sexta-feira, dezembro 30, 2011

Haja Misericórida - Correcção

Segundo informações obtidas recentemente, a Santa Casa da Misericórdia do Torrão não será, tal como foi referido, a proprietária deste imóvel devoluto e do qual demos notícia aqui. Perante a imprecisão das fontes, o Pedra no Chinelo lamenta profundamente e corrige a informação a qual é publicada no sentido de repôr a verdade e salvaguardar o bom nome dessa nobre e prestigiosa instituição que é a Santa Casa da Misericórdia do Torrão à qual endereçamos desde já os nossos mais sinceros pedidos de desculpa.

quinta-feira, dezembro 29, 2011

O calendário da desigualdade


É com muita tristeza, decepção e até mesmo a contra-gosto que vou abordar este tema. Não é fácil. Este é de facto um trabalho duro mas alguém tem de o fazer.
O calendário, da Junta de Freguesia do Torrão, para 2012, é na verdade um dos, se não mesmo, o mais infeliz. Pergunta-mo-nos todos, estupefactos como é possível um orgão do Poder Local, um órgão político, uma instituição pública favorecer, ainda que, e creio mesmo que o fizesse de forma inocente e inconsciente, certas e determinadas empresas, empresários e cidadãos sediadas na Freguesia em deterimento dos demais; que ainda assim são a esmagadora maioria que foi discriminada? Fosse como fosse, fê-lo e quanto a isso não há volta a dar. Como consequência, o dinheiro dos contribuintes, de todos, inclusive e, ironia das ironias, daqueles empresas e empresários que foram descriminados, acaba por servir os interesses de alguns particulares que assim dispõem de publicidade grátis. Ó meus caros, quem quer publicidade em calendários que os mande fazer e os pague.
Se a ideia era mostrar a riqueza gastronómica da Freguesia do Torrão, como certamente foi, o mais sensato seria pôr as garrafas de vinho de todos os viticultores como foi o caso e bem; um garrafão do bom azeite Xarraminha ao lado do bom azeite de Vale d'Arca sem fazer menção à Cooperativa embora tal nem fosse grave pois esta não é própriamente uma empresa; fotografava-se um pão de quilo sem mencionar nomes de panificadoras embora tal ficasse inevitávelmente implícito; um prato tradicional com bolos sem nada mais... esta seria uma publicidade neutra que fazendo alusão aos melhores produtos da gastronomia local ainda assim não favoreceria ninguém nem discriminaria ninguém.
Como se não bastasse, para cúmulo e à falta de melhor, num calendário com motivos gastronómicos... caixilharia(!!!). E a pergunta é: Porquê? Bem, a não ser que haja por aí quem devore portas de alumínio ao pequeno-almoço. Não as tinha por iguaria. Há-as de todas as cores, certamente terão diversos sabores, tipo os sorvetes: é cada côr seu paladar.
Então não havia mais nada para pôr? Um tacho de barro com o ensopado de enguias do Restaurante Mil Brejos, ou O Caçador, do Batão, povoação que também faz parte da Freguesia, ou os restaurantes de Rio de Moinhos ou o leitão do Excelentíssimo. Uma alusão ao Belo Horizonte, Girassol, Afluente do Sado, O Besugo, etc, etc? Agora portas de alumínio??? Então mas a ideia não era alusão a produtos comestíveis? Outras actividade, como a construção e materiais de construção ficariam para o ano por exemplo (sem nomes). Podia-se retratar paisagens, os montes da Freguesia, tanta coisa...
Nada é contra quem consta no calendário. Se quem aparece não aparecesse e quem não aparece aparecesse era exactamente a mesma coisa. Isto não é um problema de pessoas ou empresas. É um problema de princípios. Ou constam todos ou não consta nenhum. Chama-se a isso: Princípio da Igualdade. E o princípio da igualdade foi neste caso ferido de morte.
Na verdade este calendário é a materialização perfeita de uma prática antiga por estas paragens. Uns são filhos e outros enteados. Uns ganham tudo e a outros tira-se-lhes o pouco que ainda têm. Uns são filhos de um deus maior e outros são filhos de um deus menor. Uns são filhos da mãe e outros são filhos da... em suma, mata-se uns para dar vida a outros. Nada de novo. Assim acabam por mudar só as (algumas) moscas, como diria o outro. É pois necessária uma profunda mudança de paradigma.
Quanto ao calendário em si, é bem melhor que o do ano passado, o qual tinha algumas gralhas e as letras para muitos, só com óculos. Este não. Tem as letras gordas (até dá para ver ao longe e tudo) e está bem arrumado. É um belo calendário. Tão bom, que já tenho um exemplar a ornamentar a minha parede da cozinha.

