segunda-feira, novembro 19, 2012

Pandemónio na Rua Nossa Senhora do Bom-Sucesso

«Está óptimo o piso. Falta só marcar e claro, a obra ser testada pela Natureza. Mais uma vez, até à próxima borrasca». - Paulo Selão in Pedra no Chinelo (30 de Outubro de 2011)


 Um colector entupido e como tal com capacidade nula de escoamento



 Os sacos de areia infelizmente voltaram em força numa rua onde toda a gente esperava que tais acontecimentos fossem definitivamente passado
 
 
 
 Imagem do passeio quebrado para ter acesso à caixa e grelhas dos colectores abertas
 
 


 Estas imagens são bem reveladoras de parte das causas. Repare-se nas dimensões desta caixa e repare-se que tanto a conduta de esgoto como a conduta de águas pluviais confluem. De referir ainda que a tampa desta caixa não se encontra à cota do passeio mas por baixo das peças pelo que sempre que seja necessário ter acesso a qualquer caixa terá que se quebar inevitávelmente o passeio.
 






Pormenor do colector, junto ao Nº18, com tubo de escoamento invertido. Repare-se que o tubo vem do sentido ascendente e repare-se que, ainda que este fosse um tubo que conduzisse águas vindas de cima, não há nenhum tubo no sentido descendente. Há apenas uma saida.


Um drama e uma situação aflitiva foi aquilo que se passou na passada Sexta-feira, fruto do mau tempo, embora um fenómeno meteorológico perfeitamente enquadrado nos valores normais, e das muitas deficiências ao nível do escoamento das águas pluviais na Rua Nossa Senhora do Bom-Sucesso, no Torrão, recentemente alvo de requalificação.
Tal como as imagens mostram, os sacos de areia voltaram em força às portas dos moradores. Inundações que provocaram alguns estragos levaram a que uma caixa tivesse que ser aberta bem como as grelhas dos colectores.
Segundo os moradores, houve ainda quem visse a água subir a partir do esgoto nomeadamente da sanita trazendo todo o tipo de dejectos pelo que se conclui que as redes de esgoto e pluviais não serão independentes o que sobrecarrega ainda mais um sistema que já está sobrecarregado, ao que tudo indica, fruto do sub-dimensionamento da rede de águas pluviais. Os moradores defendem que a canalização devia ter maior diâmetro de forma a ter capacidade de escoar as águas que vêm de montante, da zona alta do Torrão e indignam-se ainda de se ter chegado ao cúmulo de haver um colector de águas com a boca de escoamento invertida, isto é, recolhendo as águas a uma cota inferior e com esta orientada no sentido da subida de cota, perguntando-se num misto de perplexidade e sarcasmo onde é que já se viu água a correr de baixo para cima.
Os moradores lamentaram ainda e mostraram-se indignados com as alegadas afirmações do Secretário da Junta de Freguesia por, apesar de estarem à vista todos os prejuízos, este se ter mostrado surpreendido e não compreender as queixas dos moradores pelo facto de a zona ter sido alvo de obras de requalificação recentes pelo que nada faltaria o que até é verdade pois se houve coisa que abundou foi água e não só.
Outra questão que provocou incompreensão foi o facto dos Bombeiros inicialmente, e numa situação de emergência, se mostrarem resilientes e de não querem assumir a responsabilidade nem tomar a iniciativa de abrir as grelhas e quebrar o passeio para abrir a caixa, sem ordem da GNR ou dos responsáveis camarários pelo que terá sido um familiar, de um dos moradores afectados, mais resoluto, a tomar a iniciativa fazendo juz à velha máxima de que «em tempo de guerra não se limpam armas».

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