quarta-feira, novembro 30, 2011

E assim se mina a economia de um país

O jornal local de Évora, O Registo, dá conta, numa recente edição, de que a empresa de aeronáutica brasileira Embraer, que vai instalar uma unidade industrial justamente em Évora, está apreensiva com as dificuldades logísticas que terá eventualmente que vir a enfrentar. A preocupação deve-se à dificuldade de escoar os produtos da fábrica para os portos nacionais, tendo vindo a ser encetadas reuniões entre os responsáveis da empresa e as autoridades portuárias, nomeadamente de Sines. O artigo é claro ao ponto de particularizar os condicionamentos rodoviários entre Évora e Sines.
No limite, a Embraer admite levar os componentes para Bilbau, Espanha, onde existe uma plataforma logística, de onde poderão ser posteriormente levados para o Brasil.
Não sendo uma prioridade, tal configura-se como um plano de contingência, nas palavras de Luiz Fuchs, Presidente da Embraer Europa.
Há mais de 12 anos que se anda a falar do IC33. Uma via que ligaria Évora a Sines. Um projecto que, também ele, não tem forma de ver a luz do dia embora por outro motivos.
Era toda uma região que poderia vir a beneficiar do traçado, em particular o Torrão, e do qual demos conta aqui, relativamente ao último projecto no entanto temos uma Quercus que tem vindo a fazer o favor a todos de sabotar sucessivamente a concretização de tal obra, como também já demos aqui conta - parece eu que sou bruxo. Mas não, o segredo é pensar só um pouco e juntar as peças do puzzle.
Não deveria ser este o impulso que faltava para arrancar de vez com uma via de enorme potencial estratégico e de crucial importância para Portugal, para uma região? Está aqui uma oportunidade d'oiro que se arrisca a ser vista por um canudo, ouro que nos arriscamos a entregar ao bandido, ou melhor dizendo, a Espanha.
Assim Portugal dificilmente passará da cepa torta. Assim é de facto deveras difícil. Só um milagre é que salvará Portugal. E que milagre; o santo tem que ser bastante potente, poderoso mesmo.

Projectos leva-os o vento



Se há coisa que abunda e está na moda por estes dias, por estas bandas são os projectos.

Ele há-os para todos os gostos. Assim saissem do papel se bem que outros talvez nunca devessem ter saido.

Se há local onde eles são apresentados em promenor é na Feira de Agosto que serve de montra ao projecto do ano.

Por exemplo, salvo erro em 2009, era o projecto de requalificação do Largo da Feira. Nunca mais se ouviu falar em tal.

Depois a seguir foi o projecto de requalificação e arranjo paisagístico da Zona H2 com a construção de um jardim e parque naquele lote deserto onde volta-e-meia pontificam alfaias agricolas e outros maquinismos.

Também ficou em águas de bacalhau.

Este ano foi o projecto de requalificação do edificio da antiga escola primária, onde futuramente irá ser, em princípio, instalada a sede da Junta de Freguesia. Também será para as calendas gregas?

Muito bom, muito bonito não fosse o pequeno pormenor destes projectos não serem de borla sendo que os projectistas fazem-se pagar a peso de ouro pelo que fazer projectos avulso...

Por exemplo, consta-se por aí por portas travessas que, alegadamente, só para alterar o projecto inicial do centro escolar, devido aos achados arqueológicos, foram desembolsados mais de 400.000€. Fosse como fosse, agora as escavações ali estão sem que o trabalho seja concluido, com um baldio, uma nódoa, uma terra de ninguém dentro do recinto, semi-selvagem e com a agravante de, cada vez que chove, serem lançadas à estrada terras e lamas; o tipico caso de «nem o pai morre e nem a gente almoça». Tudo leva a crer que está ali um potencial novo Monte da Tumba, em que as terras foram expropriadas nos anos 80 e desde então ali está tudo ao abondono.

Agora temos um projecto novinho em folha, datado de 23/11/2011, que, se for para ser concretizado, maravilha, senão... é mais um. De ressalvar porém o pormenor de que para construir as duas rotundas na variante do Torrão, terá que ser construida primeiro... a variante do Torrão. Convém... A não ser que se vão construir as duas rotundas na variante do Torrão sem haver variante no Torrão. Sabe-se lá, hoje em dia já se vê de tudo!


Entidade adjudicante: Município de Alcácer do Sal
Entidade adjudicada: Francisco da Encarnação, Unipessoal, Lda
Objecto do contrato: Elaboração do Projecto que inclui o Estudo Prévio e o Projecto de Execução das duas rotundas a construir na variante do Torrão
Data da celebração de contrato: 11-11-2011
Preço contratual: € 11.900,00
Prazo de execução: 90 dia(s)
Local de execução: Portugal - Setúbal - Alcácer do Sal

DAQUI

Prestar contas

Porque não é apenas em actos eleitorais que se discute e induz à discusão para depois remeter-se tudo ao silêncio dos deuses.
Aqui, saiba onde e como são aplicados os dinheiros do e no Município de Alcácer do Sal (Torrão incluido).

segunda-feira, novembro 28, 2011

Mas que grande pinhoada

Alcácer do Sal: Morador apresenta queixa na GNR e na autarquia
Corta caminho para praia e cais no Sado


Vamos lá a esmiuçar esta notícia:
Temos uma senhora, herdeira de uma propriedade que, a fazer fé no que é escrito, se arroga o direito de açambarcar um recurso hídrico (uma praia fluvial e uma parcela do estuário do Sado), situados na Herdade do Pinheiro, que, como se sabe, em Portugal são zonas de acesso público, estando interdito o corte dos respectivos acessos por parte de terceiros, recorrendo a manobras intimidatórias levadas a cabo por seguranças, e outros expedientes dos quais se dá conta no artigo.
Em particular, são cortados caminhos municipais. E atente-se nisto: caminhos municipais
E depois temos a declaração de um alguém qualquer da Câmara Municipal de Alcácer do Sal em que dá conta que esta, sobre este assunto, lava as mãos como Pilatos, afirmando que a edilidade nada tem a ver com o assunto; que «é um conflito de interesses que tem que ser resolvido em tribunal» e pronto. Até assusta a ligeireza com que se sacode a água do capote. Então é um conflito de interesses entre quem? A Câmara não será porventura parte interessada? Não terá mesmo nada a ver com isso? Então se os caminhos são municipais e se são cortados arbitrária e abusivamente não tem a Câmara uma palavra a dizer? A Câmara de Alcácer não se pode escudar cobardemente atrás dos tribunais. O mínimo que tinha que ser dito é que se iria averiguar a situação e que a fiscalização municipal ir-se-ia inteirar da situação e que quando o Município tivesse uma ideia mais concreta da situação iria agir em conformidade levando a cabo as medidas que entendesse mais adequadas. Mas não! O que é que preferiu dizer? Pois! Foi por acaso esta a resposta que foi dada a este munícipe? É este o tipo de respostas que temos a esperar da parte destes cavalheiros? Então para que serve a Câmara? Nem para zelar pelo património que tem sobre a sua tutela pelos vistos serve. Então se porventura alguém cortar ou se apoderar de um qualquer edifício ou terreno da Cãmara esta também aí encolherá os ombros impotente e envergonhada e timidamente afirmará que o Tribunal resolve e pronto?! A Câmara tem autoridade para agir, em conformidade com a lei, naturalmente, pois também é um órgão de poder. Assim desta forma, com este tipo de declarações, dá uma imagem de uma fragilidade atróz, de uma fraqueza política imensa, de uma tibieza de meter dó, de um mero apêndice político-administrativo. Quem respeitará tão depauperada instituição assim? Quem teria sido a mente brilhante que fez o brilharete de expôr desgraçada e desnecessáriamente, desta forma a Câmara e que pôs em causa a sua autoridade enquanto órgão de governo e centro de poder político locais?
Mais uma vez: amadorismo, político incluido, imaturidade e declarações avulsas, imponderadas e muito, muito infelizes e depois quem vier a seguir é que têm que andar a apanhar desnecessáriamente os cacos espalhados pelo chão.