Isto sim é transparência





Tem sido notícia o facto da Junta de Freguesia de Sá, Concelho de Monção, Distrito de Viana do Castelo, ter estípulado que uma parcela do seu orçamento para 2012 seria aplicada mediante as propostas da população que acolhessem o maior consenso e fossem as mais exequiveis, naquilo que é conhecido como orçamento participativo justamente pelo facto da própria população ser chamada a discutir o orçamento e participar civicamente no governo, na gestão da Freguesia numa demonstração daquilo que se pode chamar de democracia plena e autentica.
Já no Torrão é precisamente o oposto. Em Sá faz-se um orçamento participativo e tudo é publicado e está disponível. No Torrão o orçamento nem sequer é tornado público. Não se passa cavaco a ninguém. Nada se sabe, nada se discute. Tudo se faz pela calada. Como aliás sempre se fez. A única coisa que sabemos é que haverá uma quebra na receita da ordem dos dez mil euros na verba atribuida pelo Governo (Fundo de Financiamento das Freguesias). Mas já não se sabe onde se vai cortar na despesa. Não se sabem valores em concreto, os critérios que presidem à feitura do orçamento, quais os valores de cálculo, quais os coeficientes da cálculo. Nada. Absolutamente nada. Basta vir aqui para perceber que não há nada em parte alguma. Ainda na última Assembleia de Freguesia apelei para que houvesse mais transparência, para que todos os torranenses conhecessem em pormenor o documento de orçamento.
Há que arrepiar caminho e acabar de vez com estas práticas que não se coadunam com uma cada vez maior sofisticação das sociedades e exigência dos cidadãos. Nestes e em outros casos a Freguesia do Torrão tem que entrar na modernidade. Os eleitores não podem continuar a ir às urnas «às escuras», sem nada saber do que foi a governação da Junta e Câmara durante os quatro anos de mandato. Participemos e exijamos transparência e seriedade pois como se costuma dizer, não basta ser sério. É preciso parecer.

domingo, dezembro 25, 2011

Haja Misericórdia!

Esta pequena pérola fica em pleno coração do Torrão. Na Rua do Jericó, próximo do Largo do Cruzeiro situa-se esta selva, autentico paraíso para toda a sorte de bichos; gatos, ratos, insectos... Sendo proprietária a Santa Casa é de lamentar que a situação tenha atingido estas proporções dramáticas. Um risco sem a menor sombra de dúvida. Urge tomar medidas. É preferível que o terreno fique nú a ter esta ruína e matagal. Basta solicitar apoio à Câmara que esta certamente cederá a máquina retroescavadora para fazer o trabalho que se impõe.
Se fosse um qualquer particular... agora uma instituição de prestígio como o é a Santa Casa da Misercórdia terá que dar o exemplo... forçosamente.

P.S - Segundo informações obtidas posteriormente, a Santa Casa da Misericórdia do Torrão não será a proprietária deste imóvel devoluto. Assim sendo, o Pedra no Chinelo lamenta e corrige a notícia. Aos visados, o nosso sincero pedido de desculpas.






































Afinal parece que as «críticas» dão resultado II

Foi dia 8 de Dezembro que aqui no Pedra foi dado o alerta para a progressiva erosão da berma da estrada, junto à ponte. Eram imagens reais; perigosamente reais.
Duas semanas depois constata-se que o assunto está resolvido ou em vias disso.
Mais uma táctica certeira.



























