segunda-feira, fevereiro 27, 2012

Até quando torranenses? Até quando portugueses?





Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!
Até quando você vai ficar usando rédea?!
Rindo da própria tragédia
Até quando você vai ficar usando rédea?!
Pobre, rico ou classe média
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
muda que o medo é um modo de fazer censura

Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!!)
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!!)
Até quando vai ser saco de pancada?

Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente
O seu filho sem escola, seu velho tá sem dente
Cê tenta ser contente e não vê que é revoltante
Você tá sem emprego e a sua filha tá gestante
Você se faz de surdo, não vê que é absurdo
Você que é inocente foi preso em flagrante!
É tudo flagrante! É tudo flagrante!!

A polícia
Matou o estudante
Falou que era bandido
Chamou de traficante!
A justiça
Prendeu o pé-rapado
Soltou o deputado
E absolveu os PMs de Vigário!

A polícia só existe pra manter você na lei
Lei do silêncio, lei do mais fraco
Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco
A programação existe pra manter você na frente
Na frente da TV, que é pra te entreter
Que é pra você não ver que o programado é você!
Acordo, não tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar
O cara me pede o diploma, não tenho diploma, não pude estudar
E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado, que eu saiba falar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá
Consigo um emprego, começa o emprego, me mato de tanto ralar
Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar
Não peço arrego, mas onde que eu chego se eu fico no mesmo lugar?
Brinquedo que o filho me pede, não tenho dinheiro pra dar!
Escola! Esmola!
Favela, cadeia!
Sem terra, enterra!
Sem renda, se renda! Não! Não!!

Muda que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente!
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro!

Até quando você vai ficar levando porrada,
até quando vai ficar sem fazer nada


Composição: Gabriel o Pensador; Itaal Shur; Tiago Mocotó

domingo, fevereiro 26, 2012

Se bem me lembro: A Universidade Sénior do Torrão...




Faz hoje precisamente um ano, mais concretamente daqui a algumas horas, que teve lugar no Torrão uma sessão da Assembleia Municipal. Entre outras coisas mais que foram ditas destaca-se aqui a intervenção da Sra. Vereadora da Educação que revelou que, no edifício onde estava instalado o Jardim de Infância, iria funcionar um polo da Universidade Sénior.
Entretanto passou um ano desde que tais palavras foram proferidas. Há dez meses foi inaugurado o novo Centro Escolar do Torrão e transferido o Jardim de Infância para lá e desde aí o referido edifício permaneceu encerrado. Nem séniores nem júniores. Nunca mais se falou sobre o assunto. Será que houve esquecimento? Bem, se houve aqui está algo para refrescar a memória.
E entretanto o edifício ali permanece fechado a sete chaves, imprestável e sem qualquer utilidade. Resta saber até quando.

sábado, fevereiro 25, 2012

Música de intervenção, musica para reflexão



Atente-se na letra a partir dos 54 segundos


Letra:

Tantos anos a estudar para acabar desempregado
Ou num emprego da treta, mal pago
E receber uma gorjeta que chamam salário
Eu não tirei o Curso Superior de Otário
… não é falta de empenho
Querem que aperte o cinto mas nem calças tenho
Ainda o mês vai a meio já eu ‘tou aflito
Oh mãe fazias-me era rico em vez de bonito

É sexta-feira

Suei a semana inteira
No bolso não trago um tostão
Alguém me arranje emprego
Bom Bom Bom Bom
Já Já Já Já

Eles enterram o País o povo aguenta

Mas qualquer dia a bolha rebenta
De boca em boca nas redes sociais
Ouvem-se verdades que não vêm nos jornais

Ter carro é impossível
Tive que o vender para ter combustível
Tenho o passe da Carris mas hoje estão em greve
Preciso de boleia, alguém que me leve

É sexta-feira

Suei a semana inteira
No bolso não trago um tostão
Alguém me arranje emprego
Bom Bom Bom Bom
Já Já Já Já
É sexta-feira

Quero ir p’ra brincadeira

Mas eu não tenho um tostão
Alguém me arranje emprego
Bom Bom Bom Bom
Já Já Já Já
Basta ser honesto e eu aceito propostas
Os cotas já me querem ver pelas costas
Onde vou arranjar dinheiro para uma renda?
Não tenho condições nem para alugar uma tenda
E os bancos só emprestam a quem não precisa
A mim nem me emprestam pa mudar de camisa
Vou jogar Euromilhões a ver se acaba o enguiço
Hoje é sexta-feira vou já tratar disso
É sexta-feira
Suei a semana inteira
No bolso não trago um tostão
Alguém me arranje emprego
Bom Bom Bom Bom
Já Já Já Já
É sexta-feira
Quero ir p’ra brincadeira
Mas eu não tenho um tostão
Alguém me arranje emprego
Bom Bom Bom Bom
Já Já Já Já
Bom Bom Bom Bom
Já Já Já Já
Tem que ser BOM
JÁ!

