sexta-feira, agosto 20, 2010

Chave d'Ouro na liderança do Top Nacional



A Banda de Alcácer do Sal, Chave d'Ouro , da qual faz parte o músico torranense Abel Fava, atingiu esta semana, com o álbum «Pai da Criança», que já é Disco de Ouro, a liderança do Top Nacional de vendas.

Parabéns Chave d'Ouro

p.s. - E também há a «Mãe da Criança»



quinta-feira, agosto 19, 2010

A frase do dia

«Só conheço duas coisas infinitas: o Universo e a estupidez humana; mas ainda assim tenho dúvidas em relação à primeira»

Albert Einstein (1879-1955)

Só nesta terra (Torrão) é que não há nada que resista

A toda a minha boa gente que afirma que no Torrão tudo se acaba, quero que reflitam e que cheguem à feliz conclusão de que se assim é - e é-o de facto - em boa parte se deve a eles mesmo, a todos os que falam, falam, falam e não fazem nada. É que sem recursos humanos e sem disponibilidade de todos não se vai a lado nehum, senão vejamos:
O Torino Torranense (o clube desportivo da terra) já morreu, rebentaram com ele; a Sociedade 1º de Janeiro Torranense e a sua Banda Filarmónica em particular, já não devem durar muito tempo; os Bombeiros, enfim, basta ver a quantidade de sócios que vão às Assembleias Gerais da Associação e o numero de efectivos que o Corpo de Bombeiros dispõe.
Quanto a eventos, as procissões já só se fazem com «meia duzia de gatos pingados» e a Feira já não justifica, a meu ver, nem o investimento que a Junta de Freguesia e a Câmara Municipal fazem, nem o trabalho que dá a fazer, não só pela (pouca) quantidade de gente que lá vai, com excepção do sábado com a tourada e do Domingo com o concerto, como pela pouca procura por parte de feirantes que queiram vir fazer negócio ao Torrão. É que sinceramente a Feira do Torrão não lhes dá lucro e ponto final! Não compensa!
Fica aqui um exemplo «made in» Vila Meã. É claro, se algo de semelhante acontecer no Torrão, o que eu duvido e muito, será no dia de S. Nunca à noite.



quinta-feira, agosto 12, 2010

A frase do dia

É (SEMPRE) melhor ter-me como aliado do que como adversário!

terça-feira, agosto 10, 2010

O Torrão visto do cimo do depósito da água













Fotos tiradas a 10 de Agosto de 2010.
Torrão, 7:15h
p.s - Atente-se no pormenor da Igreja de Santa Maria, vulgo Matriz. Gosta do que vê? Em breve será publicada uma edição dedicada apenas a este tema bem como outras iniciativas. Ficai atentos!

A frase do dia


Os cães ladram e a caravana passa

sexta-feira, agosto 06, 2010

Danou-se

De acordo com o jornal The Guardian: «Iran's supreme leader, Ayatollah Ali Khamenei, said today that music is "not compatible" with the values of the Islamic republic, and should not be practised or taught in the country.»

quarta-feira, agosto 04, 2010

5 anos de Pedra e um desleixo monumental

Quando quero sou um desleixado do caraças! Só agora me dei conta que no passado dia 20 de Julho o «Pedra» completou um lustro de existência. É isso mesmo; 5 anos de um incómodo de blog. 5 anos de Pedra no Chinelo, um blog de combate! O blog de referência (e o mais antigo e em actividade ininterrupta) do Torrão... e arredores!
Cheers
P.S. - ainda pode ser mais incómodo; depende somente do humor do autor e das circunstâncias

terça-feira, agosto 03, 2010

Magister dixit

Nem mais! Vejo isto todos os dias e há muito tempo e só não vê quem não quer, não pode ou não lhe convém. E constata-se a todos os niveis; desde o local, passando pelo municipal até ao nacional. Ah e por onde tenho passado, em termos de emprego principalmente, é só disso que tenho apanhado desde o início: chefes imbecis, cretinos mesmo!