Maldita a hora em que o Partido Socialista sancionou esta fórmula política e receio bem que se futuramente e em tempo oportuno persistir no erro será práticamente inevitável a sua perdição no Concelho de Alcácer do Sal.

Isto agora tá frio para andar de Vespa








O argumento usado pelo Sr. Ministro foi que se limitou a dar cumprimento a uma decisão do anterior Governo. O Governo de Sócrates agora é que as paga todas. Então o Sr. Ministro não poderia pura e simplesmente ter revogado a decisão se entendesse que esta era lesiva para o Estado? Não podia? Então outras decisões podem ser revogadas e esta não???
Mas quem é que esta gente quer enganar? Argumento tão peril; o típico argumento de «chico-esperto». Balelas...

* Relembre-se que em Junho, aquando da tomada de posse do actual Governo, Pedro Mota Soares, se fez transportar na sua scooter Vespa

Um sucesso



A acção de recolha de sangue e de angariação de dadores de medula óssea, levada a cabo pelos Bombeiros Mistos do Torrão e pela GNR do Torrão, e que teve lugar no passado Domingo, dia 27 de Novembro foi, nas palavras dos organizadores «um sucesso», tendo sido conseguidas «60 recolhas de sangue» e «80 dadores de medula óssea». Os organizadores agradecem ainda a todos os que colaboraram directa ou indirectamente na iniciativa.

Da parte que toca ao Pedra no Chinelo, foi uma honra e foi com todo o prazer e de forma abenegada que demos o nosso singelo contributo e cá estaremos para apoiar futuramente iniciativas similares.

domingo, novembro 27, 2011

...e por falar em espelhos...




Aqui neste cruzamento da Rua do Cónego com a Rua de Beja também se justifica um espelhinho. Fica à atenção


Minas e armadilhas

















Nem buraco e nem espelho rodoviário. Tanto fulgor, tanta fogocidade que se acabaram num ápice.


O terreno junto ao pavilhão e ao centro escolar continua «minado» e o espelho rodoviário na Rua de Beja junto à Praça Bernardim Ribeiro continua quebrado, proporcionando aos condutores que descem a Rua do Relógio uma visibilidade, digamos assim, um tanto ou quanto nebulosa.

Se não há espelhos nos estaleiros municipais, troquem aquele que está quebrado e numa zona sensível por outro que esteja intacto noutra zona menos movimentada e de menor risco.

Fica a sugestão e fica à consideração.

Doçura e amargura

Alcáçovas







Torrão

A igualdade republicana

Segundo esta notícia, o ex-deputado da república, Duarte Lima tem tratamento vip na cadeia. Enquanto sua excelência recebe sacadas de comida, presume-se que do bom e do melhor e certamente quanto menos comer comida da prisão melhor, porque afortunadamente aos carcereiros se lhes fecham os olhinhos na hora H até porque se calhar também vão petiscando qualquer coisita (lá está, para lhes taparem os olhos), os demais só podem receber um quilo de comida por semana porque o regulamento assim obriga e nesses casos os olhinhos estão bem abertos e nem uma grama a mais passa, e o resto se quiserem é comida da cadeia, de cuja qualidade se reclama. Um outro cidadão recluso queixou-se e foi logo transferido para outro cárcere.
Então quer dizer que o «Shô doutor» pode encher o bandulho tranquilamente com lautas refeições graças às sacadas, à discrição, de comezaina do bom e do melhor que lhe levam e os outros comem merda; um quilinho por semana e chega e quem reclama é logo transferido - porque certamente se tratará de um perigoso agitador - e ainda assim poderá vir a correr o risco de sofrer outro tipo de represálias invisiveis à opinião pública.
Vá agora venham cá falar comigo também. Que nojeira! Ou é para todos ou não é para nenhum. Onde é que está igualdade? ...E se alguém tem a desfaçatez de falar...
Por isso é que prisão brasileira «nem pó»; «para o matarem lá dentro?». Toca-lhe. Cá não morre... pelo menos de fome.

Fado, património da humanidade





Algumas observações pertinentes

1- Foi por um triz que o árbitro não marcou golo ao Benfica

2- A demora em reagir perante a propagação das chamas. Aqueles materiais não são assim tão voláteis. Uma cadeira daquelas demora muito até ficar totalmente tomada pelo fogo. Pegar fogo áquelas cadeiras exige muito tempo de isqueiro aceso e primeiro que a labareda progrida... e o tempo que as chamas levam a propagar-se às cadeiras vizinhas também é considerável.
Só ao fim de quase 20 minutos é que uma equipa de Bombeiros foi enfim mobilizada para combater as chamas. Havia Bombeiros no estádio, as bancadas estavam vazias. Porquê de tanta demora? Pela sentido de propagação das chamas (de baixo para cima), se o incêndio tivesse tido origem nas bancadas inferiores os estragos teriam sido maiores e o combate às chamas seria uma coisa muito mais séria.

3- A chefe das operações de segurança a falar da operação dos Bombeiros. A PSP só tem que abordar temas relativos à segurança e os jornalistas se querem saber factos sobre a operação de combate ao incêndio só têm que falar é com o Comandante das Operações de Socorro.
Cada macaco no seu galho.

Ugh ugh não haver condições ugh








Sabendo que o fogo foi descoberto na Pré-História, depois ouvindo falar de «condições pré-históricas», emanadas por um dos chefes da tribo ficou tudo explicado. Só podemos concluir que o Estádio da Luz foi invadido por uma tribo de individuos pré-históricos, cobertos com peles de urso. Condições pré-históricas, de facto.

Olhem, ugh pra vocês também!

Corte de água no Torrão


O fornecimento de água vai estar interrompido no Torrão e Rio de Moinhos do Sado, dia 7 de Dezembro, devido a limpeza dos reservatórios.

Informação



segunda-feira, novembro 21, 2011

Lições da História

Nestes tempos de crise económica e quase-ruína financeira de Portugal, é sempre bom conhecer factos históricos que nos poderão ajudar a entender melhor factos cujas consequências têm causas muito profundas e que estão enterradas na memória pelo peso implacável do tempo.



Em 1852, era este o Estado do Pais:
-218 Km de estrada
-nenhuma via férrea
-nenhuma linha telegráfica
-uma quebra de 10% na produção agricola provocava a duplicação dos preços, devido á ausência de comunicações
-Divida Publica imensa, provocada por pelo governo de Costa Cabral
-revoluções, pilhagens e guerras…etc

Só em 8 anos a Regeneração consegue inaugurar o 1º troço de comboio (que 50 anos depois serão de 2 800 Km, sendo ainda hoje uma linha actual)
-Inicio das comunicações telegráficas nacionais e ligações internacionais
-Inicio da construção maciça de estradas (só em Monarquia Constitucional são construidos 10.000 Km de estradas)
-Conversão e redução de toda a divida interna e externa, ao juro de 3%, sem deduções
-Internacionalização e abertura da economia Nacional
-Reforma do Arsenal da Marinha
-Nomeação da comissão das pautas alfandegárias
-Reorganização da Alfandega Municipal de Lisboa
-Passagem dos correios e postas do Reino para o ministério das Obras Publicas (estruturação dos correios para os moldes actuais)
-Auxilio e protecção á Escola politécnica
-Criação do observatório da Ajuda
-Establecimento das cadeiras de Economia Politica e direito Comercial ,Fisica,Quimica e História Natural, na Academia do Porto
-Fundação do Curso Superior de Letras
-Inicio da mecanização da agricultura
-Primeiras feiras agricolas e industriais
-..etc

A regeneração foi na verdade um “boom” económico que poderia ter adiantado os actuais niveis de vida em 30 anos, não tivesse sido a revolução de 1910 as crises económicas de 1890 e a implantação da republica no Brasil…

A linha azul mostra a evolução do rendimento “per capita” durante a monarquia, no periodo de 1855 até 1910.