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Vergonhoso e triste





É neste estado lastimável e absolutamente miserável que está o jardim da escola. Este assunto já tinha sido aflorado aqui em Agosto. Mas desde aí não só infelizmente a situação não se inverteu como piorou; e muito.
É lamentável a destruição de património público mas também é de lamentar e é lastimável e deplorável a negligência, a incúria e o desprezo. É isto um parque infantil? Realmente nesta terra não há nada que resista.
Impõe-se a pergunta: Fica assim?

A não perder

Estado não tem legitimidade para impor


«(...) um Estado que se arroga competências para impor uma ortografia comete desvio à regra democrática» - António Feijó, Director da Faculdade de Letras de Lisboa
Fonte: Jornal i

Fadinho esclarecedor

terça-feira, fevereiro 21, 2012

Heróis da Fruta: Projecto Lanche Escolar Saudável 2011/2012


O projecto «Heróis da Fruta – Lanche Escolar Saudável» é a primeira iniciativa de intervenção escolar da APCOI (Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil) e tem como objectivo incentivar as crianças até aos 10 anos a consumirem mais fruta diariamente, invertendo assim a estatística nacional deste consumo que é de apenas 2%. Mário Silva, Presidente da APCOI, afirma que «com a implementação desta iniciativa, a APCOI pretende replicar a mecânica de um projecto-piloto com provas dadas de sucesso a nível local e potenciar o seu impacto social para todo o país».
O «Heróis da Fruta – Lanche Escolar Saudável» desenvolveu-se a partir de uma experiência-piloto anterior de âmbito local designada por “A Fruta Nasce Em Casa” realizada entre 2008 e 2010 pela Vitamimos – Centro de Educação Alimentar, sediada em Carcavelos, que é parceira estratégica da APCOI na implementação desta acção a nível nacional.
Para tal, a APCOI – Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil, promove ao longo do ano lectivo 2011/2012 o projecto «Heróis da Fruta – Lanche Escolar Saudável» com o objectivo incentivar as crianças a comerem mais fruta no lanche escolar como forma de prevenir a obesidade infantil, entre outras doenças associadas.
Esta iniciativa é de âmbito nacional e aberta à participação de todos os jardins-de-infância e escolas básicas do 1º ciclo, públicas e privadas, de Portugal Continental, Madeira e Açores, tal como estipula os dois primeiros artigos do regulamento do concurso.
Os vencedores serão apurados, mediante votação online, de entre aqueles que conseguirem o maior número de votos. O Agrupamento de Escolas do Torrão está entre os participantes.
Sendo esta uma causa nobre, naturalmente que o Pedra no Chinelo apoia, associa-se ao evento e apela ao voto na candidatura do Torrão.
Para votar no «Hino da Fruta» do Torrão basta clicar Aqui, seleccionar a opção Escola: Escola Básica do Torrão, Agrupamento de Torrão, Torrão, Turma: 1º, 2º, 3º, 4º & Ji e votar.

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

Colóquio «Alentejo: Que Futuro?»

