segunda-feira, novembro 28, 2011

Mas que grande pinhoada

Alcácer do Sal: Morador apresenta queixa na GNR e na autarquia
Corta caminho para praia e cais no Sado


Vamos lá a esmiuçar esta notícia:
Temos uma senhora, herdeira de uma propriedade que, a fazer fé no que é escrito, se arroga o direito de açambarcar um recurso hídrico (uma praia fluvial e uma parcela do estuário do Sado), situados na Herdade do Pinheiro, que, como se sabe, em Portugal são zonas de acesso público, estando interdito o corte dos respectivos acessos por parte de terceiros, recorrendo a manobras intimidatórias levadas a cabo por seguranças, e outros expedientes dos quais se dá conta no artigo.
Em particular, são cortados caminhos municipais. E atente-se nisto: caminhos municipais
E depois temos a declaração de um alguém qualquer da Câmara Municipal de Alcácer do Sal em que dá conta que esta, sobre este assunto, lava as mãos como Pilatos, afirmando que a edilidade nada tem a ver com o assunto; que «é um conflito de interesses que tem que ser resolvido em tribunal» e pronto. Até assusta a ligeireza com que se sacode a água do capote. Então é um conflito de interesses entre quem? A Câmara não será porventura parte interessada? Não terá mesmo nada a ver com isso? Então se os caminhos são municipais e se são cortados arbitrária e abusivamente não tem a Câmara uma palavra a dizer? A Câmara de Alcácer não se pode escudar cobardemente atrás dos tribunais. O mínimo que tinha que ser dito é que se iria averiguar a situação e que a fiscalização municipal ir-se-ia inteirar da situação e que quando o Município tivesse uma ideia mais concreta da situação iria agir em conformidade levando a cabo as medidas que entendesse mais adequadas. Mas não! O que é que preferiu dizer? Pois! Foi por acaso esta a resposta que foi dada a este munícipe? É este o tipo de respostas que temos a esperar da parte destes cavalheiros? Então para que serve a Câmara? Nem para zelar pelo património que tem sobre a sua tutela pelos vistos serve. Então se porventura alguém cortar ou se apoderar de um qualquer edifício ou terreno da Cãmara esta também aí encolherá os ombros impotente e envergonhada e timidamente afirmará que o Tribunal resolve e pronto?! A Câmara tem autoridade para agir, em conformidade com a lei, naturalmente, pois também é um órgão de poder. Assim desta forma, com este tipo de declarações, dá uma imagem de uma fragilidade atróz, de uma fraqueza política imensa, de uma tibieza de meter dó, de um mero apêndice político-administrativo. Quem respeitará tão depauperada instituição assim? Quem teria sido a mente brilhante que fez o brilharete de expôr desgraçada e desnecessáriamente, desta forma a Câmara e que pôs em causa a sua autoridade enquanto órgão de governo e centro de poder político locais?
Mais uma vez: amadorismo, político incluido, imaturidade e declarações avulsas, imponderadas e muito, muito infelizes e depois quem vier a seguir é que têm que andar a apanhar desnecessáriamente os cacos espalhados pelo chão.

Maldita a hora em que o Partido Socialista sancionou esta fórmula política e receio bem que se futuramente e em tempo oportuno persistir no erro será práticamente inevitável a sua perdição no Concelho de Alcácer do Sal.

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