«Portugal é de facto um país sui generis...de traidores a cobardes...passando por chefes imbecis e/ou vira casacas...ressabiados e escumalha...a sociedade portuguesa tinha/tem de tudo...do bom e do mau...mas o mau sempre em mais quantidade...infelizmente!»

segunda-feira, agosto 02, 2010

2º round

Pois, a modos que parece que este não vai dar hipótese este ano outra vez...

Panfleto anónimo pede a demissão de Executivo da Junta de Freguesia

Foi posto a circular na noite do passado domingo um panfleto anónimo, como já é hábito por estas paragens, onde o seu autor ou autores exigem a demissão do Executivo da Junta de Freguesia. Ao que parece, a polémica prende-se com a atribuição de espaço para exploração de bares na feira anual o que provocou a indignação de alguns empresários da área que aparentemente foram preteridos sentindo-se desta forma prejudicados e tratados de forma diferenciada chegando mesmo a falar em corrupção. O verniz estala assim a uma semana do início do evento embora tal manobra evidencie simplesmente uma tentativa de pressão junto do Executivo de forma a liberalizar totalmente ou pelo menos autorizar a presença destes no evento à semelhança da sua concorrência, a quem este deu o aval.
A génese do mal-estar estará na forma de como e a quem são atribuídos os referidos espaços. Na verdade parece que apenas é concedido um espaço para exploração a quem tenha um produto específico para venda não sendo permitida a instalação de bares convencionais. Contudo, o anúncio de festas no recinto da feira por outros a quem foi concessionado o espaço, a que faz alusão o folheto, é visto como discriminação pelos autores deste pois não há, do seu ponto de vista, da parte de quem faz a festa, lugar à venda do tal produto ou produtos específicos que acusa ainda o Executivo de prevalecer quem vem de fora em detrimento dos locais. Deste modo não é difícil de adivinhar quem estará por detrás dos panfletos.
O comentário que neste caso se impõe é que infeliz e lamentavelmente continua a recorrer-se ao panfleto anónimo ou aquilo que eu chamaria de panfleto pseudo-identificado quando o autor assina «A Comissão» por exemplo. O problema é que ninguém sabe quem é essa dita comissão! E mesmo que seja evidente quem está por detrás do panfleto, como neste caso em particular, o procedimento é o mesmo por incrível e burlesco que pareça. O que é realmente uma pena pois tal só descredibiliza quem a essa via recorre até porque quem deste modo procede está a querer desresponsabilizar-se lançando a polémica e refugiando-se para não se comprometer. É que se alguém ou algum grupo se sente lesado de uma ou de outra forma seja por quem for deve manifestar toda a sua indignação às claras pois a tal tem todo o direito. Mal estaremos todos nós se tivermos ou sentirmos a necessidade imperiosa que nos esconder do poder político ou outro quando o enfrentamos e confrontamos e pior ainda quando esse poder é o de um simples Presidente ou Executivo de uma Junta de Freguesia. Existem uns conceitos que são liberdade de expressão e liberdade de pensamento que todos devem usar desde que não seja para insultar ninguém como é o caso deste texto posto a circular onde ninguém é de todo insultado salvo a insinuação de corrupção que é, a meu ver, desnecessária, excessiva e sem qualquer fundamento.
Como se tem visto, no caso particular do «Pedra», se há algo que este blog e o seu autor fazem questão é de assinar por baixo e assumir responsabilidade por tudo o que escreve.
No caso que é notícia, quem se sente lesado deveria – do meu ponto de vista e seria assim que eu pessoalmente procederia – ter feito o panfleto, assinado por baixo e afixado nos locais onde afixa outros anúncios, deveria ter inclusive alguns exemplares no balcão dos seus estabelecimentos à disposição dos seus clientes. Para além disso tudo ainda existe a Assembleia de Freguesia - cuja próxima sessão será em Setembro - local por excelência onde todos podem assistir e usar da palavra dizendo de sua justiça sobre os mais diversos assuntos.