A Questão Oliventina



Desde sempre que Olivença foi um espinho na diplomacia portuguesa, tendo sido celebrados dois acordos para definição das fronteiras entre ambos os países, em 1864 e em 1926, em ambas as ocasiões deixou-se por delimitar uma faixa do Alentejo coincidente com o território de Olivença. Nem mesmo no tempo de Salazar a solução resolveu-se, pelo contrário até mesmo um Coronel de Cavalaria dirigiu-se com uma coluna de blindados para Olivença e foi parado à ultima da hora pelos capangas do sr.Professor de Finanças. Em 1938 foi criado o Grupo de Amigos de Olivença que na altura se chamava Sociedade Pró-Olivença, de entre os seus 40 fundadores destacava-se o General Humberto Delgado.
Na ordem internacional continua a vigorar o entendimento assumido e proclamado no Congresso de Viena de 1815 que, reunindo todas as potências beligerantes, entre elas os dois Estados peninsulares, pôs termo às Guerras Napoleónicas e estabeleceu uma nova ordem internacional, decidindo concretamente, a respeito de Olivença, que «Les Puissances, reconnaissant la justice des réclamations formées par S. A. R. le prince régent de Portugal e du Brésil, sur la ville d’Olivenza et les autres territoires cédés à Espagne par le traité de Badajoz de 1801, et envisageant la restitution de ces objets, comme une des mesures propres à assurer entre les deux royaumes de la péninsule, cette bonne harmonie complète et stable dont la conservation dans toutes les parties de l’Europe a été le but constant de leurs arrangements, s’engagent formellement à employer dans les voies de conciliation leurs efforts les plus efficaces, afin que la rétrocession desdits territoires en faveur du Portugal soi effectuée; et les puissances reconnaissent, autant qu’il dépend de chacune d’elles, que cet arrangement doit avoir lieu au plus tôt» (Art.º 105.º do Tratado de Viena, também subscrito por Espanha).
Em 2007 no Governo de José Socrates o Ministério dos Negócios Estrangeiros recusa ocupação espanhola de Olivença, em 2010 o constitucionalista do PSD, Pedro Bacelar Gouveia fez pertinente requerimento à Assembleia da República, endereçado ao Ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, intitulado “O território terrestre de Portugal e a questão de Olivença”. Não sendo uma questão menor a Questão de Olivença consta do relatório “The World Factbook” da CIA.
Agora seis deputados do PS endereçaram ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, uma pergunta que parece destinada a causar-lhe embaraços sérios. Para os deputados interpelantes, Portas deveria intervir contra as comemorações planeadas em Espanha para assinalar a anexação daquela antiga cidade portuguesa. Durante o Governo anterior a Esquerda era acusada de falta de patriotismo sobre o assunto, resta saber qual a posição da Direita … porque a de Salazar sobre a mesma todos sabemos.

Paiva Monteiro

domingo, fevereiro 19, 2012

Desfile de Carnaval anima Torrão

Muita alegria, cor e originalidade; assim foi mais uma edição do tradicional desfile carnavalesco no Torrão que para além de carros alegóricos e participantes locais contou ainda com a presença de participantes e carros alegóricos de Alcácer do Sal e Foros de Albergaria. O tempo ajudou e, se bem que infelizmente para a agricultura é mau, o dia radioso e ameno propiciou óptimas condições para a folia.
Não foi um grande desfile, é facto, mas vá lá, vá lá. Meia dúzia de carros e muitos participantes bem dispostos chegaram perfeitamente para animar a vila e dinamizar um evento que já não é, nem de perto nem de longe, aquilo que era.
Não podemos ainda, antes de encerrar esta parte, deixar passar em claro aquele que aqui no Pedra foi considerado o melhor carro. A crítica é unânime sobre aquele que foi o «must» deste desfile: o carro do Café Tá Quase, intitulado «Selva ao Vivo» pela sua originalidade, elaboração, e capacidade de destaque.

















Mas infelizmente no melhor pano cai sempre, sempre a nódoa. É fatal, fatal, fatal como o destino. É que não há nem uma vez...
As placas colocadas, nos locais habituais de estacionamento... Uma, duas, três, quatro. Na Rua do Relógio, no Largo de S. Francisco, na Praça Bernardim Ribeiro, na Rua dos Cardins... todas elas avisavam que ali hoje era proibido «estancionar» as viaturas.
É o hábito; e os hábitos, já se sabe, são dificeis de perder. Mas assim como assim, já estamos habituados e, como é Carnaval, ninguém leva a mal.
Na verdade, ainda tentaram emendar a mão e fazer passar a coisa despercebida mas foi pior a emenda que o soneto. É que se não tivessem apagado, ainda podia ser que a coisa fosse passando despercebida e até muito boa gente que visse, poderia pensar que era brincadeira de Carnaval. Agora assim, autodenunciaram-se... A isto é que se chama fazer a festa, atirar os foguetes e apanhar as canas.