Afinal parece que as «críticas» dão resultado I

Depois de constatar-se, no artigo elaborado a 8 de Novembro, que S. Romão era uma aldeia esquecida no mapa eis que grandes mudanças se fizeram por aqui. Constatou-se que a estrada estava mal sinalizada por sinalização defeituosa e agora é o que se vê: sinais novinhos em folha e pinturas frescas. Ficou muito melhor. Infelizmente nem tudo foi feito. Por enquanto o trabalho ficou incompleto e mais uma vez fica a pergunta: Quando é que as covas em frente à casa destes munícipes são asfaltadas? Haja consideração por todos os cidadãos que habitam este Concelho.
Mas ainda bem que existem alguns «treinadores de bancada» que vão ajudando a corrgir a táctica do treinador oficial que tão desorientado por vezes anda.






























Mais uma vez: Quando é que as covas em frente à casa destes munícipes são asfaltadas? Há mais de um ano que isto está assim!

Querem fazer-nos de idiotas

Quero antes de mais nada deixar bem claro o sincero apreço, consideração e agradecimento ao Sr. Maestro Francisco Lopes, regente da Banda Filarmónica 1º de Janeiro Torranense por todo o trabalho que tem vindo a desenvolver nos últimos 30 anos. Contudo não posso concordar e deixar de comentar algumas intervenções que tem feito, nomeadamente a última, aquando do pequeno espectáculo que decorreu na Sociedade no passado dia 17 de Dezembro, as quais considero bastante infelizes.
Constato que ao longo dos anos, pelo menos ao longo da última meia dúzia de anos, a «música» é sempre a mesma, isto é, o registo, o discurso é invariávelmente igual.
Um discurso languido, falacioso, de lamúria, de vitimização, de, em certo sentido, ameaça velada de saida para causar impacto e preocupação e até tristeza, nostalgia nas almas mais sobressaltadas. Um discurso inebriante, amnestesiante, hipnotizante; um discurso, à semelhança de outros, como dizem os brasileiros, «prá boi dormir». Mas as palavras em concreto com as quais eu não posso concordar, até mesmo e principalmente como ex-Presidente da Sociedade 1º de Janeiro Torranense, cargo que desempenhei com muita honra e com a sorte de ter uma muito boa equipa comigo, prendem-se com o facto do Sr. Maestro ter afirmado que há falta de vontade de trabalhar e que com trabalho de todos, as coisas se fazem como o prova o espectáculo ali decorrido. O que não disse é que todas as pessoas que passam e passaram pelos órgãos sociais são voluntários - trabalham a custo zero; como a custo zero estão lá os músicos e como a custo zero trabalham outras pessoas que se dignam ajudar na organização de bailes e outros eventos. Trabalho e responsabilidade é coisa que não falta, pelo menos para aqueles elementos que não se limitam a dar o nome e se comprometem e que depois desaparecem de circulação sobrecarregando ainda mais quem de facto está ali para cumprir com o seu mandato e com o seu dever. O que falta é tempo. Tempo que é dispendido e não é rentabilizado; trabalho que não é gratificante nem gratificado; é que para além do trabalho ser gratuito todos os que passam pela Direcção são desconsiderados e estigmatizados por alguns, consideráveis, sectores da população para os quais todos os que lá estão ou passaram «roubaram a Sociedade», foram para lá para «se encherem»; gente que em vez de ajudar sempre que há dificuldades ainda zombam e apelidam quem por lá passa, de incompetente, os mesmos que dizem que fazem, que são competentíssimos e uns moiros de trabalho e que, no momento da verdade - e como eu gosto desta expressão - quando são chamados para tomarem o lugar dos «incompetentes» entram em pânico e assobiam para o ar. Fossem tais cargos remunerados e bem remunerados que certamente os candidatos não chegariam às encomendas. É dificil trabalhar assim, é dificil cativar alguém assim, é dificil alguém querer trabalhar nestas condições; sem ganhar o que seja e ainda por cima ser enxovalhado. Não, para essa gente o que escasseia em dinheiro e consideração, sobra em trabalho. É natural que não haja motivação, é natural que não haja vontade de trabalhar, como refere e bem. Porém, as causas a que atribui essa falta de vontade é que receio bem que sejam outras se não o discurso tinha sido diferente; de defesa e elogio dos muitos que, ao longo dos anos, muito deram sem nada receber em troca. Não! Não o será por perguiça ou incúria, mas por desmotivação.