Os «papeis» afixados a que o panfleto faz referência

Outra incrível

Sara Moreira - Medalha de Bronze nos 5.000 metros. Parabéns!
Vamos a ver se Cavaco felicita os atletas portugueses participantes nos Europeus de Atletismo de Barcelona. Ah pois, é que não são futebolistas nem tão pouco espanhois...

domingo, agosto 01, 2010

125 minutos com...

125 Minutos com D. Duarte Pio de Bragança from Fábio Reis Fernandes on Vimeo.



Gravado ao vivo no Casino da Figueira da Foz em 15 de Abril de 2010. Exibição expressamente autorizada pelo Casino da Figueira (a quem agradecemos) e por S.A.R., O Senhor Duque de Bragança.

Via Familia Real Portuguesa

O Diabo – Comemorar uma imposição aos Portugueses, General Carlos de Azeredo

General da república fala sem pudor da comemoração de uma «imposição aos portugueses». Bem sei que há quem não goste e vá ficar enjoado mas paciência! A História é o que é goste-se ou não; e depois só visita o «Pedra» quem quer, não é mesmo?

A Monarquia criou Portugal, desenhou no mapa-múndi as fronteiras de um império e as suas caravelas deram novos mundos ao mundo!

Corria o ano de 1940, quando, acompanhado de meus Pais, visitei várias vezes em Lisboa, a magnífica Exposição do Mundo Português. Com os ensinamentos de História Pátria da minha 4a Classe da Instrução Primária, complementados pelas explicações de meu Pai, durante as várias visitas à Exposição, pude “viver” a Fundação do Reino de Portugal, a Gesta das nossas caravelas, nos Descobrimentos, a formação de um Império, as Vitórias militares para a Restauração da Independência em 1640, e a grandeza das dinastias do Reino de Portugal. Posteriormente, já no Liceu, pude aprofundar os conhecimentos da instrução primária e comparar a nossa História com as de vários países europeus e concluir que o nosso Portugal tinha a mais bela História da Europa, sem os crimes do assassinato de reis e príncipes, tão abundantes em vários países europeus. O Povo Português, amava e respeitava os nossos reis de tal modo que quando El-Rei D. Sebastião morreu trágicamente em Alcácer-Quibir não quiz acreditar na sua morte e assim nasceu o mito do Rei Encoberto que voltaria para salvar Portugal. Tudo isto vem a propósito das comemorações da imposição da República em 1910, dois anos após o Regiddio. República imposta violentamente em Lisboa, numa situação de contínua perturbação, levada a cabo na capital do Reino e nunca referendada pelos Portugueses. Na verdade, os dois últimos séculos de agitada vida pública nacional foram a consequência de antigas e graves situações vividas a partir do consulado de Pombal, com as prisões arbitrárias de todos os que se lhe opunham, com a expulsão da Companhia de Jesus, com o bárbaro abate das Casas dos Távoras e Aveiros, as repressões de protestos populares no Porto, na Trafaria ou no Algarve, de uma violência nunca antes vista em Portugal, as Invasões Napoleónicas, no século seguinte, a introdução das idéias jacobinas da Revolução Francesa, o ataque e derrube da legítima Dinastia de Bragança, substituída pela de Saxe Coburgo e Gotta, de origem estrangeira e portanto contra as Leis do Reino. Num País ainda paralisado, sob o choque do regicidio, em que elementos ligados à Maçonaria, a que se juntavam, na constante agitação revolucionária, elementos republicanos, organizações anarquistas, a Carbonária, a Formiga Branca e uma democracia onde abundavam políticos mais preocupados com os seus interesses partidários do que com o interesse da nossa Pátria, a Monarquia, ainda que detendo a maioria absoluta no Parlamento, onde o partido republicano tinha apenas 7 por cento dos votos, a Monarquia que dera a Portugal uma História notável e a grandeza de um Império, acabou por cair, cerca de dois anos após o Regicidio, a 5 de Outubro de 1910, sendo substituída pelo regime republicano, imposto violentamente aos Portugueses e nunca referendado. É esta data e o século que lhe segue que vão ser objecto de comemorações que abrangem as três diferentes Repúblicas, vividas pelo Povo Português e incluídas neste espaço temporal de 100 anos.
Inicia-se então a vigência de um regime de imposição revolucionária, oposto não só à legalidade constitucional como alheio às tradições de cerca de oito séculos de História Pátria, regime que vai perdurar até à actualidade através de três períodos bem diferenciados, normalmente denominados de 1a República, entre os anos de 1910 a 1926, de 2a República ou Estado Novo, correspondendo na sua quase totalidade à ditadura do Dr. Antônio de Oliveira Salazar, entre os anos de 1926 a 1974, e finalmente o da 3a República, iniciado em 1974 e vigente até hoje . Entremos pois na apreciação do 1° período de uma República, período eivado de um primitivo jacobinismo, de origem maçónica, de que foi principal paladino o Dr. Afonso Costa, mentalmente um jacobino que, ao abrigo de legislação pombalina desenterrada para o efeito e posta novamente em vigor, abriu a guerra contra a Igreja Católica com a expulsão das Ordens Religiosas, com a legislação contra as procissões, com a prisão de elementos do Clero, no prosseguimento da boçal idéia de “acabar com a Religião em duas gerações”, como alardeava Afonso Costa. Em verdade, este período pouco mais foi que um atentado violento e antidemocrático contra os valores mais sagrados dos Portugueses. Durante este período da República, em 16 anos, a anarquia e a desordem reinaram nas ruas de Lisboa, derrubaram 