sexta-feira, janeiro 25, 2013

Pedra no Chinelo ajuda a resolver também em Alcácer do Sal

Quarta-feira alertamos aqui para o facto de haver um buraco no passeio em frente à escola secundária em Alcácer do Sal, e para o perigo que ele representava. Hoje, Sexta-feira, é com satisfação que noticiamos que o assunto já foi resolvido. Informações recolhidas no local deram ainda conta de que o buraco se devia ao facto de uma conduta de drenagem, vulgo manilha de cimento, estar partida o que levava a que a areia fosse arrastada pela água e se escoasse por aí dando origem ao abatimento do passeio naquele ponto.

Para rematar, de referir que não temos a pretensão de afirmar que o Pedra no Chinelo só por si e devido à sua acção resolve tudo. Na verdade, o objectivo primário é alertar para factos que os serviços podem em grande medida ignorar e por isso não resolvem pois só quem conhece é que pode agir, como é óbvio.
Seja como for, o que mais conta é a intervenção pública e o serviço cívico. Não queremos protagonismos nem pôr-nos em bicos de pés. O que importa realçar é que o Pedra no Chinelo ajude a resolver as mais diversas situações e mesmo que a sua contribuição seja apenas de 1%, tal já é muito importante.



Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2013
 
 



Sexta-feira, 25 de Janeiro de 2013

Correto não é correcto III

quinta-feira, janeiro 24, 2013

Autárquicas já mexem em Alcácer do Sal: Paredes tenta encostar o PS... à parede?

A nove meses ainda das eleições autárquicas, o actual Presidente da Câmara Municipal de Alcácer do Sal, eleito pelo PS, Pedro Paredes, não dá a mínima hipótese e antecipando-se a tudo e a todos, anuncia extemporaneamente que será candidato com ou sem o apoio do partido o qual ainda nem sequer se pronunciou publicamente sobre o assunto. A leitura política imediata é que tal reveste-se de uma manobra de natureza táctica que se traduz numa posição de força mas que pode ser também interpretada como uma posição de fraqueza e um acto de desespero, no nosso entender, com o nítido objectivo de encostar os socialistas à parede, de procurar condicionar o Partido Socialista no processo de escolha dos candidatos. Começam assim a aquecer umas eleições que ao que tudo indica irão ser escaldantes.
Face a tudo isto impõe-se naturalmente a pergunta: Qual é a pressa?
 
Fonte: Correio da Manhã, 23.1.2013

IV Recriação Histórica: Entidade organizadora convida população a participar em reunião preparatória

Foi-nos feito chegar às mãos através da caixa do correio, presume-se naturalmente que para ser também divulgado neste cantinho blogsférico, um comunicado emitido pela Câmara Municipal de Alcácer do Sal, mais concretamente pelo Gabinete de Informações e Relações Públicas relativo à organização da IV Recriação Histórica - Feira Quinhentista ainda alusiva aos 500 Anos da outorga da Carta de Foral por El-Rei D. Manuel I ao então concelho do Torrão, no ano de 1512.
Como se pode ver, no comunicado, a entidade organizadora do evento (Câmara Municipal) que irá ocorrer no Torrão, convida toda a população a participar numa reunião preparatória a qual terá lugar no próximo dia 29 de Janeiro a partir das 14 horas no edifício da Junta de Freguesia do Torrão.




quarta-feira, janeiro 23, 2013

Perigo perto da escola secundária

Em Alcácer do Sal em frente à escola secundária - a qual também é, note-se, frequentada por alunos do Torrão - mesmo no passeio encontra-se este enorme buraco. Um verdadeiro perigo para quem ali passe pois o buraco nem sequer está sinalizado.
Enquanto procedia ao registo fotográfico o porteiro da Escola Secundária de Alcácer do Sal (ESAS) dirigiu-se a mim perguntando cordialmente - bem se vê que não me conhece pois se fosse no Torrão o tratamento seria outro -  se eu seria engenheiro da Câmara ao que eu respondi também cordialmente que não era mas que até podia ser ao que este me disse que perguntou porque viu que tinham posto ali areia e que ele tinha alertado para o facto desta ser facilmente arrastada como aliás se viu (e vê). Por sua vez eu disse que estava a fotografar justamente para divulgar no sentido dos serviços municipais tomarem conhecimento e intervirem. E porque sei que o Pedra no Chinelo é lido ao mais alto nível eis que fica a informação à atenção dos serviços competentes pois os alertas não se resumem unica e exclusivamente à freguesia do Torrão - como aliás já o mostramos em anteriores ocasiões.
É pena uma escola que recentemente foi remodelada e inaugurada estar inserida numa zona visívelmente degradada.
Apela-se assim para que esta situação seja agora resolvida com a máxima celeridade.
 