Já por seu turno, o Sr. Maestro é largamente considerado e aplaudido e ainda aufere um ordenado mensal da ordem dos 500€ por um dia de trabalho por semana (no máximo dois) que dura no máximo uma hora. O mais surrealista é que do meu lado esquerdo estavam um ex-Presidente da Direcção e um ex-Tesoureiro da Sociedade que aplaudiam efusivamente aquelas palavras que lhes (nos) eram arrememessadas como dardos envenenados. Aplaudiam sem analizar uma palavra, sem analizar o contexto, sem uma atitude crítica, aplaudiam o que era dito; limitaram-se a apaludir. É como se alguém fosse chicoteado em público e apaludisse cada golpe que lhe fosse infligido na carne. As palavras são o chicote do espírito. Já eu imóvel, petrificado, não mexi um músculo e apenas registava mentalmente tudo o que ouvia e perguntava-me e pergunto: Será que se trabalhasse de borla, o Sr. Maestro tinha vontade de se deslocar ao Torrão e trabalhar? Fica a pergunta. Como se não bastasse, ainda desvaloriza a grave crise porque a Europa e em particular Portugal atravessa. Para o Sr. Maestro não há crise, a crise está na cabeça das pessoas; a crise está na falta de vontade trabalhar. É natural que assim pense até porque crise é coisa que certamente não sentirá. Um reformado das Forças Armadas, ex-sargento, que certamente receberá uma boa reforma do Estado. A juntar a isso, o salário como regente da Banda da 1º de Janeiro, o salário por colaborar na Banda dos Bombeiros de Alvito e provávelmente ainda mais uns pós... De facto por ali não há crise que resista. Já para os quase 700.000 portugueses desempregados dos quais mais de metade são jovens e com habilitações superiores, mais do que qualquer um ex-sargento que por aí pontifique; aí sim para esses, para NÓS, a crise é real.
Mas ainda bem que o Sr. Maestro assim pensa. Bem pode ficar descansada a Direcção da Sociedade, seja ela qual for, que não será por isso que a Banda deixará de ter quem a dirija. É que se a crise implicar que esta tenha que proceder a um reajustamento, isto é, um corte, da ordem dos 25, 50 ou até 75% no seu vencimento haverá certamente alguém que de certeza terá sempre vontade de trabalhar e que não será por isso que se deterá até porque crise... bem, qual crise?
Apesar de tudo reconheço que muito provávelmente apenas pretendeu estimular as pessoas e incitá-las a participar e que o fez com boas intenções, embora nós saibamos qual o local que está cheio de boas intenções. Que dissesse que as pessoas não se mobilizam, não participam, não se motivam; agora falta de vontade de trabalhar? Pelo amor de Deus...
E depois... bem depois afirma que a crise está na cabeça das pessoas... nem me pronuncio. Daí o discurso ser, pelo menos para mim, profundamente infeliz.
Este tipo de discursos na verdade parcem ser apanágio de antigos sargentos do Exército, da Marinha... e quiçá até da Força Aérea se bem que dessa espécie não conheço nenhum... daí o «quiçá». Discursos hipnotizantes, discursos de ir levando a água ao seu moinho, discursos anestesiantes... «pra boi dormir».
Tenham cuidado! Tenham muito cuidado! Para a próxima, antes de ir ouvir um discurso de um qualquer ex-sargento - daqueles que a juntar ao pecúlio da aposentadoria como servidor do Estado ainda ganham uns cobres da política, da música ou de quaisquer outras nobres artes - tomem um café bem forte para não se deixarem dormir.