A linha vermelha mostra a evolução do nivel de rendimento durante a I republica

A linha vermelha fina mostra a “tendência” (trend) que o ciclo económico poderia ter levado se não tivesse havido aqueles 16 anos ,entre 1910 e 1926

1- O 1910

Em 1855 o PIB era de 248 000 contos de reis, para uma população de 3901 000 individuos, tal significava um rendimento per capita de 82 escudos (escudos de 1914).Rendimento esse que viria a subir até 176 escudos (escudos de 1914), ou seja 114 % em 33 anos.A manter-se esse ritmo , o rendimento real per capita em 1921 teria sido de 189 escudos e não 90 como efectivamente foi (un hiato de 110%), sendo que era um valor inferior ao auferido em 1799
Não podemos dizer que o nivel de vida em 1799 fosse melhor do que em 1921, embora os dados indiquem nesse caminho, mas podemo-nos questionar onde foram parar os 110% de rendimento per capita, ou mesmo como foi possivel a um pais com um PIB real de um mihão de escudos em 1910 regredir para metade desse valor em 11 anos (555 000 contos em 1921).Para um Pais com 6 milhões de almas e um rendimento per capita de 90 escudos…pode-se dizer que em 11 anos (1910-1921) o Pais efectivamente regrediu mais de 60 anos, anulando todo o desenvolvimento que a regeneração havia feito, condenando o Pais a um eterno atraso de uma ou 3 decadas

2- A REPUBLICA DO BRASIL E AS CRISES DA DECADA DE 90

Que ocorreu então entre 1890 e 1910 ?.A economia quase estagnou, mesmo apesar de em 1910 ter atingido o maior valor para o Rendimento Interno até então conseguido (1 007 000 contos a preços constantes de 1914).Mesmo apesar da enorme divida que todos todos os anos crescia 11 000 contos, o pais crescia…não havia uma tendência no sentido da descida, como se veio a verificar desde 1910 até 1921
Portugal para cumprir os programas de fomento necessários tinha obrigatóriamente de recorrer ao crédito internacional, e para isso era obrigatória a entreda no sistema do “livre câmbio”, atravéz do sistema “padrão ouro” (cada moeda valia efectivamente uma quantidade fixa de ouro)
Esta abertura ao exterior era um enorme risco para uma economia ainda agricola e a prova-lo estão as pautas aduaneiras portuguesas, que eram á altura as mais elevadas da europa (o Estado cobrava em média 30% sobre as importações) o que no fundo reflecte o caractér proteccionista
sobre a industria nacional.
Mas nao se pode dizer que Portugal fosse efectivamente uma economia aberta, pois o peso das importações e exportações nunca ultrapassou os 7% (Em Inglaterra a média era de aprox. 20%).Só com advento da Républica é que esta fasquia foi ultrapassada tendo a Balança comercial registrado desvios de 21 pontos percentuais com as importações a representarem 28% do PIB (1921) face aos 7% das export.
A real abertura da economia não advinha da balança comercial mas da exportação de trabalhadores (emigração-modelo idêntico ao Italiano, com as mesmas consequências) Portugal exportava os trabalhadores, que enviavam remessas sob a forma de letras de câmbio sobre a praça de Londres (porque o Brasil tinha mais relações económicas com Inglaterra) Permitindo aos nacionais e ao Estado ter crédito para contrair emprêstimos
Então tudo o que se passava no Brasil tinha reflexos imediatos no valor da moeda face á libra.Isto foi verdade na guerra do Paraguai (1868-71) e particularmente grave na implantação da republica do Brasil (1890-1907)
A desvalorização da moeda face ao exterior provocava o imediato aumento da Divida Publica e de facto o crescente endividamento que se verifica desde 1890 não advém de um endividamento real ,mas do menor valor da moeda. Na altura todos queriam ver culpados no Fontes ou numa conspiração inglesa. Foi num estudo de 1915 ( “O Ágio”, Salazar) por um académico de nome Oliveira Salazar, que se provou o que já era sugerido por alguns…Foi o câmbio da moeda brasileira que detrminou o câmbio da moeda nacional até 1907
Tudo estava bem se tudo estivesse bem no Brasil (e D. Carlos sabia-o), mas desde Novembro de 1889, com o fim da monarquia no Brasil que este pais descambou num carnaval de golpes de Estado, sendo que em 1891 já as praças internacionais previam a bancarrota, com o cambio da moeda portuguesa a cair 25 % e as transferências do Brasil a passarem de 4355 contos (1888) para 800 contos em 1891, uma queda de 80%
Portanto foi uma consequência da conjuntura internacional, o que determinou a fraca performance económica (1890-1907), sendo que o PIB per capita de 1909 só seria igualado em 1928…19 anos de diferença! e a prova do fracasso da I republica

De facto a I republica foi um fracasso, não só ideológico como social. O Liberalismo assentava grande parte do seu pensamento no equilibrio do Poder pela sua divisão. Ao monarca o poder moderador contrapunha o poder executivo do governo e assembleias. Mas a implantação da Republica apenas veio vincar o acrescido gosto pelo poder que as “elites” vinham vindo a adquirir e o quanto era incomoda a presença de um poder moderador. A enorme liberdade de movimento financeiro e executivo dos sucessivos governos veio provar que a independência orçamental tinha sido subestimada e que esta era de facto mais forte do que os poderes consignados na Constituição…mas seria de facto mais eficiente?
A Republica implanta-se muito devido ao escandalo dos tabacos, que em 1926 ainda não tinha sido resolvido.
O aumento do nivél de vida foi uma mentira escabrosa….as diferenças sociais aumentaram e se em 1910 não se vivia muito bem, em 1921 nem pão havia para comer, o que diz muito da igualdade entre os homens!
A divida publica aumentou
Não se construiram quaisquer infraestruturas.


É legitimo perguntar-se para que serviu a republica ou se a monarquia era assim tão desnecessária.
Bom entre a linha azul e a vermelha a unica diferença (do gráfico) é o Rei porque o resto estava lá tudo: as estruturas, os politicos, as mentiras e omissões
…afinal a monarquia fez falta!

«El-Rei D. Pedro V - O Rei Santo»

Tenho dois propósitos com este texto (que não é da minha autoria). Em primeiro lugar, homenagear a memória um dos maiores Chefes de Estado que Portugal teve, no 150º ano da sua morte (11/11/1861) e por outro desmistificar alguma propaganda repúblicana, procurando mostrar a verdadeira História e factos e promover a cultura geral dos nossos leitores até para que comparem modos de ser e actuar de uns e outros.



Palácio Real das Necessidades

Está profundamente ligado à história de Portugal no século XIX, tem um bonito lago nos seus jardins a que se dá o nome o “Jardim do Imperador” (D. Pedro IV), aqui neste Palácio viveu a filha do Imperador. Foi a rainha D. Maria II e aqui neste mesmo Palácio nasceu o seu filho EL-Rei D. Pedro V.

Aqui viveram depois D. Luíz I, D. Carlos I e D. Manuel II, enfim as últimas décadas da história da Monarquia Portuguesa estão todas ligadas a este Palácio das Necessidades.

Actualmente é a sede dos Negócios Estrangeiros.

Mas de facto hoje irei falar, sobre o nosso 30º Rei, D. Pedro V.

Ele reinou muito pouco tempo, começou novo e acabou muito novo, morreu aos 24 anos.

Durante o seu reinado tudo aconteceu mal, não houvera desgraça que não atingisse o nosso país, tanto no plano interno como externo.