quinta-feira, fevereiro 16, 2012

Torna-se complicado assim... muito mesmo

Foi realmente uma pena este processo não ter sido acompanhado desde o início como se impunha pois ter-se-iam conseguido imagens ainda mais espectaculares e elucidativas. Na sequência das obras de melhoramento das infraestruturas eléctricas, levadas a cabo como consequência da instalação de um posto de transformação, obra desencadeada pela necessidade de dotar o futuro lar de idosos de potência eléctrica suficiente para alimentá-lo, tem havido na Rua do Poço Mau uma actividade frenética e um tanto ou quanto mal planificada para não dizer pior.
Como as imagens mostram, vai ser instalada uma caixa eléctrica, chamemos-lhe assim, na rua. Agora repare-se onde esta aparentemente irá ficar. O edifício contíguo é um antigo Convento datado do século XVI. Praticamente desde essa altura, ali existe este pedregulho enorme que aparentemente, apesar dos temores, não deve ter qualquer função estrutural. Foi ali encostado; provávelmente sobrou da obra. Pergunta-se: então aquele canto não poderia ser utilizado para ali colocar a caixa optimizando-se assim o espaço existente? Pergunta-se ainda: Estéticamente, fica perfeito? Fica???
Porém antes disso, a caixa ia ser encostada ao edifício situado do outro lado da travessa criando ali um obstáculo a uma via pública. Depois, motivado pelos protestos dos moradores, achou-se por bem colocar a caixa cerca de 1,5 metros para a direita de onde agora está. Essa zona é o local onde se encontram três contentores de lixo. Posteriormente, porque se lembraram que a caixa iria ocupar parte do espaço onde estão os contentores, e como não existe alternativa de os colocar em mais lado nenhum nesta rua e como reduzir o número de contentores está fora de questão visto que estes servem uma zona considerável sendo que três ainda são poucos e que com a vinda do lar ainda vai ser pior - na verdade o lixo chega-se a acumular no chão - tal tornava-se insustentável e vai daí, lembrando-se deste pequeno grande pormenor lá andou a caixa um pouco para a esquerda.
De referir que as entidade públicas conhecem a situação e ninguém se lembrou (e até nem é precisa muita inteligência) de remover a pedra comprovando-se mais uma vez aquela máxima: Não dão mais do que isto.
Mas quem não quisesse estar com esse trabalho de remoção da pedra, sempre poderia encostar a caixa ao palácio onde vai ser o lar sem que para tal fosse preciso danificar a parede até porque este também é um edifício histórico. Mas aparentemente, e pelo que tudo indica, para ali não se pode embeirar, não se pode dar cabo da coqueluche; mas escavacar as paredes dos prédios limítrofes, sendo que um deles é monumento, aí já não há muitos pudores. E assim andamos por cá. Fica mais esta para todo o mundo ver.
Era uma vez em Portugal, numa vila perdida chamada Torrão...


Nesta imagem vê-se bem o espaço desperdiçado e o absurdo da situação. Também se pode ver que entre a parede e a pedra não existe rocha sólida. Na verdade, aquele espaço foi sendo preenchido com entulho e restos de argamassas que consolidaram os entulhos.


Quem vê esta imagem certamente se lembrará da letra daquela canção: «Encosta a tua cabecinha no meu ombro e chora e conta logo a tua mágoa toda para mim. Quem chora no meu ombro eu juro que não vai embora; que não vai embora, que não vai embora...». Isto sim, é amor. Pena foi ter sido apenas iniciado dia 16 de Fevereiro. Devia ter sido feito dois dias antes.



Nestas imagens, a travessa onde se encontra ainda o buraco onde se queria colocar a caixa... ou melhor, o obstáculo

O local onde os contentores estão implantados

Os três contentores localizados provisóriamente mais abaixo. E só pode ser mesmo provisóriamente como é óbvio

O local alternativo onde poderia perfeitamente ficar a caixa, no cantinho por detrás do pilarete esquerdo
Como se não bastasse, como já se fez alusão, antes de ter sido equacionada a colocação desta caixa, pôs-se a hipótese de a colocar na parede de um edifício privado. Vai daí toca a abrir um buraco onde foi colocada uma caixa de menores dimensões. No dia seguinte foi a caixa retirada, e taparam o buraco. No convento, recorde-se um monumento, ainda que desprezado, abriram outro buraco que posteriormente veio a ser tapado.