivinhar isso
- referência à “norma culta” (conceito já completamente ultrapassado) sem que esteja registada foneticamente em lado nenhum essa dita norma culta

- convergência do Pt-Br para o Pt-Pt: alteração de acentos/trema e hífenes
- convergência do Pt-Pt para o Pt-Br: alteração de acentos e hífenes, amputação de letras
- para obedecer ao critério da fonética, inventam-se formas novas para o Pt-Pt que, pasme-se, desunificam ao invés de unificar
- afirma-se reiteradamente a máxima de que “o que não se pronuncia não se escreve”, mas depois não se aplica: basta pensar em todas as palavras começadas por “h”, ou em todos os casos de “u” mudo a seguir ao “q”; afinal é para seguir a fonética ou não?

b) Com o AO90, há uma perda de informação irrecuperável. Isto é comprovado pelo facto de não existir um “anti-Lince” que reponha o português na forma correcta (sem AO90). Tal não é possível porque se perde, por exemplo, a distinção entre formas verbais de tempos diferentes (compramos/comprámos, chegamos/chegámos), a distinção entre “pára” e “para” e tantos outros exemplos. É sempre possível passar automaticamente de um texto sem o AO90 para um texto com o AO90, mas o inverso não é verdadeiro.

Desta perda de informação decorre uma menor clareza na leitura, ou seja, na transmissão da mensagem para o receptor. Isto não é bom, útil ou minimamente desejável. Os defensores do AO90 parecem centrar-se nas (alegadas) vantagens da escrita, esquecendo-se daquilo que é mais importante num texto escrito: a sua leitura.

c) Afirma-se que o AO90 “simplifica” a língua e ao mesmo tempo permitem-se duplas (ou quádruplas ou múltiplas) grafias, o que é uma contradição à própria noção de ortografia. Ou seja, se, em vez de saber sem qualquer dúvida como se escreve “caracterizámos”, temos, em vez disso“caracterizámos/caraterizámos/caracterizamos/caraterizamos”, em que medida é que isto constitui uma simplificação? Dir-se-ia antes que ficou quatro vezes mais complicado. Chamar a isto “ortografia” é um abuso.

d) Com o AO90, em vez de assegurar a sobrevivência da língua, o que se está a verificar na prática é a contribuição para a extinção a passos largos do português de Portugal. Com o AO90, este já está a ser completamente eclipsado, por exemplo, em qualquer pesquisa na Internet e desde logo em inúmeros “sites” de acervo e/ou repositório (a Wikipedia, por exemplo). Experimente-se pesquisar “material elétrico”sem especificar que queremos páginas de Portugal e veja-se o que acontece. Repita-se a experiência com “material eléctrico”. Em que é que isto pode ser bom para as empresas portuguesas?

e) Com o AO90, para “aproximarmos” o português de Portugal (Pt-Pt) do português do Brasil (Pt-Br), afastamo-lo das restantes línguas europeias; não se vê qualquer vantagem daí decorrente, nem para os portugueses que queiram aprender outras línguas nem para os estrangeiros que queiram aprender português. Qualquer professor competente consegue explicar as diferenças entre o Pt-Pt e o Pt-Br sem que isso constitua um obstáculo intransponível para quem aprende. (Continua a ter de explicá-las, em qualquer dos casos, porque, mesmo que a ortografia ficasse igual – que não fica – a sintaxe e a semântica continuam a ser diferentes.)

O AO90 altera, sim, a forma como as palavras se pronunciam. Ouve-se até à exaustão o argumento da pharmácia/farmácia para justificar a “evolução” da língua, mas esses defensores do AO90 esquecem-se de que ao passar de “pharmácia” para“farmácia” não se alterou absolutamente em nada a forma como a palavra era lida. Ao passar de “fraccionar” para “fracionar” altera-se, sim, inegavelmente, a leitura da palavra. Ou de “espectador” para “espetador”, para dar um exemplo mais conhecido...

f) Com o AO90, continua a ser necessário haver duas traduções, uma para o Brasil e outra para os restantes países de língua oficial portuguesa. A necessidade de duas versões diferentes era apresentada como um dos principais motivos para a indispensável e propalada “unificação”. Continua... exactamente na mesma.

g) Por causa do AO90, já houve gastos inúteis e incompreensíveis, nomeadamente no ensino e na administração pública, com a “nova” “ortografia”. Mais grave ainda porque foram feitos sem que esta tivesse sido sequer definida com rigor (provavelmente porque é impossível definir-se com rigor aquilo que assenta em "regras" que o negam à partida).

h) O documento de base do AO90 contém erros, ambiguidades, incongruências e parte de premissas falsas. Contém opiniões (tão válidas como quaisquer outras...) e nem um único estudo científico que sustente o que é afirmado. Há, pelo contrário, e como se sabe, muito mais pareceres negativos do que positivos (estes, aliás, no singular... porque só há um). Além de isto ser academicamente inacreditável, um documento assim não tem qualquer credibilidade. Não pode servir de base a coisa alguma e muito menos à ortografia de mais de duzentos milhões de pessoas.