45 Governos, houve sete Parlamentos, nove Presidentes da República, dos quais um – Sidónio Pais – foi assassinado na Estação do Rossio. Numa só noite, a 19 de Outubro de 1921, um grupo de facínoras embarcados na “Camioneta Fantasma” conduzida pelo cabo Olímpio, o “Dente de Ouro”, assassinaram 14 pessoas, entre ao quais António Granjo (Primeiro-Ministro em exercicio, n.p.), Machado dos Santos, um dos fundadores da República, José Carlos da Maia, o Comandante Freitas da Silva, e o Coronel Botelho de Vasconcelos, por vezes com requintes de alarve barbárie. Por exemplo António Granjo, quando era tratado de um ferimento no pescoço, na enfermaria do Arsenal foi abatido com dezenas de tiros. Caído no chão, um corneteiro da GNR saltou para cima do peito do cadáver e enterrou uma espada no ventre do morto e extraindo a arma gritou : “Vamos ver a cor do sangue do porco”. Com a expulsão das Ordens Religiosas, o respectivo património, como obras de arte, conventos, propriedades rurais, etc., tudo foi “nacionalizado” e em muitos casos acabou em mãos particulares, ou na venda em hasta pública, quando não deixado ao abandono e à ruína. A desordem, a violência, os interesses particulares ou partidários sobrepostos aos interesses da Pátria e dos Portugueses, deram como reacção, levantamentos contra os governos instalados em Lisboa, salientando-se, entre outros, Paiva Couceiro, Herói das campanhas de África, que à frente de forças na sua maioria constituídas por voluntários civis, chegou a instaurar no Porto, a Monarquia do Norte, com o apoio da maioria da população nortenha. Durante este período inicial do novo regime político, que actualmente se pretende festejar, isto é os 16 anos que durou a 1a República, os Portugueses foram vítimas da desordem, de violência, de opressão da liberdade, de insegurança e de instabilidade política. Só no ano de 1920 governaram o País oito governos diferentes! Que belo panorama para festejar!…Mas o relato da opressão não acabou! Vai continuar, com a 2a República em 1926, com a revolta do General Gomes da Costa, que a 28 de Maio daquele ano, a partir de Braga marchou sobre Lisboa, a fim de pôr cobro à desordem em que caíra a nossa Pátria. Mas preso e exilado o próprio Gomes das Costa, e com o regresso ao governo do Dr. Salazar, ex-ministro das Finanças, o movimento de 28 de Maio acabou por dar origem a uma longa ditadura, implantada mais pela experiência e temor das desordens de um passado recente e pelo vivo desejo de paz e de ordem dos Portugueses, que propriamente desejada pelos Militares de 1926.
Salazar, inicia o reforço da Autoridade do Estado, sustentado pela Polícia de Informação e Defesa do Estado (a célebre PIDE), cujos meios e poder cresceram com o tempo e cada vez mais sufocaram a liberdade de expressão, limitada oficialmente ao partido único da União Nacional. Contudo, dois aspectos louváveis houve na actuação de António Salazar no Poder: um, a sua honestidade, irrepreensível, em questões de dinheiro, (virtude que infelizmente vai rareando entre a nossa actual classe política, com a qual comparado, o velho Zé do Telhado não passaria de um simpático e generoso ladrão dos caminhos). O segundo, a sua política internacional, que salvou Portugal e os Portugueses da trágica Guerra européia de 39 a 45, poupando-nos milhares de vítimas, de órfãos, de viúvas e destruições do nosso património. Mas, em contra partida, não podemos esquecer que Salazar foi o principal responsável pela tenebrosa visão e cega conduta do problema ultramarino, bem condensados na sua afirmação em discurso aos portugueses :”Do alto destas muralhas, defenderemos o nosso Império !”, isto na segunda metade do século XX ! O titubeante governo do honesto Dr. Marcelo Caetano, limitado na sua actuação por Américo Tomaz, incapaz de dar solução à Guerra do Ultramar, acabou por fazer ruir a 2a República a 25 de Abril de 1974 , cujo golpe final foi dado por uma revolução militar sem derramamento de sangue. Na mesma data se inicia a chamada 3a República, ainda vigente e que, mesmo dando de graça os anos do “PREC” veio instituir, com a degradação da Justiça, a corrupção, praticamente consentida, de uma grande parte dos políticos, os quais por vezes sem preparação e com ausência de valores morais, atiraram o País para uma situação de descalabro económico agravado por uma crise mundial, dando origem a um período gravíssimo, de que se não vê o fim. Se a tudo isto juntarmos que, em termos econômicos, as repúblicas são bastante mais caras que as monarquias (veja-se os custos das eleições presidenciais, os vencimentos do Presidente em exercício e dos variados ex-Presidentes ainda vivos, os custos da nossa Presidência da República, que orçam pelo dobro dos custos da Casa Real de Espanha) tudo isto comparado, com um “Rei natural” que apenas uma vez, durante o seu reinado, é solenemente aclamado no Parlamento, leva-nos, sem sombra de dúvida à conclusão de que o regime republicano que mantemos, é um luxo despropositado para o nosso País e lembro ainda que a Monarquia Portuguesa nunca andou a festejar os vários centenários da sua longa duração, nem criou feriados a comemorar revoluções de Portugueses contra Portugueses. Com ou sem crise, a comparação da ordem, do civismo, do prestígio das Monarquias européias com iguais parâmetros da República Portuguesa, que tristemente se pretende festejar, é simplesmente confrangedora para nós Portugueses.