domingo, janeiro 20, 2013

O DESASTRE ORTOGRÁFICO

EXPRESSO, 19 de Janeiro de 2013
Miguel Sousa Tavares
O DESASTRE ORTOGRÁFICO


Em 1990, quando oito países da CPLP assinaram o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, eu era director da revista “Grande Reportagem” e assinei, conjuntamente com Vicente Jorge Silva, então director do “Público“, e Miguel Esteves Cardoso, então director de “O Independente”, uma declaração, publicada nos respectivos meios, comprometendo-nos a não aplicar o dito acordo nas nossas páginas. Passados vinte e três anos, não mudei de opinião relativamente ao AO: fundamentalmente, continuo a não aceitar o facto consumado de um acordo saído do nada, a pedido de ninguém, não negociado nem explicado aos principais utilizadores da língua — autores, professores, editores, jornalistas — e imposto a dez milhões de portugueses por uma comissão de sábios da Academia das Letras do Brasil e da Academia das Ciências de Portugal.
Sempre temi a ociosidade dos sábios e a tendência leviana dos governantes para legislarem a pedido das modas intelectuais. Mas nunca pensei que uma nação que tinha levado a sua língua às cinco partidas do mundo, chegando a ser a língua franca nos mares do sudoeste asiático até ao dealbar do século XIX, fosse capaz de voluntariamente, e invocando vagos interesses geocomerciais, propor a sua submissão às regras em uso num país onde levámos a língua que o unificou. Por outro lado, não fui sensível ao argumento de que as grafias mudam (sem ser naturalmente) e ao exemplo, tantas vezes esgrimido, do ‘ph’ reduzido a ‘f’ pelo AO de 1945 (que o Brasil nunca aplicou, como também não aplicou o anterior, de 1931…). Não alcanço que extraordinário progresso se consumou ao deixar de se escrever “pharmácia”, a troco da “farmácia”, e acho seguramente intrigante que idêntico progresso não tenha contagiado, por exemplo, franceses e ingleses. que continuam a escrever a mesma palavra com ph. Também nunca me convenceu o argumento de que o AO facilitaria a penetração da literatura portuguesa nos PALOP e no Brasil, impossível de alcançar sem ele.
Quanto aos PALOP, basta o facto da recusa de Angola e Moçambique de, até hoje, ratificarem o AO, preferindo escrever no português que lhes levámos, para desmentir essa pretensa vantagem; e, quanto ao Brasil, perdoem-me a imodéstia de invocar o meu testemunho pessoal de quatro livros lá editados, todos com a referência de que “por vontade do autor, manteve-se a grafia usada em Portugal” — e sem que isso tenha prejudicado de alguma forma a sua edição, divulgação e venda.

Oito países falantes de português assinaram o AO de 1990, mas como, após anos de espera em vão, apenas quatro o tinham ratificado, esses quatro decidiram, em 2008, que eram suficientes para o fazer entrar em vigor. O AO, que entre nós começou a vigorar aos bochechos em 2009, é, assim, e antes de mais, inválido, resultante de uma golpada jurídica não prevista no tratado inicial, que apenas confirmou o voluntarismo idiota e o abuso político com que todo o processo foi conduzido. Porque nunca conseguiu convencer quem devia, o AO foi imposto manu militari, por governantes saloios, desprovidos de coragem para enfrentar os lóbis da “cultura” e convencidos de que a força da lei há-de sempre acabar por triunfar sobre a fraqueza da sem-razão. Surdos a todos os argumentos dos oponentes (entre os quais o país deve uma homenagem de gratidão a Vasco Graça Moura), desdenhosos perante o abaixo-assinado com 130.000 subscritores contra o AO, sem um estremecimento de vergonha perante o editorial do “Jornal de Angola” do Verão passado (que aqui citei na altura), onde se escrevia que, se Portugal não defendia a sua língua, defendê-la-iam eles, os governantes acharam que o mais importante de tudo era não desagradar ao Brasil, a cuja presumida vontade fora dedicado o AO.
Mas eis que na iminência de entrar em vigor plenamente no Brasil, em 1 de Janeiro passado, uma petição com 30.000 assinaturas levou o Congresso a pedir e Dilma Rousseff a aceitar a suspensão da sua entrada em vigor por três anos, para que melhor se medite no diktat dos sábios. E chegámos assim à situação actual, verdadeira parábola sobre o destino da sobranceria: neste momento, há três grafias oficiais da língua portuguesa — a que vigora em Angola, Moçambique, Timor, e que é a anterior ao AO; a grafia brasileira que é a mesma de sempre, resultante do não acatamento de nenhum dos três acordos ortográficos assinados connosco, ao longo de 60 anos; e a de Portugal, que, com excepções ainda autorizadas, é resultante do AO de 1990 — feito, segundo diziam, para “unificar a língua”, agradar aos brasileiros e não perder influência em África! É notável, é brilhante, é mais do que prometia a estupidez humana! Perante este facccccccccto, seria de esperar que os nossos sábios e os arautos dos amanhãs que cantariam no português por eles unificado pintassem a cara de preto e viessem pedir desculpas públicas. Eu dar-lhes-ia como castigo a conversão ao AO do “Grande Sertão, Veredas”, de Guimarães Rosa.
Porque agora, digam-me lá, o que faremos nós, depois de termos obrigado, e quase arruinado, os nossos editores a converterem em português do AO todos os livros editados? Depois de termos tornado obrigatórias no ensino as regras do AO, desde a época passada? Depois de termos convencido prestigiadas instituições, como este jornal, a submeterem-se ao Conselho de Ministros? Vamos, como legalmente previsto, tornar o AO universalmente obrigatório para todos a partir de 2015, vergando de vez os lusitanos que ainda resistem, sem saber se os brasileiros farão o mesmo no ano seguinte? Vamos correr o risco de ficar a escrever numa grafia em que mais nenhum país falante da nossa língua escreverá? Vamos oferecer um banco aos angolanos e a TAP aos brasileiros, em troca de eles se renderem e terem pena da nossa solidão? Vamos acolher a Guiné Equatorial na CPLP contra a jura de ratificarem o AO? Vamos exigir aos ilustres embaixadores aposentados da CPLP o mesmo destemor a defender o AO de que deram mostras a enfrentar o governo de narcotraficantes da Guiné-Bissau? Ou vamos conformarmo-nos a ter uma geração de pais que escreve de uma maneira e uma de filhos que escreve de outra maneira?
Porque uma coisa é garantida: a arrogância dos poderosos não conhece arrependimento. Eles jamais voltarão atrás, reconhecendo que se enganaram, que se precipitaram, que foram atrás de vozes de sereias, que se esqueceram de que há coisas que nenhum país independente cede sem estremecer: o território, o património, a paisagem, a língua. Trataram isto como coisa menor, como facto herdado e consumado, de ministro em ministro, de governo em governo, de parlamento em parlamento, de Presidente em Presidente. Partiram do princípio de que os portugueses comem tudo, desde que bem embrulhado em frases grandiloquentes, com a assinatura dos influentes e a cumplicidade dos prudentes. Mas, dêem agora as voltas que quiserem dar aos acordos que assinaram e à língua que lhes cabia defender e não trair, cobriram-se de ridículo. Está escrito nos livros de História: um pais que se humilha para agradar a terceiros, arrisca-se a nada recolher em troca, nem a gratidão dos outros nem o respeito dos seus. Apenas lhe resta o ridículo. Oxalá ele chegasse para matar de vez o triste Acordo Ortográfico!