Uma vez que as “regras” do AO90 são sobretudo a consagração das excepções, há um fenómeno evidente de sobrecorrecção e de total confusão por parte de quem escreve. Se muitas pessoas escrevem com o AO90 (em muitos casos, unicamente porque a isso são obrigadas), isso deve-se sobretudo ao facto de ser possível carregar num botão para transformar a ortografia automaticamente e não tanto porque saibam efectivamente aplicar a “nova” “ortografia” (uma vez mais, como saber aplicar aquilo que não tem regras claras?). Isto, na prática, corresponde a um inegável analfabetismo funcional.

i) Com o AO90, em vez de uma unificação, temos uma multiplicação de ortografias. Em vez de Pt-Pt e Pt-Br, temos: Pt-Pt, Pt-Br, AO90-Pt, AO90-Br e ainda o uso de critérios diferentes para o estabelecimento daquilo que se considera ser o AO90 em Portugal e no Brasil... variações deixadas ao critério de cada um, porque o documento de base não é claro ou é omisso nas diversas possibilidades. Porquê esta falta de clareza e esta omissão? Porque as “soluções” apresentadas são uma farsa que na prática não resolve nada.





5. Proposta que apresenta

Suspensão imediata da aplicação do Acordo Ortográfico de 1990. Obrigar milhões de pessoas a alterar a sua ortografia sem que isso sirva para alguma coisa de válido é de uma falta de senso indescritível.
Em vez de uma “unificação” ortográfica reconhecidamente impossível a esta altura, promovamos o intercâmbio cultural, científico e de oportunidades de trabalho entre todos os países de língua oficial portuguesa. Reforcemos o ensino de Português no estrangeiro em vez de fecharmos leitorados. Não é preciso unificar a ortografia para fazer nada disto e seria muito mais eficaz para a promoção da língua no mundo.

Existem mecanismos democráticos mais do suficientes para anular este erro colossal: uma iniciativa legislativa de cidadãos pela revoção da RAR 35/2008 (o instrumento que forçou a entrada em vigor do AO90) ou uma iniciativa legislativa dos próprios deputados para o mesmo efeito.

6. Outras questões

Este acordo ortográfico não resolve nenhum dos alegados “problemas” que pretendia “solucionar”. Baseia-se, além disso, num paradoxo fundamental: procura unificar a língua utilizando ao mesmo tempo um critério, o da fonética, que torna automaticamente impossível a referida unificação, dadas as variadíssimas cambiantes de pronúncia entre os milhões de falantes da língua. Partindo de premissas erradas é impossível chegar-se a conclusões correctas. Ou válidas.

O AO90 nega a real evolução da língua portuguesa, fazendo de conta que esta não existiu. A verdade é que o português de Portugal e o português do Brasil já se afastaram (sim, irremediavelmente – admitamo-lo de uma vez por todas) e estas duas variantes já não voltam a ficar iguais, nem que por acaso o AO90 conseguisse unificar a ortografia (que não consegue). Não pode designar-se como “evolução”esta proposta lamentável e inútil de ortografia “unificada”.

Em conclusão, o “acordo” “ortográfico” de 1990 não é sério e não pode ser levado a sério. Suspenda-se de imediato a sua aplicação.


H. Castro
 

Retirado daqui



MAS SERÁ ASSIM TÃO DIFÍCIL VISLUMBRAR O ÓBVIO?

quinta-feira, março 07, 2013

Nem aqui nem em lado nenhum, sem EXCEPÇÃO. Comigo, não!


JAMAIS! NEM QUE NO LIMITE NUNCA MAIS USASSE O PORTUGUÊS NA VIDA. ANTES QUEBRAR QUE TORCER, JÁ O DIZIA CAMÕES, PRÍNCIPE DOS POETAS PORTUGUESES QUE DEVE ESTAR A DAR VOLTAS SEM FIM NO ALÉM COM ESTA DESGRAÇA, ESTE CÂNCRO QUE AFECTA A LÍNGUA ESCRITA. UM AUTENTICO GENOCÍDIO CULTURAL, UM CRIME DE ALTA TRAIÇÃO E UM CRIME DE LESA-PÁTRIA.

Abençoado! «Vocês são uns tristes!»