Carlos Azeredo, General in O Diabo

Salazar, Hitler e o "ouro dental"

Não resisti a postar aqui este texto da autoria de Nuno Castelo-Branco publicado no Estado Sentido pois é bastante interessante, pelo menos para mim.

Há uns tempos, tinha deixado a suspeita quanto a um apetecível alvo que há muito se encontra guardado nos cofres do Banco de Portugal. De facto, o famoso "ouro de Salazar" tem sido pasto de lendas, estorietas de ficção e sobretudo, de muita cobiça. Assim, ao longo de décadas, a conhecida Pesada Herança foi descrescendo em volume, quando consta que há três décadas ultrapassava as 600 toneladas. Hoje, os dados oficiais apontam aproximadamente as 380, o que ainda consiste num valor substancial.

Muita tinta correu acerca da origem desse ouro, dizendo-se enquanto se sorve uma jeropiga, que ..."uma boa parte tem estampada a águia e a suástica do III Reich", ou ..."provém da troca dos víveres enviados para a Alemanha durante a guerra" e publicações surgiram com insinuações de "dentárias obturações de ouro arrancadas nos campos de concentração". As organizações internacionais da especialidade dedicaram-se a aventar todo o tipo de hipóteses e Portugal até chegou a surgir numa lista de países que ..."também tem que pagar o crime". Mas qual crime? De qual guerra, extorsão ou lusa violência contra terceiros países?