Transcrição integral de artigo de opinião, da autoria de Miguel Sousa Tavares, publicado no semanário "Expresso" de 19.01.2013

Mau tempo deixa mais uma vez a nú as deficiências do costume

O mau tempo que se tem feito sentir um pouco por todo o país também afectou, ainda que minimamente, o Torrão. Era este o cenário Domingo à tarde passadas que estão mais de 36 horas desde a fase mais activa da intempérie. Desde contentores de lixo até às situações já retratadas em anteriores intempéries, um pouco de tudo ocorreu embora haja a salientar o facto de não ter havido registo de vítimas nem estragos de monta. De referir também que entretanto a maior parte das estradas encontra-se limpa de detritos. Por razões óbvias não retratamos o que se passa no resto da freguesia nomeadamente nas localidades de S. Romão, Casa Branca, Mil Brejos Batão e Rio de Moinhos.  
 

 
 Mais uma vez, na Rua de Beja, o piso volta a ceder e mais uma vez a partir de Segunda-feira lá irão os serviços do município compactar o terreno e voltar a calcetar até que venha nova chuvada que nem precisa ser muito intensa para que o local volte mais uma vez a ficar neste estado. Como é possível que tal ocorra e como é posível que ainda não se tenha feito uma intervenção de fundo neste verdadeiro ponto negro?


A força da ventania fez arrastar o contentor de lixo, que está próximo do complexo das piscinas, durante vários metros onde aliás ainda permanece passados quase dois dias.




Outra situação que só pode causar perplexidade. Mais uma vez, na Rua Nossa Senhora do Bom Sucesso, intervencionada há pouco mais de um ano, os sacos de areia voltam a marcar presença. Ainda mais perplexidade deve causar pelo facto de a queda de precipitação até nem ter sido muito significativa sendo apenas de registar as fortes rajadas de vento.




Junto ao largo da feira é também este o cenário registado.



Próximo do campo do Torino Torranense, também o vento atirou ao chão um contentor.



No largo do depósito, com a bonita Igreja Matriz em pano de fundo, também o contentor de lixo que ali está foi derrubado pelo vento e assim permanece.


Na Rua da Matriz um sinal de trânsito ali colocado está no chão. Neste caso parece dificil ter sido apenas o vento a deformar o varão de aço. Seja como for, fica registado.

sábado, janeiro 19, 2013

Será sempre o Nº1

 

Já escrevi aqui o que penso deste caso e repito-o: Lance Armstrog foi, a meu ver, vítima de despeito e de uma conspiração mesquinha e por isso caiu em desgraça. Sei bem o que isso é porque também me farto de o sentir na pele. Pode ter usado doping e Armstrong confessou-o mas quem em alta competição não usa? E mesmo sem ser em alta competição? E fê-lo sozinho? E quem produziu a substância fê-lo apenas para ele? E mais perguntas se podem fazer.
Armstrog confessou-o porque isso lhe convém e porque se fartou disto tudo. Podem enxovalha-lo, podem tirar-lhe os títulos e fazerem dele hipocritamente um bode expiatório mas as vitórias, o chegar em primeiro, isso ninguém lhe tira, ninguém pode viajar no tempo e retirar-lhe isso. E ninguém lhe retirará os milhões de fãs que tem e terá. E ninguém lhe retirará o facto de Armstrong ser uma lenda e um dos maiores ciclistas de todos os tempos, um exemplo e uma fonte de inspiração.
Usou doping, ponto final parágrafo. Mas e os seus adversários? E outros ciclistas? E outros desportistas?
É fácil derrubá-lo agora. Revoltou-me particularmente ouvir ontém na televisão um jornalista ao dar a notícia dizer, mais coisa menos coisa, que era bom de ver que ganhar 7 voltas a França consecutivas era humanamente muito improvável. Não é um super homem e tal... Ah agora é bom de ver? E antes não era? Antes era o maior e agora é o batoteiro e a fraude? Agora é fácil bater. E Bolt? Não é humanamente improvável o seu feito olímpico? E Phelps e o número de medalhas de ouro olímpicas que conquistou? E o feito de Ye Shiwen, a nadadora chinesa de apenas 16 anos de idade que consegue uma performance daquelas? E halterofilistas, nomeadamente do sexo feminino ainda com menos de 20 anos de idade a levantarem cargas de mais de 100kg? Não é também humanamente improvável e até, digamos, bizarro? Então qual é o segredo destes atletas nomeadamente os atletas teen? Genética? Treino? Começam a treinar com quantos anos ao mais alto nível? Começam onde e quando; no berço ou na creche?
Não sou apologista de batota nem do uso de substâncias dopantes e práticas nocivas para a saúde - e algumas fatais a médio ou longo prazo - nem sei, como é óbvio, nem o afirmo e nem quero saber se estes atletas todos que refiro a título de exemplo usaram tais substâncias nem é isso que está aqui em causa. Apenas digo que acho estranho. Para mim são todos grandes atletas, atletas de elite, vencedores, lendas, fontes de inspiração e motivação com ou sem doping, incluindo Lance Armstrong. O que quero frisar é que é muito natural que se usem diversas substâncias e suplementos uns legais outros nem tanto, uns que sejam inócuos para a saúde e outros que terão efeitos secundários potencialmente devastadores. E se calhar são mais os que usam do que os que não usam inclusive no meio amador e nas mais diversas modalidades, nomeadamente durante a fase de treino. E já agora todos esses produtos, independentemente da sua natureza, são um suplemento. Não é o mais importante, não é a base; nem sequer é um complemento. É apenas um mero suplemento. O que é mais importante é a predisposição genética, a disciplina, a motivação, o treino, o rigor, o sacrifício. Nem o melhor dos esteróides, das substâncias dopantes, do que quer que seja o tipo de suplementação fazem milagres.
Quem nunca errou que atire a primeira pedra. Infelizmente há tanta gente sequiosa de atirar pedras esquecendo-se que todos têm telhados de vidro. Detesto falsos moralistas e falsos puritanos e desafio-os: experimentem tomar uma dessas substâncias - nem que seja em quantidades industriais - nomeadamente a que Armstrong, tudo indica, tomou, montem-se em cima de uma bicicleta (topo de gama, do melhor que há) e depois vejam se conseguem ganhar um Tour que seja.