Foram anos de verdadeira tragédia apesar disso, nenhum outro Rei ficou tão profundamente na alma de todos os Portugueses. El-Rei D. Pedro V é o Rei “Santo”, cuja memória é ainda hoje evocada como alguém que estava fora da barafunda deste mundo como uma pessoa superior, sem maldade com uma auréola de prestigio como talvez nenhum outro Rei em Portugal.

E era isto que eu gostava de explicar…como é que é possível com um tempo tão mau um Rei, deixar uma memória tão boa!

A sua mãe D. Maria II casada com Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha, irmão do rei dos Belgas, Leopoldo I, e primo do marido da rainha Vitória da Inglaterra, o príncipe Alberto. Teve 11 filhos apenas 7 sobreviveram e faleceu com apenas 34 anos.

Durante o seu curto reinado, passado num dos mais conturbados períodos da nossa história, o das lutas entre liberais e absolutistas, vários acontecimentos históricos se passaram: a Guerra Civil, a revolução de Setembro, a Belenzada, Revolta dos Marechais, a Maria da Fonte, a Patuleia.

Do casamento nasceram:

1. D. Pedro V , que sucedeu no trono;

2. D. Luís, duque do Porto, que em 1861 sucedeu a seu irmão;

3. D. Maria. Nasceu em Lisboa, no Palácio das Necessidades, a 4 de Outubro de 1840, tendo falecido no mesmo dia;

4. D. João. Nasceu em Lisboa, no Palácio das Necessidades, a 16 de Março de 1842, e faleceu no Palácio de Belém em 27 de Dezembro de 1861. Era Duque de Beja e de Saxe Coburgo Gotha;

5. D. Maria Ana. Nasceu no Palácio das Necessidades, a 21 de Agosto de 1843, e faleceu em Dresda, a 5 de Fevereiro de 1884. Casou em Lisboa, a 11 de Maio de 1859, com Frederico Augusto (1832-1904) que foi rei da Saxónia, com o nome de Jorge III. Com descendência;

6. D. Antónia. Nasceu em Lisboa, no Palácio das Necessidades, a 17 de Fevereiro de 1845, e morreu em Sigmarinen, a 27 de Dezembro de 1913. Casou em Lisboa, a 12 de Setembro de 1861, com Leopoldo Estevão Carlos (1835-1905), príncipe de Hohenzollern. Com descendência;

7. D. Fernando. Nasceu em Lisboa, no Palácio de Belém, em 23 de Julho de 1846, e faleceu no Palácio das Necessidades, a 6 de Novembro de 1861, estando sepultado no Panteão Real de S. Vicente de Fora.

8. D. Augusto. Nasceu em Lisboa, no Palácio das Necessidades, a 4 de Novembro de 1847, e faleceu no mesmo local a 26 de Setembro de 1889.Está sepultado no Panteão Real de S. Vicente de Fora. Foi duque de Caminha e de Saxe-Coburgo-Gotha;

9. D. Leopoldo. Nasceu em Lisboa, no Palácio das Necessidades, a 7 de Maio de 1849, tendo falecido no mesmo dia;

10. D. Maria. Nasceu no Palácio das Necessidades, em 3 de Fevereiro de 1851, e morreu no mesmo dia.

11. D. Eugénio. Nasceu no palácio das Necessidades, a 15 de Novembro de 1853, e faleceu no mesmo dia.

No Palácio das Necessidades a sala de D. Maria II é muito ilustre porque foi aqui que nasceram todos os seus filhos, 2 deles Reis de Portugal e foi aqui também que D. Maria II morreu durante o parto de D. Eugénio a 15 de Novembro de 1853.

Neste quarto foi onde nasceu D. Pedro V, e morreu, como também foi o mesmo quarto da sua Lua-de-mel com princesa Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen da casa real da Prússia com 22 anos ambos.

Ainda hoje é visível no mesmo quarto nas bandeiras das portas os escudos que D. Pedro V mandara gravar como sinal do seu amor. É a única coisa que hoje nos recorda a presença do casal Real nesta Sala.

Foi um curto casamento (1858), durou apenas 14 meses, porque D. Estefânia apanhou uma ponta de sol, ao qual não estava habituada e arranjou uma Angina Difetérica, é claro nesta altura a medicina não tinha forma de a curar e ela morreu.

Mas morreu com estas palavras sua Alteza Real “Consolem o meu Pedro”era o seu marido que ia ficar viúvo. Aprendera Português porque D. Pedro V fizera questão que a sua Rainha falasse a sua língua. No entanto não foi possível consolar o seu Pedro, depois da sua morte, o seu Pedro mandou fechar todas as janelas do Palácio e este ficara numa escuridão completa e era aqui na treva, da saudade e nesta angústia permanente que El-Rei de Portugal passou os 2 últimos anos da sua vida.

E isto é muito dramático.

Mas ainda mais dramático é o seu Reinado!

O reinado começou sobre o signo do luto, a mãe de D. Pedro V era a Rainha D. Maria II que morreu no parto do seu 11 filho e espantou Portugal, era muito estimada a Rainha e ninguém esperava um final tão trágico. O filho mais velho tinha apenas 16 anos era uma idade que não permitia ser Rei porque a Lei, só admitia aos 18 anos.

Então sucedeu-se um período de regência em que foi regente o Rei D. Fernando, o Rei viúvo, esses 2 anos são efectivamente bons para Portugal, tudo corre bem, o Rei era muito estimado.

Até que em 1855 D. Pedro V perfaz 18 anos. Começa a reinar e logo sobre o país acontece uma calamidade pavorosa, um grande epidemia de Peste a febre-amarela, as pessoas morrem às centenas todos os dias em Lisboa.

Lisboa aterrada de gente, despovoa-se, toda a gente tem uma maneira de sair, seja de comboio, ou de barco, vai para uma quinta de familiares ou vai para a outra margem do Tejo simplesmente.

Lisboa ficara então uma cidade “Fantasma”, só com os Agonizantes e com o Rei, porque o Rei recusou-se a abandonar a cidade, onde os Portugueses sofrem e morrem e mais do que isso, contra a opinião e pressão de todos os seus conselheiros que lhe dizem “saía daqui majestade…porque isto é altamente contagioso é mortal”. El-Rei D. Pedro V vai aos hospitais ver os homens que já estão nos últimos instantes de vida e ergue-lhes a cabeça no braço e diz-lhes “eu sou El-Rei de Portugal, venho aqui e não queria deixar de o ver, e queria desejar-lhe muitas melhoras…são maus bocados mas tudo passa…tenha esperança” e os enfermeiros e médicos com as suas batas brancas franzidos atrás das portas sem sequer ousarem aproximar-se daquele Rei, Temerário que desafiava a morte.

É claro o Rei não morreu, mas isso ficou profundamente na alma Nacional. ~

Um Rei que acima da sua segurança pessoal da sua saúde, punha o Amor pelos Portugueses sobre as quais ele governara.

Isto é logo no 1º ano do seu Reinado, logo a seguir vem a 2ª epidemia a “Cólera-morbo” que mata ainda mais gente e El-Rei continua Imperturbável, continua a assistir aos moribundos, a acompanhar os enterros, a ver o abrir das covas…

Entretanto a vida dos Portugueses tinha tremendas dificuldades quer cá dentro quer lá fora.

■“O ano das 3 desgraças, Lisboa 12 Abril de 1856, chuvas torrenciais durante 3 meses a fio destroem sementeiras; Tremor de Terra que destruiu o sul do Algarve”
■“Os históricos alternam com os Regeneradores, Lisboa 6 Junho de 1856”
■“Relatório do Commissario Regio para a Commissão Imperial”
É nesta altura que aparece uma questão irritante, são os tais casos políticos, que se inventam, que no fundo não tem importância nenhuma, mas que são explorados de uma maneira que acaba por totalmente dominarem a vida Politica Nacional. Foi a questão das “Irmãs da Caridade”.