Sabe-se que durante a II Guerra Mundial, o governo português teve sérias dificuldades em manter a integridade territorial do Estado pluricontinental, aliás violada quando da intervenção australiana em Timor, logo respondida pela invasão e prepotente ocupação nipónica. Conservas e outros produtos alimentares, minérios e géneros coloniais, consistiram num instrumento dissuasor e angariador de uma certa benevolência de um Reich que bem conhecia a debilidade militar nacional e os eternos apetites expansionistas de uma Espanha que já antes de Franco, delirava com a perspectiva anexionista, desta vez sob a fórmula de uma federação de "repúblicas ibéricas". Uma grande quantidade de material militar - especialmente canhões modernos, de excepcional qualidade e que serviriam até aos anos 90 do século passado* - foi vendida ao governo português e escrupulosamente paga através de trocas comerciais e transferências directas de divisas e minérios estratégicos. Sendo bem conhecida a obsessiva avareza e rigor de contas do regime da 2ª República, de facto o Estado Português jamais ficou a dever um centavo que fosse a qualquer outro país, não se conhecendo os calotes que internacionalmente hoje são norma geral e aceite por toda a União Europeia e sem excepção de qualquer um dos membros.

Para aqueles que protestam quanto a uma possível ligação entre o regime português e os trágicos acontecimentos ocorridos nos campos de extermínio, existe sempre a decisiva resposta que refere a neutralidade. Não uma neutralidade de princípios éticos, mas aquela neutralidade de facto que impossibilitava o perfeito conhecimento de uma realidade que os próprios Aliados hoje não conseguem esconder. Na verdade, de Londres a Washington, Moscovo, Camberra ou Otava, todos tinham a certeza dos acontecimentos que ocorriam no Leste europeu e o constante decifrar das mensagens criptográficas Enigma, permitiam a Churchill ler sobre os ombros de todo o aparelho militar e estatal alemão. Nada foi feito para obstar à liquidação dos contingentes humanos que o governo de Berlim pretendia eliminar fisicamente. Nem um campo foi atacado, nem uma via de acesso e a imprensa e propaganda aliada, foi sempre muito circunspecta quanto ao levantar de um generalizado protesto. No final da guerra, o avanço anglo-americano e soviético, tornou impossível a ocultação da realidade . Assim, torna-se abstruso, o apontar de culpas ao Estado português - o da 2ª e o da actual 3ª República - que se manteve à parte de um conflito no qual o nosso país necessariamente melhor servia os interesses do aliado britânico, mantendo-se neutral. Imaginam o que teria sucedido se Lisboa alguma vez tivesse servido de principal ponto de apoio das flotilhas de submarinos do Grande Almirante Karl Doenitz? O que teria sucedido a Rommel, ao petróleo do Médio Oriente e como teria evoluído a guerra com a chegada dos panzers ao Cairo, Damasco, Kirkuk, Abadan e Erevan? Como teria o Reino Unido sobrevivido a um Atlântico fechado à navegação?

Ciclicamente, surge a questão do ouro. Mas afinal, que questão é essa?

Tem servido para muito, especialmente para ciclicamente trazer à discussão pública, a utilidade dessa reserva. Desaparecido o Padrão Ouro e imaginando-se actualmente o poder financeiro através de quiméricos números fixados por duvidosas contabilidades sem real correspondência com a vida terrena, uma das mais esmagadoras vitórias dos EUA, transcendeu em muito as conhecidas Iwo Jimas, Guadalcanais, Midways, bombardeamentos em tapete, exageradas Bastognes a fazer lembrar as Termóplias e até, pasme-se a tal luz brilhante como mil sóis em Hiroxima. A grande e colossal vitória, consistiu simplesmente, no agrilhoar do planeta ao dólar, moeda que desde logo inundou as praças financeiras e os mercados, estabelecendo-se ao bel-prazer da Reserva Federal, o verdadeiro centro de organização da desvalorização a nível planetário, com eternos reflexos nas galopantes e inevitáveis dívidas públicas. Quando surgiu o concorrente Euro, a situação pareceu complicar-se e os reflexos tornam-se cada vez mais evidentes.