Temporal também afectou Torrão




Era este o cenário, por volta do meio-dia de hoje, um pouco por todo o lado devido ao temporal que ontém assolou o país.
Na estrada Torrão-Alcácer do Sal, em particular, eram inúmeros os detritos, troncos e ramos de árvores espalhados pela estrada. Chama-se a atenção para este caso particular de um tronco de dimensão considerável perto da Casa Branca e da lama e pedras projectadas pela enésima vez para a estrada perto da ponte sobre o Xarrama.
É perigoso andar na estrada assim e chama-se a atenção para quem o tem que fazer para que circule com precaução.

quinta-feira, janeiro 17, 2013

D. Luis I - O Popular

D. Luis era irmão D'El-Rei D. Pedro V. Era oficial de marinha e nunca sequer sonhou vir a ser Rei. Encontrava-se no estrangeiro quando soube da doença dos irmãos. Regressado ao reino, quando o Duque de Loulé se dirigiu a ele tratando-o por magestade, D. Luis logo percebeu e terá exclamado: «Ai que já fiquei sem o meu Pedro!».
Soube porém ser um digno e magnifico Rei. Um «árbitro», um verdadeiro democrata e um rei institucional.

Em menos de um ano: Torrão volta a ficar parcialmente às escuras

Durante aproximadamente dez horas consecutivas, parte da vila do Torrão voltou a ficar ontém novamente sem energia eléctrica em menos de um ano.
A avaria deu-se mais uma vez no novo PT que está instalado na Rua das Freiras, nas instalações onde funciona o novo lar de idosos do Torrão, mais precisamente ao lado do acesso a esse local situado na referida rua. O blackout decorreu desde as onze horas da manhã até aproximadamente às vinte e uma horas, altura em que chegou o gerador móvel (o qual foi novamente mobilizado) para produzir energia eléctrica enquanto decorriam os trabalhos de reparação por parte do piquete da EDP. Já passava da meia-noite quando os trabalhos ainda decorriam. De acordo com informações recolhidas, desta vez ao contrário da avaria anterior, por já não ser caso virgem, gerou-se uma maior indignação e revolta junto da maioria das pessoas afectadas.
De recordar que a primeira avaria no local deu-se no passado dia 22 de Julho de 2012, como se pode constatar aqui.
Tal como em Julho, a zona afectada foi Rua do Poço Mau, a Rua das Freiras, o Largo dos Fidalgos, parte da Rua dos Fidalgos, Largo do Cruzeiro, Rua do Jericó, Travessa D. Inácia, a rua do Posto Médico antiga Topo Sul do Poço Mau, agora denominada Rua Sebastião Brites Pinto e a Rua do Penedo Minhoto.
Resta saber agora quando ocorrerá uma terceira vez. Como da primeira vez, a avaria ocorreu em meados de Julho e a segunda ocorreu em meados Janeiro (6 meses), a este cadência estima-se que por este andar em meados de Julho volte novamente a ocorrer blackout. É uma simples especulação e uma possibilidade meramente teórica contudo é de registar e não deixa de ser estranho que uma infraestrutura nova (cerca de um ano) já tenha este historial de (graves) avarias.
 
 
Era este o cenário, por volta das 20.30h na Rua do Poço Mau. Ao fundo, a Rua de Beja que, como se vê, não foi afectada