As Irmãs da Caridade (ordem fundada em França, em 1633, por S. Vicente de Paulo) chegaram a Portugal em 1819, vindo outro grupo francês em 1857, devido às epidemias de cólera e febre-amarela no País. Tinham objectivos assistenciais e educativos. A sua presença, porém, causou grande celeuma política em Portugal. Assim, na fragata Orénoque, enviada pelo imperador francês Napoleão III a pedido de D. Luíz I, embarcaram de Lisboa com destino a França, a 9 de Junho de 1862, cinco religiosas de S. Vicente de Paulo, que trabalhavam em obras de caridade no nosso país, na sequência da acesa discussão na sociedade portuguesa sobre o congregacionismo.

Esta discussão, mantida entre 1858 e 1862, transcendeu o simples facto de se debater a presença destas religiosas francesas em Portugal, pois motivou uma disputa religiosa entre clericais e anticlericais, isto é, entre absolutistas e liberais. Dentro da própria elite política havia divisões. Os deputados do Partido Histórico tentavam expulsar as religiosas, enquanto os deputados do Partido Regenerador aceitavam a sua presença no nosso país.

“mas isto é um regresso ao passado…temos outra vez um país de freiras e dos frades, isto não pode ser...”

Os jornais publicaram dezenas de artigos, houvera comícios com milhares de pessoas, abaixo assinados com milhares e milhares de assinaturas.

As freiras eram apedrejadas, correram perigo de vida.

Inventaram-se as maiores Obscenidades…haviam canções populares grosseiras e isso originou um problema terrível com a França. O Rei não sabia o que fazer era evidente.

O Rei achava que as irmãs, só estavam aqui, para fazer bem e por outro lado percebia a importância do movimento político, um movimento que estava a alarmar o mais profundo da consciência popular Portuguesa que era, o muito anticlerical.

El-Rei D. Pedro V acabara por falecer sem decidir o que fazer.

Hoje esta questão surpreende-nos pelo que tem de pequenino mas mostra como a politica pode fazer de uma insignificância um assunto que perturba e mobiliza completamente as forças da consciência popular, e isto foi um dos grandes dramas do reinado do Rei D. Pedro V.

Logo nós tratando assim mal as 5 velhas Francesas, poderá estar “Relacionado” com a forma brutal Indígena verdadeiramente Infame como o governo Francês tratou o caso da “Barca Charles et George”.

A questão é esta, no tempo do Rei D. Pedro V estávamos em luta contra a escravatura. “Lisboa, 29 de Abril de 1859 colonos contra escravatura”. Nas províncias Portuguesas de toda a parte era rigorosamente proibido vender escravos, fazer tráfico ignóbil de vender criaturas humanas nossos irmãos e vende-las como se fossem gado.

E portanto todos os navios de guerra Portugueses e todas as autoridades tinham ordem para não permitir a venda de negreiros.

Acontece que em Moçambique as autoridades viram o barco “Charles et George” que tinha a bordo 120 pretos amarrados de pés e mãos.

As autoridades disseram ao capitão “então quem é que lhe dá autoridade de comprar escravos”…o Capitão responde “eles são voluntários”…as autoridades “mas tem as mãos e os pés atados”…capitão “eles é que pediram”

Deu-se então a volta ao navio e foi evidente que era um negreiro a comprar escravos para as províncias Francesas. O navio foi apreendido o capitão preso, segundo a legislação internacional e aparece o governo da França nessa altura era o Napoleão III.

Que intima o governo de Portugal a respeitar a bandeira Francesa. “não senhora, aquele capitão de navio não estava nada a fazer trafico de escravatura…isso é uma infâmia, um francês não faz escravatura” “o governo de Portugal tem de respeitar a verdade francesa e a bandeira francesa”.

Bom os Portugueses tinham como ministro do ultramar o “marques Sá da Bandeira” nessa altura visconde.

E respondeu com os documentos todos, “está aqui a prova de tudo, isto é um facto absolutamente evidente!” “Era um negreiro odioso que tinha comprado aos Régulos Africanos 120 homens”.

Mas ainda assim o governo francês, insiste na sua inocência e nós por esta altura não tínhamos nenhum dos nossos aliados (Inglaterra), que viessem em nossa ajuda…e o governo francês acaba de enviar uma nota…

“ou vocês restituem o navio e põem o capitão, Étienne Mathurin Rouxel em liberdade e lhe pagam uma quantia de 239 045 francos ou uma esquadra francesa entra no Tejo e fará reinar a justiça ditada pela França pela força das armas.

Imaginem a violência e o sofrimento que isto causou no povo Português, foi preciso ceder, claro contra a força de uma esquadra francesa nós não tínhamos armas, éramos um pobre país à mercê da França que era a principal potencia militar da Europa, foi preciso pagar-lhes tudo o que queriam, entregou-se o negreiro e nós tivemos de engolir essa afronta e El-Rei D. Pedro V assistiu a tudo isto angustiadamente.

Voltando agora a falar do Palácio das Necessidades o salão nobre que ao mesmo tempo era o salão do trono (móvel) onde os vassalos vinham prestar a homenagem ao Rei, ajoelhavam e beijavam a mão da sua majestade.

D. Pedro V, acaba com isso, diz “ajoelhar….1 homem só se ajoelha perante Deus, que está acima dele, todos os outros homens são irmãos”, “ ninguém tem de ajoelhar-se diante de ninguém”e “beijar a mão…isso pode-se beijar a mão a um pai a uma mãe…agora eu não sou pai dos Portugueses…sou irmão deles” “portanto mais ninguém me vai beijar a mão” “um português que estime outro Português aperta-lhe a mão é com um leal aperto de mão que exprime a sua amizade”.

Este é o Rei que no salão nobre do Palácio suprime a flexão dos joelhos e o beija-mão Real Secular pelo aperto de mão democrático, que reina até hoje.

Eu penso que isto sejam factos importantes que nos ajudam a dar uma ideia clara de quem era e foi este Rei de Portugal.

Mas realmente as condições políticas do tempo em que se vivia são muito perturbadas e embora ele tivesse muitos irmãos, a certa altura os Príncipes começam a morrer!

Não se sabe bem porque, ou era uma febre muito grande, uma dor, uma cólica muito forte, os médicos vêem mas não há nada a fazer…e o príncipe morre.

Depois é ele próprio que morre a 11 de Novembro de 1861 (24anos) com febre tifóide.

Apenas escapou D. Luíz porque era oficial da marinha e andava longe, no navio, nessa altura vem com o seu navio, ainda não havia telegrafo, e quando entra na barra do Tejo e as autoridades o vêem cumprimentar a bordo, dizem-lhe “Vossa majestade” a 22 de Dezembro de 1861, pondo fim a uma regência de 72 horas assegurada pelo Rei D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha.

E é aqui nesta altura que D. Luíz comandante com os seus galões de capitão-de-fragata diz “vossa majestade”, “que ideia essa” … “majestade é o meu irmão”, “devo-lhe dizer sua majestade, seu irmão acaba de falecer o reino de Portugal é de vossa majestade”, é desta forma que começa o seu longo reinado.

Perante a morte dos Príncipes e do Rei, há uma grande insurreição popular porque o povo amava verdadeiramente aquele Rei. O Palácio foi invadido quiseram matar porque puseram suspeitas a pairar…quem é suspeito…de certeza foi esse “Costa Cabral”, não Costa Cabral não foi…de certeza que foi o “Duque de Loulé”… Bom arranjavam com que toda a gente de quem não gostavam, tinha a cabeça a prémio, assaltaram casas, destruíram mobílias, incendiavam, perseguiam pessoas, o governo teve de fugir pelas traseiras do Palácio do ministério porque o povo indignado queria vingar o seu Rei.