As notícias de hoje, apontam para mais de quinze mil milhões (só?) de dólares entesourados no Banco de Portugal. Quando da última polémica, surgida quando da publicação de uma lenda e narrativa engendrada pelo irmão Louçã-júnior - partidário do sistema do duche escocês, hoje pró-palestiniano, amanhã seguindo as directivas do conhecido lobby nova-iorquino -, Mário Soares foi a única voz que em público recusou qualquer veleidade de directa ligação ao famigerado "ouro-nazi" e outras habilidades do estilo. Entre outras proveniências bem conhecidas e acima apontadas, sabe-se que uma boa parte do filão, provém directamente dos magaíças, mineiros que periodicamente saíam de Moçambique para trabalhar no "Jonas"** e que regressados à colónia, trocavam pepitas por metal sonante, nem sequer valendo a pena salientarmos as manigâncias a que o sistema colonial recorria, servindo de intermediário na contratação e por isso sendo bem pago em reluzente metal amarelo. Este comércio era volumoso e durou muitas décadas. Desde o seu advento, a 2ª República procurou um constante entesourar, naquele espírito que acima de tudo receava o descalabro ocorrido ao longo do século XIX - independência do Brasil e quebra de fim do século nas nas remessas sul-americanas -, o ciclópico desastre da 1ª República e as péssimas administrações que a rotação partidária impunha. As reservas foram-se acumulando até atingirem uma inaudita proporção, se tivermos em conta o país e as suas capacidades económicas, precisamente aquela economia real hoje quase desaparecida.

Por enquanto, o ouro "do Banco de Portugal" está seguro, protegido por um extenso articulado que proíbe a sua transformação em moeda corrente ou directa transferência para certos destinos, como pagamento de dívidas. Mas este tranquilizador estado de coisas, poderá mudar.

No seu telejornal das 22.00H, a RTP-2 comentava sorrateiramente o facto, sugerindo implicitamente, a necessidade de uma modificação de regras que permitam o ..."uso desse valor que podia servir para suprir a dívida pública". Argumentava que essa blindagem imposta pelas regras do Banco de Portugal, justificava a "baixa de rating" ditada por tão pouco fiáveis tocas de notórios falsários e vigaristas como a famosa e aborrecida agência do "canal Bloomberg", a Moody's, a Fitch e a Standard (and Poors!). Esta gente tem um descomunal nariz que fareja auríferos filões, onde quer que estes se escondam. É, como se diz em português escorreito, "passar a mão pelo pêlo", "apalpar o terreno", "experimentar o pulso", ou como risonhamente se usa em Moçambique, ..."experimentar coração de branco". Esta gente não é de confiança e já percebemos o interesse que dentro e fora de portas existe. Possivelmente, dentro de pouco tempo teremos o regresso da conhecida saga do "ouro nazi".

Preparem-se, a coisa funciona sob o sistema vai-vem.

* Comprados sem "comissões", "luvas", adiantamentos", "gabinetes de estudo" e outros bem conhecidos saltos mortais.

** Jonas: Joanesburgo, nas imediações das minas do Rand.

Nuno Castelo-Branco in Estado Sentido

Outros incríveis

Europeus de Atletismo Barcelona 2010
Naide Gomes - Medalha de Prata no Salto em Comprimento



Jéssica Augusto - Medalha de Bronze nos 10.000 metros

João Vieira - Medalaha de Bronze nos 20Km Marcha

Todos estão de parabéns, os medalhados em espacial mas também os que ficaram afastados do pódio

Perguntem ao Queiroz

Começa-se enfim a perceber o mal-estar que grassou pela selecção da bola durante o recente mundial da modalidade. Ao que parece o pessoal do controlo anti-doping não foi muito bem recebido.
Quando do lado espanhol se ouve que o segredo da vitória foi a harmonia, a união, o profissionalismo a todos os niveís e a motivação para além do bom ambiente está tudo dito.