O que se passa, caríssimos e ilustríssimos leitores é o seguinte: temos um conjunto de velhos senhores (e senhoras) reformados (as) - e que a isso têm todo o direito sem a menor sombra de dúvida - que foram nos seus verdes anos banqueiros, juízes, oficiais superiores e generais (e se calhar até sargentos) de todos os ramos das Forças Armadas, altos quadros do Estado, políticos, funcionários públicos de topo, professores de topo, ex-directores disto e daquilo, etc., etc. São a elite e ponto final. São aqueles que em tempos manipularam os cordelinhos em Portugal tanto no sector público como no privado. Foram aqueles que mais directamente cavaram anos a fio o buraco financeiro, foram, em muitos casos, os Cavaleiros do Apcalipse que espalharam a miséria e a ruína da Nação, foram os pioneiros - graças ao advento das novas tecnologias - das operações financeiras, das off-shores... Estamos a falar de gente que auferia até há bem pouco tempo miseráveis reformas de 10, 15, 20, 50... até há quem fale em 70 mil e mesmo 100 mil euros por mês. Sim, são 10, 15, 20, 50, 70 milhares de euros por mês. Por mês, note-se! De 2 a mais de 10 mil contos de réis, dos antigos, por mês. No quadro desta conjuntura, o Governo resolve proceder a cortes que em alguns casos chegam à ordem dos 50%. Naturalmente que se indignaram, constituiram um movimento designado Reformados Indignados - mais uma vez, têm todo o direito do mundo para o fazer - e que agora vertem públicamente «baba e ranho» e «rasgam as vestes em público» por tamanha afronta.
Mas protestar porque mesmo depois dos cortes ainda assim ganharem mais num mês que a esmagadora maioria dos reformados ganha num ano, convenhamos que tamanha desfaçatez não deixará que causar profunda impressão, incompreensão e mesmo indignação em larguíssimos sectores da sociedade portuguesa e na esmagadora maioria dos portugueses. Alegam estes senhores que assim é dificil viverem (!!!). Claro, assim é dificil fazerem viagens de luxo e turismo sénior e aproveitar (bem) os últimos dias no Reino da Terra. Será difícil deslocarem-se às melhores clínicas privadas nacionais ou estrangeiras quando as maleitas começarem a aparecer em função dos anos que passam. Já os outros, os que ganham 300 miseráveis euros por mês que nem chega para os medicamentos (um outro negócio de ouro), comida... vida digna e com o mínimo de conforto, acima de tudo, durante os anos que lhe restam que deveriam ser de descanso do guerreiro e sem preocupações depois de décadas de trabalho na maioria dos casos árduo e extenuante, que se  lixem. Muito mais do que aquilo que sofreram os nossos outros amigos reformados topo de gama.
Afirma o porta-voz do movimento que têm direito à palavra. Claro que têm. Têm tanto direito à palavra que até tempo de antena e mediatismo têm. As suas reivindicações são notícia e tudo! Mas as reivindicações de associações que representam os desgraçados dos reformados de menos de 500€/mês não são notícia nem têm direito a conferências de imprensa.
Têm direito à palavra? Todo o direito, sem qualquer ironia! Como têm direito ao egoísmo, ao despudor...
Haja recato! Haja respeito para com os jovens desempregados e todos os desempregados em geral, sem-abrigo, pobres, esbulhados e reformados menores deste país e deste sistema que alguns deles senão a maioria, ajudaram a edificar! Haja recato, repito! Haja decoro! Basta! Que lutem e que defendam a sua causa mas com descrição pois neste contexto fazer alarde de tal chega a ser, aliás, é de uma provocação e de um descaramento inaceitáveis! Até porque depois, já se sabe, quem diz o que quer arrisca-se a ouvir o que não quer. E agora processem-me. Cada vez mais os Golias se insurgem contra os Rei David mas os Rei David partirão os cornos aos Golias pois nestes casos a história repete-se. Processem. Eu não tenho medo até porque nada tenho a perder. MAS NÃO ME CALARÃO! JAMAIS!
Processem também este Senhor. Este senhor é um Senhor com «S» maiúsculo que pôs os pontos nos «ii». OIÇAM-NO CARÍSSIMOS LEITORES.






«Um dia vamos mesmo ter que parti-lo»

segunda-feira, março 04, 2013

Parabéns Filipão



O jovem torranense Filipe Bruno, aluno do 9º ano na escola Bernardim Ribeiro, Torrão sagrou-se vencedor do 9º Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos na categoria Avanço - 3º ciclo cuja final decorreu no Arena d'Évora no passado dia 1 de Março.
Para ver mais clicar aqui
 
PARABÉNS FILIPÃO! ÉS GRANDE!
 
 
P.S. 1 - É estranho ver a designação EB 2,3 Bernardim Ribeiro - Alcácer do Sal. Aliás, tenho dificuldade em saber ao certo como designar o estabelecimento de ensino em causa. Será Agrupamento de Escolas do Torrão, Escola Bernardim Ribeiro...? E depois, Alcácer do Sal? Pergunta-se porque não Torrão - Alcácer do Sal? Não são as escolas do Torrão autónomas em relação a Alcácer do Sal? O Torrão é uma vila do concelho de Alcácer do Sal ou será um bairro de Alcácer? Será que o mega-agrupamento já é uma realidade; encapotada mas uma realidade? Porque foi omitido o nome do Torrão? Ficam as perguntas.
 
 
P.S. 2 - Filipe, se quiseres aprender Matemática a sério e atirar-te de cabeça às olimpíadas nacionais (e não só) e quiseres/precisares de ajuda para te preparares já sabes... Até Cálculo Diferencial e Integral vai na bagagem. Geometria Diferencial, Cáculo Matricial, Análise Complexa, Equações Diferenciais... é só escolher o menu :)