É claro que El-Rei D. Pedro V ficou para sempre na alma Popular.

Foi este mesmo Rei que fundou o curso superior de letras que é o antepassado da faculdade de letras de Lisboa, foi ele quem escolheu os professores e ele próprio Rei, saía do Palácio Real e ia com frequência ouvir as aulas dos “Lentes”.

Sobretudo a de um professor que falava muito bem e dava umas belas aulas de história que era o historiador “Rebelo da Silva”.

Rebelo da silva fala do Rei e descreve o seu falecimento desta forma: “na tarde de 11 de Novembro às 7horas solta em fim dos laços do desterro, levou a unir-se aos que chorava uma das mais formosas almas que enobreceram a púrpura Real, honrando este século e humanidade”.

Seria isto uma transcrição Real e geral do sentimento que tomou o País após a morte de um Rei com 24 anos?

Se ele tivesse uma vida longa qual seria o seu destino?

Era um Rei que não se contentava com o vão título de reinar, presidir aos destinos nacionais.

Não ele intervinha pormenorizadamente, queria saber tudo, dava a sua ideia, concelho e punha a sua opinião, escolhia os seus ministros, afastou o Fontes Pereira de Mello de quem não gostava
.

Ora bem os tempos já não eram para isso, o Rei tinha uma função já meramente passiva e ele não agia de acordo com esse espírito da constituição, foi realmente esse intervencionismo activo, esse querer saber de tudo que perdeu EL-REI D. Carlos I e levou-o ao Regicídio.

Acho que morreu a tempo D.Pedro V.

Deixou na alma Portuguesa esta ideia de um formoso espírito que como um anjo da guarda dirigiu os destinos de Portugal durante apenas 6 anos.

Miguel Duarte Guedes




«Se eu tivesse um filho e me morresse, não me custava mais a morte dele do que me custou a daquele pobre rapaz…»
(Alexandre Herculano)

«Foi a primeira vez que vi Alexandre Herculano chorar como uma criança..»
(Bulhão Pato)


«A saudade do povo exprimiu o afecto e a veneração inspirada pelos seus nobres exemplos. A glória pacifica e a boa memória do seu reinado legaram ao presente uma grande lição e fundaram um monumento diante do qual os seculos Hão-de inclinar-se quando passarem…»
(Rebelo da Silva)

domingo, novembro 20, 2011

A frase do dia

“Se um alguém não está preparado para correr riscos por suas opiniões, ou suas opiniões não valem nada ou então ele não vale nada”. Ezra Pound

sábado, novembro 19, 2011

Bombeiros e GNR organizam acção solidária no Torrão

O Corpo de Bombeiros Mistos de Torrão e a GNR Torrão com a colaboração da Junta de Freguesia do Torrão e da ADT vão organizar no dia 27 de Novembro uma campanha de recolha de sangue e de angariação de dadores de medula, inspirados pelo recente apelo do jogador de futebol, Carlos Martins, cujo filho necessita urgentemente de um dador compatível de medula óssea.
Quem quiser/puder já sabe... A informação mais detalhada está no panfleto.

quinta-feira, novembro 17, 2011

E aqui também


















Quem não se lembra da entrada sul de Alcácer do Sal; as bermas esburacadas, a lama, o piso irregular...?

Ainda no mandato anterior, a Câmara Municipal em boa hora requalificou aquele espaço que esteve desprezado e abandonado durante anos. Mas requalificar não basta. Há que zelar pela manutenção e funcionalidade as infraestruturas. Valetas entupidas de pouco valem.

Também aqui: Fica à atenção dos serviços.

Diz-me com quem andas...



«A língua portuguesa é a minha pátria»