Estava eu ainda a digerir tal discurso quando me sai outro do mesmo jaez na rifa. Num dos espécimes da folha de Alcácer que me vieram oferecer constato que supostamente (porque não sabemos se são de facto eles quem escreve os textos ou se apenas dão os tópicos) o Sr. Vereador Gabriel afina pelo mesmo.... diapasão.
Começa por sensibilizar para o problema do vândalismo contra propriedade pública - o que é vergonhoso, lamentável e dos quais tenho dado eco a alguns que se passam por cá - acaba a dizer uma verdade de Lapalisse: A Câmara é composta por pessoas e que estas também erram(!!!). Lili Caneças não diria melhor. Quem diria! O problema é que erram demasiadas vezes e pior: incorrem inúmeras vezes nos mesmos erros. Errar é humano de facto e é universal. Errar não é estupidez; é-o apenas incorrer sempre nos mesmos erros. Esse é que é o drama!
Esse é contudo o mote para o que vem a seguir. O Sr. Vereador da Cultura incita-nos a aprender a dar o nosso contributo em vez de nos concentrarmos a criticar, quais treinadores de bancada a ver futebol. É a cultura da bola ou uma bolada na cultura! Acontece que o Sr. Vereador recebe, mais pataco menos pataco, trezentos contos dos antigos em troca do seu rico contributo. Eis um bom exemplo para aprendizagem. É claro que o contributo de que fala e a que apela, é a custo zero ou não fosse este o país dos voluntários. Apela-se muito por cá ao voluntariado, que é o mesmo que ao trabalho a custo zero. Acontece que por detrás de uma legião de voluntários há sempre alguém, espertalhão, que coordena, que manda... e que mama. E não é pouco.
No caso da Câmara, os otários dariam o contributo (de borla, claro) e suas excelências colhem os louros e os ouros. É óbvio que para o Sr. Vereador o ideal é o laborioso contributo de todos e de perferência sem críticas. Se em vez de críticas todos aplaudissem efusivamente quais focas ou macaquinhos amestrados certamente que já não se lamentava. Quanto às críticas, o Sr.Vereador, reconheceu que erra; se erra é criticado; ponto final.
Não discorre porém que a crítica é ela própria uma forma de contribuir? Quem critica e discute é porque está atento e quer participar e no entanto o Sr. Vereador reduz os munícipes, cidadãos deste Concelho, a «treinadores de bancada». É o que nós somos aos olhos dele? Treinadores de bancada? E a participação democrática e a livre opinião, críticas... de treinadores de bancada, claro está. Curiosamente em época de eleições todos são lestos em defender a participação dos munícipes e depois quando se apanham servidos a tão falada participação dos cidadãos reduz-se a opiniões de «treinadores de bancada».
Bem, futebolisticamente falando, se a equipa que está no relvado não suporta os apupos do público nas bancadas tem bom remédio: renuncia ao jogo, abandona o relvado e recolhe aos balneários. É tremendamente simples.
Da parte que me toca, continuarei a dar algumas tácticas as quais já se provou que têm resultado; e como têm resultado! E darei o meu contributo e tempo ainda que gratuitamente pois aqui sou simultâneamente colaborador, coordenador e executante; aqui sou independente, autónomo e sem amarras. Aqui ninguém colhe os frutos do meu trabalho.
E por fim termina afirmando que esta é uma terra maravilhosa. Depende da perspectiva. Muitos apesar de provávelmente concordarem, têm partido em busca de outras maravilhas que por cá não encontram. E muitos outros ainda estarão para partir.
É maravilhosa para alguns. Se calhar para ele e para outros do mesmo naipe por enquanto vai sendo maravilhosa e se calhar daqui por uns tempos deixará de pensar assim. Só a título de exemplo, Cuba é um paraíso para os turistas e um inferno para a maioria dos que lá vivem e que até fome passam. Depende...
Com maravilhas e pérolas destas estamos bem entregues... até um dia.