 
Retrato da situação na Rua das Freiras, por volta das 00.15h, onde ainda decorriam os trabalhos de reparação

terça-feira, janeiro 15, 2013

D. Pedro V - O Esperançoso

Se houve Rei que foi amado e querido dos portugueses, esse Rei foi D. Pedro V. Teve como professor Alexandre Herculano. Apesar de ter subido ao Trono com apenas 20 anos estava muitíssimo bem preparado. Foi um autêntico líder e de tal forma estava preparado para a função que lhe chamaram de Esperançoso. Foi de uma devoção total à causa pública, esteve sempre na linha da frente, sempre junto ao povo de tal forma que também lhe chamavam o Muito Amado. Numa altura em que já os governos recorriam aos empréstimos, a que o povo chamava de «a fornada», o Rei ouvia o povo e resistia a dar o aval. Defendia que os que mais tinham deviam ser os que deviam pagar a crise. Foi porém infeliz. O seu reinado foi aquele onde as desgraças naturais, epidemias e calamidades se sucediam em catadupa, umas atrás das outros. Casou com D. Estefânia, a qual viria a morrer com apenas 22 anos. D. Pedro V morre dois anos mais tarde também de doença contagiosa, aos 24 anos. Apesar da idade foi dos maiores Chefes de Estado que Portugal teve no século XIX e dos poucos que foi amado pelo seu povo como poucos reis antes dele (ou depois) o foram. Foi uma perda irreparável para a Monarquia Portuguesa. Como tudo poderia ter sido diferente se este casal real tivesse sobrevivido e reinado por décadas. Talvez hoje ainda Portugal fosse uma democracia real com um Chefe de Estado seu descendente directo e fosse hoje um grande país aos nível dos países mais desenvolvidos e estáveis do mundo. Infelizmente o destino assim não o quis e o azar real foi a sorte daqueles que temos hoje. Foi um Exemplo que devia ser seguido hoje e se há episódio desta série sublime «Reis de Portugal» que vos recomendo caros leitores, é este. Vede e comparai o Exemplo de um grande Rei que o foi apenas na juventude e o exemplo dos que temos hoje, os marmanjos e reformados que governam «isto» e se governam... até um dia.


domingo, janeiro 13, 2013

D. Maria II - A Educadora

D. Maria II que passou à história como a Educadora, subiu ao Trono de Portugal em 1834. O seu reinado atravessou um dos periodos mais dramáticos da história de Portugal com guerras, revoltas, pronunciamentos, golpes militares. A instabilidade política e social foi ao ponto de degenerar numa nova guerra civil. Os governos sucediam-se em catadupa. A unidade nacional estava estilhaçada. Apenas a Coroa era o elo de ligação. Mas depois da tempestade vinha a bonança. D. Maria II morreu aos 34 anos durante o parto do seu décimo filho e deixou um país relativamente calmo.

D. Miguel - O Rei Absoluto

D. Miguel foi o último rei absoluto de Portugal. Patriota e de extrema honestidade, foi um dos reis mais mal aconselhados e foi talvez o mais amado de todos os Chefes de Estado portugueses.

sexta-feira, janeiro 11, 2013

D. Pedro IV - O Rei Soldado

Com a morte de D. João VI as posições extremam-se entre Liberais e Absolutistas tendo como desfecho a Guerra Civil de 1832-1834. Pode dizer-se que desde essa altura até hoje, a sociedade portuguesa se fracturou e que até hoje essas feridas ainda permanecem. Nunca mais o povo português voltou a ser coeso.
D. Pedro IV foi Imperador do Brasil, Rei de Portugal. Foi um profundo amante da liberdade e das ideias humanitárias do Liberalismo, foi maçon e foi um homem de profundas convicções. Deixou um grande legado mas também um país extraordináriamente ingovernável.

quarta-feira, janeiro 09, 2013

D. João VI - O Clemente

D. João VI era filho de D. Maria I e de D. Pedro III. Chamaram-lhe o Clemente porque ele perdoou todos aqueles que a ele recorriam e no entanto todos foram inclementes para com ele, ninguém lhe perdoou nada que ele fizesse. Morreu em 1826, repentinamente. Suspeitou-se desde logo de que o Rei havia sido assassinado. A moderna ciência forense não deixa dúvidas; a análise dos seus restos mortais revela concentrações anormalmente elevadas e fatais de arsénico. D. João VI foi efectivamente envenenado. Por quem... isso... A principal suspeita é a Rainha D. Carlota Joaquina mas ao certo ninguém sabe.
Não lhe perdoaram igualmente os historiadores liberais e actualmente muitos historiadores brasileiros e portugueses porque fugiu, porque se acobardou, porque não tinha personalidade, prque era um glutão, um comilão (calcule-se!), e etc.
É ainda hoje em dia um Rei mal-tratado injustamente, tratado e caricaturado depreciativamente nos dois lados do Atlântico por alguns e no entanto foi uma personalidade dotada de grande bom senso, de grande visão, de grande moderação, de grande bondade. A sua vida e o seu reinado foram um calvário. Viu-se no meio do turbilhão das novas ideias, próprio de um novo tempo que se desenhava e que varria a Europa e mesmo a América. Viu ruir todo um mundo em que acreditava e onde havia nascido. A doença da sua mãe, as Invasões Francesas que destroçaram Portugal metropolitano, a retirada para o Brasil, as convulsões sociais, a independência brasileira, o extremar de posições entrre Liberais e Absolutistas, a acção nefasta da ambiciosa Rainha D . Carlota Joaquina que por ser radical e insensata muito o atormentou e dificultou a sua acção e o seu reinado. Salvou Portugal quando teve que salvar e salvou o Brasil quando este precisou e se hoje o Brasil mantém a sua unidade nacional e é uma grande nação muito o deve a D. João VI que graças à sua acção impediu que este se esfrangalhasse em inúmeras repúblicas insignificantes e mantivesse a sua unidade após a independência, unido pelo cimento da Coroa.

Factura sim mas...