Não é engano e muito menos contraditório e ao inverter a frase coloco o ênfase na língua porque Pessoa ao afirmar “A minha pátria é a língua portuguesa” estava longe de imaginar que a sua amada língua seria adulterada e ultrajada da forma que hoje assume sob o nome de “Novo Acordo Ortográfico”. Evolução é crescimento não é humilhação. Apedrejaram a minha língua, tratam-na com tal propriedade que chega a parecer que temos de aprender a nossa própria língua. Sempre respeitámos as diferenças culturais de todos. O respeito que sempre pusemos na forma como a transmitidos deveria ser o mesmo com que nos deviam retribuir. Ao invés, temos que regredir na nossa língua enquanto outros aperfeiçoam . Temos de deixar de saber falar e escrever na nossa própria língua para que outros se sintam melhor no seu parco conhecimento. Sempre soubemos tolerar os estrangeirismos ainda que, actualmente, julgue, desnecessários porque a língua portuguesa é tão rica que não necessita de muitos acrescentos mas ainda assim sempre fomos tolerantes. E entenda-se que os mesmos entraram na nossa língua por força da modernidade, a descoberta de novas ideias e conceitos e também fruto da nossa experiência além mar, donde trouxemos um número muito significativo de novas palavras.
Começámos por aceitar a dupla grafia (vá-se lá saber porquê) e com isso apenas contribuímos para que o ensino no exterior fosse dúbio. Consoante a língua for ensinada por um professor português ou brasileiro assim o aluno aprenderá grafias diferentes. Um aluno timorense passará a escrever “óptimo” se o professor for português, mas se o professor for brasileiro escreverá “ótimo”... Agora, para além da dupla grafia preparamo-nos para desaprender a nossa língua.
Um povo que depende economicamente de outros não tem que depender também intelectualmente.
Muitas foram as palavras adoptadas ao longo do tempo na nossa língua por força do que importávamos (ideias incluídas) mas sempre tivemos a preocupação de as “aportuguesar”. Os neologismos não deixam de ser interessantes o que, na minha opinião, significa crescimento e riqueza. Agora adulterarmos as palavras é um caso muito diferente. Porque não posso escrever facto com "c" se eu o pronuncio. Tenho lá culpa que outros por força do seu sotaque o suprimam. Suprimam-no na linguagem falada mas nunca na escrita. Quando aprendi a ler e a escrever ensinaram-me desde logo que havia diferença entre a forma escrita e a forma falada. Recuso-me por isso a ultrajar a minha língua só porque outros não a sabem ou não querem escrever.
Reparem nos ingleses e franceses. Alguma destas línguas já fez um acordo ortográfico? Não creio que tenham tido alguma vez essa preocupação. No entanto, em Inglaterra fala-se inglês e em França fala-se francês sem quaisquer alterações à forma original. A forma como se falam estas línguas no mundo parece não alterar a raíz. E no entanto, tal como a língua portuguesa, é na origem que tem o menor número de falantes...
O objectivo do novo Acordo Ortográfico, dizem, é criar um padrão único para fortalecer a língua portuguesa no mundo. Pois bem, acabem com a dupla grafia (que é um perfeito disparate) e imprimam mais rigor no ensino da língua além fronteiras e criem-se mecanismos para a divulgação da língua portuguesa a nível global.
Se se considerava importante que todos os países lusófonos tivessem uma mesma ortografia então porque não adoptaram a língua mãe. “És filha de Portugal e Mãe de muitas nações” - parece-me lógico (pelo menos a mim) que o aluno aprenda com o mestre.
Talvez se tivessem pensado ao contrário teríamos posto toda a gente a escrever muito melhor. Ou seja, se tivessem ouvido os que utilizam a língua ao invés dos que se limitam a estudar os seus fenómenos, o resultado teria sido, inevitavelmente, o oposto.
A supressão de certos acentos só vem dar razão aqueles que nunca souberam acentuar uma palavra. Faz lembrar as “Novas Oportunidades” onde se premeia (perdoem-me as tais excepções) a preguiça e se incentiva a ignorância.
Como vou diferenciar "pára" (verbo) de "para" (preposição) ? A falar os sons são diferentes mas quando os tiver que escrever terei que ter o cuidado de explicar cuidadosamente qual das palavras pretendo dizer. Por exemplo, se estiver a escrever um diálogo e quiser dizer – Pára! Tenho que escrever – Para! E acrescentar à frente (do verbo parar...). Ridículo no mínimo.
Como vou homenagear os grandes homens ? Não poderei dizer homem com H grande e passarei a chamar-lhes omens sem H ! Ah! Não se assustem! Pelo menos para já, é certo que esta palavra mantém o H mas com o passar dos tempos e se a moda pega ...
Segundo pude compreender, tratava-se da uniformização da grafia e não da língua portuguesa., contudo as alterações introduzidas não são universais, isto é, alteram-se determinadas grafias no Brasil e outra determinada grafia em Portugal – não vejo pois unificação de critérios.
Diz-se ainda que um acordo desta natureza implica a dimensão histórica, política, ideológica e económica dos países envolvidos. Procura-se, a todo o custo, o respeito pela diferença de culturas assumindo a igualdade de critérios. Eu pergunto, qual igualdade ? Nós, portugueses abdicamos de cerca de 1,6% do vocabulário e os brasileiros alteram apenas 0,5% - onde está a igualdade ? E se se alteram grafias para adequar às especificidades culturais, quem respeita a origem e berço da língua?
E quem se preocupou com a especificidade da cultura africana ? Então e os timorenses vão adoptar a grafia portuguesa ou a brasileira ? Sim, porque não se lembraram de criar a grafia cabo-verdiana ou angolana ou moçambicana …E muito menos timorense …
A título de curiosidade, note-se que no final da redacção do Acordo Ortográfico pode ler-se registro público. Afinal escrevemos registo ou registro ? Se o acordo foi redigido e assinado em Lisboa não se deveria ter escrito de acordo com a ortografia portuguesa ??
Se os símbolos da minha nação são a bandeira, o hino e a língua, parece-me legítimo questionar se alguém conjurar contra um deles comete um crime contra a pátria. Que diferença existe entre alguém que espezinha a bandeira e aquele que ultraja a língua? Se num caso é crime no outro também deve ser... E o Padre António Vieira, por este andar bem pode continuar à espera do V Império, passará a constar na história não como o Imperador da Língua Portuguesa mas como Cônsul da Grafia Portuguesa.
Se consideramos a língua portuguesa como o mais significativo elo que a todos une, este acordo será por certo o elemento de desunião entre todos aqueles que por mais de quinhentos anos souberam e honraram o seu verdadeiro significado.
Onde estão os amantes da língua portuguesa? Escondidos atrás do Acordo Ortográfico? Por certo acocorados.
Todo este disparate só aconteceu porque três dos oito membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), ratificaram as regras gramaticais do documento proposto em 1990. Não deixa de ser curioso esta modernice de dar às minorias a possibilidade de subjugar a maioria. Estou farta da ditadura das minorias. Aprovam leis, fazem-se referendos quase sempre em nome das minorias. Que foi feito da equidade e da tão falada democracia? Sou eu que estou confusa ou impingiram-nos que num universo de oito, três são a maioria?? Só encontro na história paralelo na Idade Média. E se pensarmos melhor veremos que hoje não queimamos os livros mas serão igualmente destruídos se se editarem outros de acordo com novas regras... Já alguém imaginou os Lusíadas revistos à luz do novo acordo ortográfico? Que faremos nós à nossas bibliotecas ? Obsoletas, passarão a museus?!
E se "vox populi, vox Dei"* : "quem nasce torto tarde ou nunca se endireita" – este acordo, espero, ficará para a história como um nado-morto.
* - Para os defensores do novo acordo ortográfico que por certo ficarão arrepiados pelo uso do latim (talvez também não saibam o seu significado) – a voz do povo é a voz de Deus.
Por trinta dinheiros Judas entregou Jesus. Por muitas moedas de ouro quis o Papa reconhecer Portugal como nação independente e por muitos milhares de milhões terão alguns estropiado uma das mais antigas línguas, senão a mais bela. Porém, Jesus cumpriu a sua missão: Portugal tornou-se uma nação independente e espero que a língua portuguesa se liberte dos escolhos e se afirme como língua universal., mantendo a sua identidade.
Importamos quase tudo, toleramos tudo, aceitamos todos, demos tudo mas não me tiram a língua porque é nela que se escreve SAUDADE e FADO. Também se escreve PESSOA e CAMÕES e nela já se escreveu o MUNDO.
Não me peçam que aceite quem pensa de maneira diferente porque isso seria aceitar a infâmia que contra a minha pátria se abate. Quem insulta a minha língua, insulta a minha pátria e quem o faz se não puder pela Lei ser julgado que o seja pela Consciência dos Homens condenado.
A mim ninguém me põe a albarda em cima e por isso continuarei a escrever na língua que Deus e a Pátria me deram.
"Oh gente da minha terra" "levantem-se que é hora!".
Dina Lapa de Campos - 4 de Novembro de 2011
DAQUI

P.S - A mim, Paulo A. S. Selão, também ninguém põe a albarda em cima e assim sendo, também eu mandei, mando e mandarei o «aborto» ortográfico às malvas e continuarei a escrever um Português puro e não um português hibrido que nem é carne nem peixe.

Quando as vitórias de pouco valem






Dar os parabéns à Selecção Nacional de futebol. Qualificou-se com mérito para o campeonato da Europa.


Mais importante contudo é deixar um grande abraço de solidariedade ao Carlos Martins pelo drama que está a passar.
Quem pretender ajudar o Gustavo e todas as outras crianças;



Sitios para onde se pode marcar e ajudar:


CEDACE, Registo Português de Dadores de Medula Óssea Hospital Pulido Valente

Alameda das Linhas de Torres, 117 1769-001 Tel. 21 750 41 00 Fax. 21 750 41 41


Centro de Histocompatibilidade do Centro

Pcta Prof. Mota Pinto - Edf.São Jerónimo, 4º Apartado 9041 3001-301 Coimbra Tel: 239480700/719


Centro de Histocompatibilidade do Norte

R.Roberto Frias - Pavilhão Maria Fernanda 4200-467 Porto Tel. 22 51 9102 ou 22 557 3470

terça-feira, novembro 15, 2011

Não escreveria melhor, nem diferente

O Sr. Presidente da República, diz na sua visita aos EUA que Portugal é também uma terra de oportunidades e que os imigrantes deviam apostar no seu País de origem.
Ora bem, ou é de mim, ou esta é mais uma das suas enormes incoerências?
Portugal tem visto ao longo dos tempos os seus quadros e as suas mentes brilhantes a "fugirem" para outros países, devido à falta de oportunidade no nosso país, por não haver mesmo lugar devido ao facto de as pessoas terem qualificações a mais.
É este o país das oportunidades? Que forma quadros especializados para os mandar lá para fora? É muito bonito falar de meritocracia, mas seria ainda mais bonito se isso fosse uma realidade, em vez de apostar nos cérebros Portugueses, que realmente se distinguem das massas entorpecidas - não, vamos mesmo é apostar em aumentar os impostos que limitam o empreendedorismo e que apoiam quem não quer trabalhar.
Vamos tomar como exemplo a nossa função pública que se sente sempre tão injuriada quando lhes limitam as regalias - é em grande parte composta por pessoas que não evoluem, nem contribuem para a evolução do País e que se limitam a subir na carreira devido a anos de serviço e idade.
É este o país das oportunidades? Que investe na "preguicite aguda" e no "deixa andar" em vez de apostar em quem realmente interessa?
Depois admirem-se que fujam para países que não os seus, mas que lhes reconhecem as capacidades e o valor.
Lamento informá-lo Sr. Presidente que aos Portugueses não lhes falta amor pelo País, falta-lhes sim, a oportunidade de poderem evoluir cá dentro - e não, este não é o momento certo.


publicado por Ana Firmo Ferreira in Estado Sentido

segunda-feira, novembro 14, 2011

Outro cómico???