segunda-feira, dezembro 19, 2011

Assim não há condições




Caríssimos leitores perdoem-me antes de mais tão prolongado silêncio mas os meus afazeres académicos não me têm permitido ir muito mais além. Mas que alguns não se contentem porque até ao fim desta semana voltarei ao activo.

Não podia contudo deixar de marcar presença na última sessão da Assembleia de Freguesia do ano para, ao serviço da cidadania, democracia e participação - sim, aquela participação que todos invocam quando é altura das eleições para iludir a carneirada a ir em manada votar e que a seguir a mandam às malvas mal apanhem o cuzinho servido. Acontece que comigo (pelo menos) é pra valer, como dizem os brasileiros, sempre e, surpresa, eu vim pra ficar para gáudio de uns e tristeza de outros (c'est la vie) - para vos dar uma ideia de como os trabalhos decorreram e da leitura pessoal que eu faço da mesma pois é importante que os torranenses tenham conhecimento; já que não vão assistir (algo a que têm direito) pelo menos lendo o Pedra ficam a saber até para que a coisa não fique no segredo dos deuses - isso era dantes - e para as próximas eleições autárquicas tenham um pouco mais de consciência no acto do voto e não o façam apenas por inspiração divina.

Começo informando de que, dos nove membros que compõem o órgão deliberativo, apenas 6 estiveram presentes (não é grave; é só um terço do parlamento local que ficou vazio). A mesa esteve completa, faltando contudo duas deputadas da CDU e um deputado do PS. Da parte do Executivo da Junta, de registar apenas a falta da Tesoureira que, por capricho do deuses, tinha que estar ausente logo na sessão em que um dos pontos da ordem de trabalhos era precisamente a discussão e aprovação do... orçamento da Junta para 2012, PPI e PPA; logo a Tesoureira... que perfeita noção de timming. Estas coisas em política... enfim, não é grave. É só o mesmo que se na sessão parlamentar de aprovação, debate e votação sobre o orçamento do Estado tivesse que faltar logo o Ministro das Finanças... coisa pouca...

Mas voltando à sessão propriamente dita, o Sr. Presidente da Junta informou que esta vai sofrer um corte no orçamento da ordem dos 10.000€ na verba atribuida pela administração central, pelo Governo, comprometendo-se no entanto em manter os subsidios e demais compromissos. Informou também que, da parte do Agrupamento de Escolas do Torrão, ainda não foram entregues as chaves do edifício da «escola de cima» a quem de direito, a Junta, proprietária do imóvel. O Sr. Presidente da Junta repetiu o que já tinha afirmado em sessão anterior, ao afirmar que a escola de futebol da Sociedade treina no novo pavilhão, informou que, em reposta ao oficio enviado pela Junta ao Comando Distrital da GNR, e da qual foi dado conhecimento na sessão anterior, o responsável da guarda refere estar atento e que envidará esforços e espera que a GNR preste um melhor serviço à população e por fim, Décio Fava referiu ainda que têm sido inúmeros os pedidos feitos à Junta para que esta disponibilize uma viatura para transporte de doentes. E por fim a informação de que ambos os executivos (Câmara e Junta) se deslocaram ao Centro Escolar do Torrão, a pedido da Associação de Pais, por causa de problemas nas novíssimas instalações e das quais algumas já tinham sido noticiadas aqui no Pedra como o facto de uma chuvada mais intensa inundar parte de um dos blocos. Outro dos problemas prende-se com o facto de não existir vedação em muros com cerca de 5 metros de altura e de alguns alunos pularem e treparem os muros, pondo em risco a sua segurança e integridade física.

Passando à discussão e votação do orçamento para 2012, PPI, PPA e Mapa de Pessoal, foram os mesmos aprovados com 5 votos a favor, dos eleitos do PS, e uma abstenção do deputado da CDU presente.

De seguida foi dada a palavra ao público presente, tendo eu, o vosso humilde escriba, pedido a palavra para interpelar o Executivo no sentido de serem colocados ecopontos na Rua do Poço Mau pois os moradores da zona, incluindo eu próprio não fazem reciclagem porque os ecopontos estão demasiado longe e as pessoas têm-me dito que não estão para passear o lixo aí pela vila e para eu falar do assunto.

Em seguida perguntei quando é que as piscinas, que sofreram pesados danos com o temporal de 1 de Setembro e que desde então se encontram encerradas, afinal serão reabertas. Já quanto ao orçamento e demais documentação é de lamentar que nem um único membro da Assembleia de Freguesia tivesse feito uma única questão, tivesse posto uma única dúvida. Ficou tudo no segredo dos deuses. Assim sendo apelei pois para que tais documentos sejam disponibilizados no site da Junta de Freguesia e fiquem disponíveis para consulta pública. É importante valorizar e devemos exigir transparência e clareza até para que os responsáveis evitem as tentações do demónio, se é que me percebem. O tempo em que os assuntos eram escamoteados já era. O orçamento da Junta de Freguesia, em particular, mas também de outras instituições; mas centrem-mo-nos na Junta, não pode ser elaborado apenas por um ou dois iluminados como se fizessem a coisa por inspiração divina. O que os cidadãos têm o direito de saber é como é que serão distribuidos os dinheiros públicos na Freguesia, quais os critérios que nortearam a feitura do documento, quais os valores e coeficientes de cálculo tidos em linha de conta. Quais os valores é que serão atribuidos em cada rubrica. O Sr. Presidente da Junta foi lesto em lamentar-se acerca do corte na receita da ordem dos 10.000€ como também afirmou logo que todos os compromissos seriam para manter. Foi o único dado financeiro que ficamos a saber. Como num orçamento também é válido o princípio da conservação, isto é, o que entra tem que ser forçosamente igual ao que sai, onde é que vai cortar? A pergunta que se impunha seria quais as consequências e implicações que este corte vai trazer para as finaças da Freguesia. Impunha-se... Mas não se impôs! É claro que eu não disse tudo isso assim. Fui antes bastante sucinto até porque corria o risco de ser interrompido por extravasar o tempo permitido que, diga-se de passagem, eu não sei quanto é. Se tem um valor estipulado ou se é dado arbitrariamente e em função de quem fala, do que fala e do grau de incomodidade das questões. Fica a dúvida. E por fim desejei a todos os presentes muito boas festas.