Na maioria das vezes, de tão rotinado que é o ser humano e de tão enraizados que estão os hábitos que perdê-los é uma carga dos trabalhos.
Vem agora o Ministro da Finanças, qual cobrador implacável, querer pôr fim à chamada economia paralela que lesará o erário público em milhões e que será um dos responsáveis pelos altos impostos - como se alguns negócios ruinosos, reformas sumptuárias, milhões atirados para os pobres banqueiros quais bóias de salvação que os salve do naufrágio em que eles próprios se colocaram, clientelas vastas e etc. e tal não tivessem o mesmo resultado, iste é, delapidação do Tesouro Nacional.
Esta filosofia parte do princípio de que são apenas os cidadãos comuns, trabalhadores por conta de outrém e pequenos empresários que fogem ao fisco. É claro que os grandes empresários, as grandes multinacionais, os grandes clientes dos bancos, os quais (bancos) arranjam esquemas para que os seus (grandes) clientes fujam, etc., isto é, todos aqueles que fogem descaradamente e que põem o seu capital a passar férias prolongadas nas Bahamas, nas Ilhas Caimão, etc. esses não são responsáveis. O responsável, o aldrabão, o contumaz é o «Zé Povinho» e ponto final parágrafo.
Assim sendo cria-se agora o novo processo de facturação que tem como doutrina-base pôr o cidadão a fiscalizar e a fazer o serviço que compete ao Estado, fazendo deste, no limite um sicofanta do sistema; uma nova velha doutrina, na linha de outras, que volta a ser posta em prática em Portugal com algumas outras à mistura que devem preocupar todos e que se englobam nessa estratégia sombria, obscura e de contornos pouco claros para não dizer totalmente desconhecidos.
É pois imperioso que os portugueses se mantenham hoje mais do que nunca unidos e vigilantes - vigilantes do sistema e não cairem no erro ou na tentação se serem vigilantes uns dos outros. Quem não nos conhece sabe lá o que nós somos - no limite até podemos ser ASAE. E mesmo conhecendo... sabe Deus. Aí às vezes é onde a coisa ainda é pior.
Foi numa conversa que surgiu por acaso que se me foi feita luz no espírito.
Deve-se pedir factura? Deve! Mas de forma selectiva.
Disse-me essa pessoa, que há muito que pede factura quando vai aos grandes hipermercados, às multinacionais, às gasolineiras, quando carrega o telemóvel, nas farmácias, etc pois se o não fizermos toda essa gente pode fugir e nós é que somos os responsáveis. Fez-me ver os milhões que não eram facturados o que aumentaria os lucros deles. Disse-me ainda que jamais pedirá factura aos pequenos comerciantes, aos pequenos empresários, aos pequenos negociantes até porque estes já estarão vergados por uma enorme carga tributária.
Pessoalmente, não tenho (não tinha e ainda não tenho) por hábito pedir factura até porque muitas vezes alguns nos perguntavam se queriamos factura ou não e se sim que teríamos que pagar mais. Claro que aí ninguém e nem eu, claro, queríamos factura. Pagar mais? Era o que faltava! Pois fiquei a saber que isso é ilegal e que se alguém o fizer que podemos fazer queixa desse agente comercial à ASAE. Não se paga mais por se pedir factura seja lá onde for. Se temos que pagar x é x que pagaremos independentemente de se pedir factura ou não.
Comecei ontém a pôr tal em prática. Doravante é isso que farei e penso que é isso caros leitores a melhor solução. Factura sim e sempre áqueles grandes empresários, aos que ganham somas chorudas, aos que têm lucros fabulosos, nem que seja pela compra de um rebuçado (a soma de muitos rebuçados...) e quanto aos outros, aos pequeninos, nada disso. Deixem-mo-los em paz que a conjuntura está dificil e no limite se estes cessarem a sua actividade a economia ainda mais débil ficará e não sairemos dessa espiral nem deste infernal ciclo vicioso o qual as grandes sumidades do Terreiro do Paço parece que anda não viram - ou se calhar até viram; ou se calhar até é isso que se pretende, isto é, liquidar de vez a economia nacional, liquidar de vez a Nação à semelhança do que se fez ou pretendeu fazer há séculos atrás. [1]
Sendo o Homem um animal de hábitos é dificil perder vícios e certamente muita gente não pedia factura por desconhecimento, por pensar que pagava mais e por hábito de não pedir - é um facto - e mesmo por uma questão de rapidez. Eu por pouco que não me esquecia e deixava passar mais uma vez. Deve ser dificil esquecer já. Era esta minha experiência, caros leitores, que convosco quero partilhar e apelar ao bom senso, ao cuidado e à atenção de todos... a bem da Nação.


[1] Vide a série «Reis de Portugal»

terça-feira, janeiro 08, 2013

D. Maria I - A Piedosa

D. Maria I foi a primeira mulher a subir ao Trono de Portugal como raínha reinante e por consequência foi a primeira mulher a assumir a Chefia do Estado português. Mulheres a assumir a regência, isto é a Chefia de Estado interina, isso houve muitas ao longo da história da monarquia portuguesa mas a primeira mulher que foi efectivamente Chefe de Estado de facto foi D. Maria I.
O seu reinado foi trágico com dramas pessoais e políticos. Foi no seu reinado que Portugal sofreu amargamente a invasão do seu território europeu por Napoleão - foi o tabuleiro onde se jogou a cartada definitiva contra Napoleão na guerra que devassou a Europa.
Ainda no século XVIII, em 1791, D. Maria sofreu o colapso psicológico que a levou à loucura. A morte do seu marido e tio, o Rei Consorte D. Pedro III e do seu filho mais velho, o Príncipe Real D. José, Herdeiro do Trono, e a Revolução Francesa de 1789 e consequente execução da Familia Real Francesa no cadafalso, levaram-na à demência e consequente incapacidade para exercer as suas funções de Estado, para exercer o ofício de reinar sendo substituida nessa tarefa pelo seu filho, o Infante D. João, então Príncipe Regente, depois Rei D. João VI. Apesar de tudo ainda iria sofrer os traumas das Invasões Napoleónicas e da Retirada da Familia Real para o Brasil - onde aliás viria a morrer em 1816 - mas aí já de certa forma poupada ao drama pelo facto da sua profunda doença não lhe permitir ter consciência plena do que acontecia à sua volta.
Foi amante das artes e das ciências, foi no seu reinado que foi criada a Casa Pia, em Lisboa, pelo Intendente Geral de Polícia Pina Manique, e a Lotaria Nacional e foi, apesar de tudo, e enquanto de facto governou, uma grande mulher, inteligente e uma excelente Chefe de Estado.

segunda-feira, janeiro 07, 2013

Falta de vergonha! Até quando, portugueses?