Aparentemente temos por cá algumas revelações de artistas que faziam furor no panorâma humuristico nacional. O Herman, os Gatos Fedorentos e outros que se cuidem.

Depois do Álvaro sai-me este com piadas de estalo.

Mas combinaram-se todos foi?

Terra de oportunidades??? Só se for para ele e para os amigos; repito: só se for para ele e para os amigos.

Divertido este Álvaro



"2012 vai marcar o fim da crise", diz Álvaro Santos Pereira

Sei que sou um leigo nesta matéria mas, fazendo fé no meu senso comum e intuição, não creio que seja assim, infelizmente. Era bom mas... isto para mim é mais uma piada e um desabafo político do que outra coisa.

Se fosse o Professor Álvaro Santos Pereira, eminente economista, a dize-lo... o problema é que é o Ministro e já outros no passado também fizeram afirmações similares e deu no que deu.

Se assim é, certamente que o professor terá que o demonstrar. A ciência em geral e a Economia em particular, não é uma profissão de fé. Para além disso, tal não passa de uma projecção e como tal tem sempre uma margem de erro associada.

Mas tal afirmação não é uma afirmação técnica e cientifica. É ao invés uma afirmação política e como tal é algo que me merece apenas uma sonora gagalhada.

Tendo também em conta a greve geral que se aproxima (ressalvo desde já que não tenho pena nenhuma dos funcionários públicos), tal pode ser visto como um elevar de expectativas. Esta é pois uma afirmação puramente política e uma tentativa de acalmar a fera. Esta afirmação é, como disse, para criar expectativas, daquelas do género do burro e da cenoura!

Complexa e morosa? São todas!



«Rua Nossa Senhora do Bom Sucesso, a tal... de manhã é que se vê bem no que é que os moradores estão metidos. Era inesperado e contra a natureza nada há a fazer. Talvez mas se as obras tivessem sido concluidas quando deviam nada disto acontecia. Mas em Portugal, à porta dos responsáveis nunca nada disto acontece».

«Respondendo depois às questões própriamente ditas, informou que (...) a situação na Rua do Bom Sucesso se prenderá com o empreiteiro».

«Na passada Assembleia de Freguesia, do dia 14, o Sr. Presidente da Junta afirmou que tal era algo que só dependia do empreiteiro. Já a Câmara não teria responsabilidades nenhumas, presume-se.
Pouca sorte tem esta Câmara com os empreiteiros a quem adjudica as obras. Já com a estrada da Ameira em Alcácer, foram anos devido a problemas (está-se mesmo a ver) com os empreiteiros».





«A obra foi morosa dada a sua complexidade e dificuldades apresentadas pela empresa responsável pela empreitada...»

A versão oficial é de que a maior parte (senão todos) dos problemas com as obras municipais adjudicadas a terceiros é única e exclusivamente da responsabilidade destes.

Estranho ou talvez não. Talvez seja só mesmo pouca sorte.

Outros mais avesos ao oculto afirmam que isto deve-se ao facto destas empresas terem múltiplas obras e como tal, vão desenvolvendo o trabalho nessas à medida que vão recebendo. Não sabemos se tal será verdade mas é uma opinião plausivel.

Agora se estas obras são todas complexas e morosas, o que é que poderá ocorrer quando o RUAS arrancar. O que esperará Alcácer? Atente-se que as empresas a quem foi adjudicada a obra, nomeadamente a Mota Engil, são sólidas e têm créditos firmados no mercado. Não adianta depois ser-lhes imputadas responsabilidades pois algo desse género será pouco verosímil. Se outras são complexas e morosas, uma obra desta envergadura será megacomplexa e deveras morosa. Não será melhor pensar-se duas vezes antes de avançar?

Olhem que há coisas que se pagam muito caro. Quem avisa...

É a minha singela opinião.

Está feito

14 de Agosto de 2011














14 de Setembro de 2011







14 de Novembro de 2011














Uma cedência pontual do material. Acontece! Fica à atenção.












Está terminado o muro de suporte de terras, junto ao pavilhão gimnodesportivo. Recorde-se que o assunto tinha sido trazido inicialmente à baila aqui.
Foi só depois do assunto ter sido abordado no Pedra que, uma obra que deveria ter sido logo feita aquando da construção do recinto e escola, foi levada a cabo não só mas também pela evidência das circunstâncias.

Apesar de ter ficado de certeza muito melhor e mais arranjado, ainda assim, por razões economicistas, optou-se por fazer um muro «à meia canela» o que implica que a parte interior do polidesportivo será para ficar assim (um pequeno baldio).

Poder-se-ia ter feito o muro, como se sugeriu, um pouco mais alto para nivelar e estabilizar as terras junto ao muro de forma a ajardinar e tornar a zona mais aprazível em vez de ficar assim, isto é, muito irregular, selvagem, com declive acentuado e sem aconchegar uma parcela de terra junto ao muro (um mero truquezinho técnico; «Queremos» fugir aos impulsos de terras e deixar o murete em equilibrio geostático não é? Pois, pois...). Optou-se pelo o barato e uma solução de recurso.

Como é bom de ver, tal não poderia ser feito desta forma, se se quisesse que o aspecto fosse outro. Passo a explicar de uma forma mais ou menos tosca (à semelhança da obra): Técnicamente, do ponto de vista geotécnico, para o muro de suporte de terras ser mais alto e para se aconchegar a terra à estrutura de forma a criar um continuo e uma superficie mais nivelada e regular, este teria que ser mais resistente e obviamente que um muro em blocos estaria fora de questão a não ser que quisessem assistir ao seu colapso a curto prazo pois os impulsos de terras, isto é, as forças de pressão (o peso da terra contra o muro digamos assim) provocadas pela massa terrosa, pelo peso volumico do aterro, contra o muro, aplicadas na estrutura iriam pressioná-lo de forma permanente. Ora estas forças são directamente proporcionais à altura do aterro e claro só existem se o estrato de solo de altura h contra o muro, existir. Daí o muro ser baixo e não se ter chegado terra junto a ele, havendo um «gap», um vazio entre o muro e o declive de terras. Assim, mesmo a longo prazo, com a erosão provocada pelas chuvas, ainda que as terras sejam arrastadas e comprimidas contra o muro, por este ser baixote, assegura-se que os impulsos não ponham em causa a estabilidade do muro, mesmo na situação limite da altura do aterro igualar a altura do muro. Essa situação é uma situação limite porque como é óbvio a partir desse ponto toda a terra arrastada galgará o muro.

Para complementar o muro, uma cerca contínua. Então e durante os jogos no recinto do polidesportivo, quando um remate mais forte fizer a bola sair do recinto por aquele ponto? Pula-se a cerca ou tem que se dar a volta?

Existe um porta na cerca que delimita o campo, naquela direcção. O ideal era ter sido feita uma escada, ou então se se quisesse poupar, fazer uma porta, na nova cerca exterior para aquando desses casos em que a bola viajará para fora do espaço limitado por esta estrutura e vá cair junto ao pavilhão ou noutro ponto qualquer exterior ao mesmo o acesso a essa zona fosse facilitada.

Penso que estas questões são pertinentes e se a coisa fosse mais bem planificada e ainda que se gastasse um pouco mais poderia ficar ainda melhor.

Mas claro, nós que estamos de fora é que somos todos uns ignorantes não é? Quem manda é que é brilhante e tem sempre razão não é? Pois aqui procura-se demonstrar precisamente o contrário. Do lado de «cá» também há gente que pensa. Ainda são precisas mais demonstrações? São??? Bem, sendo assim, continuaremos «ad eternum». Água mole em pedra dura...