Respondendo às questões, o Sr. Presidente afirmou relativamente aos ecopontos que infelizmente as coisas não podem ser resolvidas com a rapidez pretendida. Se o problema é a não resolução imediata por falta de tempo útil, ninguém diria... Depois falou da EDP e do facto de ter sido solicitada a instalação de candeeiros na via pública e desta ainda não ter disponibilizado os referido equipamentos, como exemplo, de morosidade e do facto de nem tudo depender da Junta de Freguesia o que, diga-se em abono da verdade, é efectivamente uma realidade. Aproveitando o facto de se falar da EDP, indaguei no sentido de saber o porquê dos cortes e falhas de luz que com mais ou menos frequência por vezes ocorrem no Torrão mesmo estando bom tempo, até para que a Junta faça saber tal junto da referida empresa que tem obrigação de proceder à reparação e assegurar a qualidade do serviço que presta, em tempo útil, pois a EDP é a mesma empresa que não perdoa atrasos no pagamento por parte dos seus clientes. Se há prazos para pagar também tem que haver prazos para reparar avarias e responder às solicitações que lhe são feitas como a solicitação dos proprietários do Café Mil Brejos, no Batão, que há mais de ano e meio que suplicam por um candeeiro próximo do seu estabelcimento e onde já existe um poste de electricidade, sendo apenas preciso instalar o candeeiro e da qual tanto os referidos moradores e proprietários como a Junta de Freguesia já efectuaram diligências junto da EDP e esta até hoje ainda não se dignou a responder à solicitação.

Quanto ao profundo problema das piscinas, não há uma data definida para abertura do espaço. Os danos foram de facto severíssimos e deveras graves. O que confirma os prognósticos e noticias divulgados aqui logo no dia da tempestade.

Quanto à incómoda questão do orçamento, nem palavra.

E assim terminou mais uma Assembleia de Freguesia.

segunda-feira, dezembro 12, 2011

Um problema sobre rodas

Há uma actividade que emprega um número considerável de torranenses e que no entanto vai passando despercebida inclusive e principalmente pelo poder político local. Seja porque é recente, seja porque é uma actividade discreta, seja pelo que for, o que é facto é que passa efectivamente ao lado. Essa actividade é a camionagem.
O problema que me foi solicitado por alguns camionistas (leitores do Pedra) prende-se com a falta de estacionamento para veículos pesados no Torrão. Na verdade, estes profissionais vêm alegando a construção de um parque de estacionamento para veículos pesados, na vila do Torrão. À falta de tal, alguns optam por estacionar o seu veículo perto da sua casa, se possível, outros junto ao «campo de Futebol» do «Torino Torranense» e a maioria, até aqui, nos estacionamentos junto ao posto da GNR. Acontece que o local foi marcado e foram criados ali estacionamentos para veículos ligeiros e para deficientes o que implicou o varrimento dos pesados. Estes não tiveram outro remédio senão estacionarem as suas viaturas ao lado, no terreno baldio, pertença da Câmara Municipal. Mas porquê a apetência por este local? A resposta é simples: furtos. Os camionistas alegam que já foram assaltados diversas vezes afirmando que já foram roubados 450 litros de gasóleo de um camião e que a outro já foi inclusive furtada uma viatura. O receio é acrescentado ainda pelo facto de, por vezes, nos reboques estar a carga, as diversas mercadorias transportadas, e em cujos camionistas está a responsabilidade das mesmas, daí que estes procurem estacionar as viaturas junto ao posto da GNR por uma questão de segurança. Os camionistas gostariam assim que no local, no referido terreno baldio da Câmara, viesse a ser construido o parque de estacionamento.
Bem, a notícia foi dada no Pedra no Chinelo mas este espaço só por si não resolve tudo. Não basta só escrever um artigo; é preciso que estes se unam, se mobilizem e reivindiquem junto do poder político. Poderiam e deveriam começar já por fazer tal na próxima Assembleia de Freguesia, cuja sessão é no sábado, dia 17, pelas 21.00h.