D. José I - O Reformador

D. José subiu ao Trono de Portugal em 1750. Foi no seu reinado que se deu o grande terramoto a 1 de Novembro de 1755, foi no seu reinado que Sebastião José de Cravalho e Melo, o Marquês de Pombal, governou com mão de ferro em conjunto com o Rei, o país.

sábado, janeiro 05, 2013

D. João V - O Magnânimo

D. João V nasceu em 1689 e subiu ao Trono de Portugal, com 17 anos de idade, em 1706. Morreu em 1750. O seu reinado durou 44 anos e foi um dos reinados mais longos da história de Portugal. Foi no seu reinado que se iniciou o ciclo do ouro do Brasil. Foi um reinado marcado pela monumentalidade e invejado na Europa de então.
Chamaram-lhe o Magnânimo e foi de facto magnânimo em tudo: no bom e no mau, no que ganhou e sobretudo no que gastou.

sexta-feira, janeiro 04, 2013

D. Pedro II - O Pacífico

D. Pedro II foi cognominado de O Pacífico devido ao facto de ter sido no seu reinado que foi assinada a paz com Espanha que punha fim às guerras da Restauração. Porém e apesar de tudo foi também ele que envolveu Portugal na guerra da Sucessão espanhola. Foi no seu reinado que foi encontrado o ouro do Brasil e foi ele o primeiro monarca do absolutismo, em Portugal.

quarta-feira, janeiro 02, 2013

A frase do dia... sem acordos ortográphicos

«Há uma cousa em que supponho que ate os meus mais entranhaveis inimigos me fazem justiça; e é que não costumo calar nem attenuar as proprias opiniões onde e quando, por dever moral ou juridico, tenho de manifestá-las...»

Alexandre Herculano (1810 - 1877)

Acordo Ortográfico: o cadáver adiado (Vasco Graça Moura)

No Brasil, tratava-se fundamentalmente de sacrificar o trema e o acento agudo em meia dúzia de casos. E ninguém se resignava às regras absurdas de emprego do hífen... Com isso, bastou o abaixo-assinado de uns 20 mil cidadãos para se adiar a aplicação de uma coisa trapalhona denominada Acordo Ortográfico (AO). Os políticos ouviram a reclamação, estudaram-na e assumiram-na, e a sr.ª Rousseff decidiu.

Em Portugal, o número de pessoas que tomaram posição contra o AO já ultrapassava as 120 mil em Maio de 2009. Hoje, e considerando tanto o Movimento contra o AO de então como a actual Iniciativa Legislativa de Cidadãos (ILC) com a mesma finalidade, esse número é incomparavelmente mais elevado.
Portugal bem pode propor a todos os quadrantes ideológicos e parlamentares da sua classe política que se assoem agora a este cruel guardanapo.
Faltou-lhes a coragem de respeitar as opiniões autorizadas, a capacidade de reflectir com lucidez sobre o assunto, a vontade cívica de se informarem em condições.
Acabaram a produzir este lindo serviço, com a notável excepção do relatório Barreiras Duarte, aprovado por unanimidade na Comissão Parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura (Abril de 2009), mas que não teve qualquer efeito prático.
A CPLP, ao engendrar o torpe segundo protocolo modificativo do AO, violou sem escrúpulos o direito internacional e traiu a língua portuguesa. Não serve. Mostrou total inconsciência, incompetência, incapacidade e oportunismo na matéria.
Agora, é evidente que, de três, uma: ou o Brasil vai propor uma revisão do AO, ou tratará de a empreender pro domo sua sem ouvir os outros países de língua portuguesa, ou fará como em 1945, deixando-o tornar-se letra morta por inércia pura e simples.
No primeiro caso, mostra-se a razão que tínhamos ao insistir na suspensão do AO, a tempo, para revisão e correcção. A iniciativa deveria ter sido portuguesa e muitos problemas teriam sido evitados.
No segundo caso, mostra-se além disso que continuamos a ser considerados um país pronto a agachar-se à mercê das conveniências alheias. Com a desculpa, a raiar um imperialismo enjoativo, da "unidade" da língua, em Portugal haverá sempre umas baratas tontas disponíveis para se sujeitarem ao que quer que o Brasil venha a resolver quanto à sua própria ortografia. Foi o que se passou em 1986 e 1990.
No terceiro caso, mostra-se ainda que ficaremos reduzidos a uma insignificância internacional que foi criada por nós mesmos.
Mas, em qualquer dos casos, a situação será muito diferente da actual.
O Acordo Ortográfico não ficará incólume e as suas regras serão revistas e modificadas. Ninguém esconde no Brasil esta necessidade de revisão e correcção, tão cultural, social e politicamente sentida que está na base do adiamento decretado.
Se as regras vão ser modificadas, e quanto a este ponto não pode subsistir qualquer espécie de dúvida, será um absurdo absoluto que se mantenha a veleidade de as aplicar em Portugal na sua forma presente.
Não se pode querer contestar oficial ou, sequer, oficiosamente a existência de três grafias, nada menos de três, como resultado grotesco de uma tentativa sem pés nem cabeça de uniformização delas em todos os países que falam português: a brasileira, a angolana e moçambicana e a irresponsável que é a portuguesa.
Torna-se imperativo o reconhecimento oficial de que a única ortografia que está em vigor em Portugal é a que já vigorava antes das desastrosas pantominas que foram empreendidas pelo Governo Sócrates.

No meio desta vergonha, o mais simples é:

a) reconhecer-se que o AO nunca entrou em vigor por falta de ratificação de todos os estados signatários;
pressuposto essencial da sua aplicação que é o vocabulário ortográfico comum que nem sequer foi iniciado;

c) suspender-se tudo o que se dispôs em Portugal quanto à aplicação do AO, nomeadamente no plano das escolas, dos livros escolares e dos serviços do Estado;

d) tomar-se a iniciativa de negociações internacionais com vista a uma revisão e correcção do AO por especialistas dignos desse nome.

O Acordo Ortográfico é tão mal feito que nem o Brasil o aceita... Logo à nascença, já era um cadáver adiado. Com vénia de Fernando Pessoa, agora não se pode deixar que, sem a necessária revisão, ele procrie seja o que for.

Vasco Graça Moura in Diário de Notícias

Salvem a Fonte de Vale de Semedeiros!

É neste triste e lamentável estado que se encontra a Fonte de Vale de Semedeiros, na estrada entre o Torrão e Alcácer do Sal. Longe vão os tempos em que a fonte, orgulhosa, matava a sede de quem ali passava, com a sua água abundante. Água famosa esta a de Vale de Semendeiros; poucos eram os condutores que ali passavam e se faziam rogados, parando para encher garrafões e outros recipientes. Hoje mete dó e vergonha ver a fonte assim. Apenas um fio tímido corre ali, o tanque cheio de erva, a alvenaria destroçada. É uma vergonha e uma tristeza ver o património assim destruido por todo o concelho. Não há nada que não esteja lamentávelmente arruinado. As fontes, sendo a água um bem precioso estão completamente arrasadas. A Fonte Santa, aprisionada e seca (secaram-na!), a Fonte da Partina, a «barbio», como diz o povo por cá, completamente cercada por um matagal... são exemplos; tristes exemplos. Esta fonte, outra apagada e vil tristeza. De quem é a responsabilidade? Pertence a fonte ao município? Mesmo que não pertença, não lhe cairia certamente os parentes na lama se deitassem a mão a este patromónio nem que fosse para lhe pôr uma pinga de tinta em cima. À freguesia do Torrão é que não pertence, justiça seja feita, pois a fonte encontra-se na Freguesia de Santiago. Haja quem tenha coragem e sensibilidade para fazer algo pelo nosso desgraçado patromónio colectivo. Fica mais um apelo a quem de direito, seja ele quem for.

Começa-se assim o ano mas infelizmente este é um combate que tem que continuar antes que destruam tudo, tudo, tudo. Assim, mesmo que seja tudo destruido mesmo que por negligência ao menos é denunciado e todos ficam a saber. Nunca nos calaremos nem nos demitiremos de participar civicamente nem cederemos a ameaças seja elas quais forem.

É uma intervenção arrebatada, quiçá injusta, mas é uma intervenção de quem se sente português, patriota, que ama a sua terra e se indigna com toda esta falta de sabe Deus o quê.

 Junto à estrada Torrão-Alcácer do Sal está a Fonte de Vale de Semedeiros



 O estado de destruição, de degradação é evidente

 É neste lamentável estado que se encontra o tanque da fonte


D. Afonso VI - O Vitorioso

D. Afonso VI foi um Rei infeliz. Vítima de meningite quando tinha apenas três anos de idade, ficou hemiplégico do lado direito, embora recuperasse um pouco, e diminuido mentalmente. Chamaram-lhe o Vitorioso porque foi no seu reinado que se deram as batalhas decisivas contra a Espanha que iriam pôr fim às Guerras da Restauração ou da Aclamação ou ainda da Independência. Encontrou no Conde de Castelo Melhor, Escrivão da Puridade, um esteio, um apoio. Para além de seu amigo, Castelo Melhor foi o artífice da consolidação da independência de Portugal.

terça-feira, janeiro 01, 2013

D. João IV - O Restaurador

D. João IV, O Restaurador porque foi ele quem restaurou a Monarquia Portuguesa. Com ele inicia-se a 4ªDinastia, a Dinastia de Bragança.
Depois da libertação de Portugal, da Espanha, os espanhóis não iriam deixar a coisa assim. D. João IV prepara o Reino para o confronto inevitável; organiza política e militarmente as suas forças, inicia intensa actividade diplomática e em Cortes aumenta-se os impostos extraordináriamente. Um aumento brutal, uma carga enorme para levantar Portugal e fazer frente à toda-poderosa Espanha. Ao contrário do que havia sucedido durante o domínio filipino, desta vez ninguém protestou. Os portugueses sabem que quando os seus impostos são pagos para uma causa justa e administrados por patriotas e não por traidores e oportunistas, pagam-nos.
Portugal estava exausto, destroçado - a política de Lerma e Olivares tinham levado a isso. O objectivo era deixar Portugal sem qualquer capacidade de sobreviver sozinho - arruinado, fraco. E no entanto, um Portugal que há época contava com cerca de um milhão de habitantes apenas - note-se; um milhão - inicia, indo buscar forças sabe Deus onde, uma jornada gloriosa batendo-se em várias frentes pelo mundo fora contra as poderosas Espanha e Holanda levando sempre a melhor. Lições da história estas que aqui vos deixamos. Mesmo estando práticamente destoçado Portugal conseguiu sempre dar a volta por cima «in extremis».