Assembleia de Freguesia



quinta-feira, dezembro 08, 2011

Diz que é património histórico

Se há coisa que é sobrevalorizada aqui no Torrão, essa coisa é o chamado património histórico, coisa que na boca de alguns arautos do engano, é considerada riquíssima e vastíssima. Um delírio, pura ilusão como infelizmente já mostrei aqui nos primórdios do Pedra, e que complemento agora com imagens, as quais valem mais que mil palavras. Aqui fica o tratamento dado ao tão propalado património para que todos os leitores, os de cá e principalmente, os de fora, vejam. O património histórico do Torrão: uma ruína, uma catástrofe, uma tragédia e no limite, um crime. É preciso pôr termo à política criminosa do abondono. Pode ser que a partir deste artigo se despertem consciências.










Assim se escreveu aqui em 2007: O velho palacete do Porto-Rei próximo da aldeia da Casa Branca (Freguesia do Torrão). O Porto-Rei era um importante porto fluvial que foi perdendo importância ao longo do tempo. O palacete é hoje uma triste ruína. Mais um exemplo de património arruinado.




A igreja de S. Fausto infelizmente está assim desde há muito, muito tempo.













Pode não parecer mais aqui neste local, junto à igreja e moinho de S. Fausto, está uma anta. Sabem-no alguns que são do Torrão. Nem um caminho, nem uma placa, nem um sinal...










































A Calçadinha Romana; a matinha romana podemos assim dizer. Uma das fotos mostra um marco em cimento, recente, com as iniciais CMAS. Não deixa dúvidas: Câmara Municipal de Alcácer do Sal. Não basta assinalar para «marcar território».











A pobre Ermida de Nossa Senhora do Bom Sucesso, vítima do salitre e da incúria. Alvo de um restauro em 1999. Infelizmente a passagem do tempo é implacável mas...





































A Igreja Matriz do Torrão, sem dúvida a mais mal cuidada e desprezada dos arredores como o demonstra este artigo de Setembro de 2010. Tinta, em especial na torre, é coisa que não vê há décadas. O reboco cai das paredes enquanto uma figueira brava vai minando as paredes e, segundo consta, a humidade no interior é mais que muita tendo o bolor se apoderado da abóbada da sacristia que entretanto abriu fendas. Algo que não podemos confirmar. Só uma visita ao local o poderá demonstrar. O cata-vento da torre caiu, não ferindo ninguém por sorte. No entanto uma viatura automóvel ia sendo danificada por este ter caido muito próximo dessa viatura. Repare-se nas fotos do artigo referido atrás onde se pode ver que há mais de um ano que a situação se mantém assim nesse estado.





































Alvo de expropriação ainda nos anos 80 por aí terem sido encontrados vestígios pré-históricos justamente durante a construção deste pequeno Monte, as ruínas do Monte da Tumba assim têm permanecido desde então. Quanto à construção que foi embargada, essa nem foi demolida para se escavar no local da edificação, nem se cuidou, nem nada. Está tudo neste estado. Os pombos, as corujas-das-torres, os pardais e andorinhas é que agradecem pois aí nidificam e procuram abrigo. Do mal o menos.




Outro potencial Monte da Tumba? As ruinas romanas postas a descoberto com a construção do Centro Escolar e cujo fim não se vislumbra arriscam-se a ficar assim «ad eternum». Assim ficará um dos "vértices do triângulo mágico" que o, por enquanto, Presidente da Cãmara aludiu na inauguração? Veremos...